vivo sem regra
sou meu ator...
vou mesmo ao fundo
do meu poço
e
quando posso
volto a boiar
na nata do leite
da tona
nenhum revés
me desnorteia
desregrado
nada me freia
só me limita a dor
faço do ato meu prato
sala de estar
sem foto esquisita
sem mensagem escrita
e murcha aquela flor
cada corpo em que
me enrosquei
cada dragão que apaguei
paguei contas
do que não usei
e sei que
posso
regurgitar
cada sapo que não digeri
sei que posso tentar sozinho
cada gozo
que não fingi
sou meu ator
de um texto sem regra
sou todo entrega.
O Velho PAR
2021