segunda-feira, 25 de abril de 2016

II Festival Stella Monteiro de Poesias. Rodada 2

Stella Monteiro.




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 O tema desta rodada é:
"ESQUECIMENTO"
proposto por Paulo Acácio Ramos.
 
 

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" ( ON - OFF - FODA-SE ) "

(Izaura Carolina)





Macaé-Rio de Janeiro



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"sem título"

(Paulo Acacio Ramos)



...
presença
és
que
cimento
nenhum
cobrirá
lapidar
pedra
de epitáfio
a saudar
a tua
ausência
...


Trofa-Portugal



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"ESQUECIMENTO"

(Jorge Luiz)


O tempo deu adeus

  moça idade do destino
traz vento um cheiro de sentimento

desperta minha alma

lavada pelas lágrimas

apagaram-se os escritos

fui invadido pelo esquecimento

voltei ao passado incerto

enjaulado nesse vazio que preenche o meu ser

a porta se volta fechada para mim

e o destino passado me afronta

diante da minha incredulidade

o espaço e o tempo inexiste

mas, acredito na existência relativa

a esse mundo que me permite

existir...



Rio de Janeiro-Rio de Janeiro



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"às vezes esqueço do valor de escrever"

(Dante Pincelli)


no olho leve

de palha
deslizarei
numa navalha
como se fora
Buñuel,,,

de migalha
em migalha
construirei
uma muralha
do inferno
até o céu,,,

meu cavalo
de batalha
é a voz
de quem trabalha
nesse eterno
carrossel,,,

meu desejo
mais canalha
é fumaça
que se espalha
como risos
num bordel,,,

minha insônia
me atrapalha
meu poema
tarda e falha
só rabiscos
no papel,,,

a escrita
me agasalha
e espero
que me valha
num final
doce de mel...


Macaé-Rio de Janeiro




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"Linimento à Memória"



(Grilo)


Engolida pelo tempo

Memória efetiva sucumbe
Separada pelo espaço
Memória afetiva é deslumbre
Grandes duvidas e pequenas dividas
Suspeitos dogmas e total desacato
Mesmo os céus nos escondem os fatos
Circulo interno do Inferno, Nosferatu
Farsa que novamente se atreve
Destro vem, desde o Paraíso dado
Tendo o sinistro sempre relegado
Subversão demente, ciente entrave
Sobrecarga de informação
Soberba e falência do sexo
Alienado virgem com tesão
As notícias lê, relê e não vê nexo
Assim caminha a desumanidade
Até que, pelo esquecimento
Deixe de haver confissão
Acabado o vinculo com a verdade

Cambuí-Minas Gerais


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"Funileiro"
(Cinthia Kriemler)

sente falta do carrinho de mão
onde as panelas gemiam se esfregando
  umas nas outras
uns gritos agudos, outros sem graça
como gente, que ora goza, ora mente
o esfolado dos pés, o sol de fogo
nordestino
comendo o couro da cabeça
e o porta em porta oferecendo
a lida, sem certeza de sim, de água
ou de comida
"funileeeiro, funileeeiro", brada a voz
antiga, de quando não havia filho com diploma
teto, pão e nem guarida
do hoje nada fica, é tudo esquecimento
só guarda na memória a orgia das panelas
se esfregando umas nas outras, histéricas,
orgásticas
e o grito "funileeeiro", essa lembrança viva


Brasília-Distrito Federal


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"Esquecimento"

(S. Quimas)

Desce a cortina e a plateia se esvazia,
Findaram-se os risos e as lágrimas,
Já não se ouvem os aplausos,
Nem mais uma linha do texto,
Nem mais um só cochicho.
Tudo é escuridão,
Silêncio sepulcral.
A ilusão foi perdida,
O sonho feneceu.
Tudo se foi,
Agora, resta somente a lembrança,
Até que um dia lhe venha colher
O esquecimento.


Nova Friburgo-Rio de Janeiro




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Obrigado aos participantes e não deixem de comentar.
Próxima postagem: 02/05/2016
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segunda-feira, 18 de abril de 2016

II Festival Stella Monteiro de Poesias. Rodada 1

Stella Monteiro é professora, psicóloga, mãe, amiga e uma fofa, uma pessoa muito especial que amava a poesia. Stella foi responsável pelo crescimento deste blog, era incansável leitora e divulgadora , tem 3 filhos, Maurício, Marcia e a minha musa inspiradora, Clarisse Monteiro.








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O tema proposto por Dante Pincelli é:

"APARELHO REPRODUTOR"




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"Maracusex"

(Izaura Carolina)







Macaé- Rio de Janeiro



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"ela"


(Dante Pincelli)


pra fora, pra dentro
em curva:
a vulva...

peluda, de cabeleira
tamanha:
a aranha...

no jeito, na manha,
na treta:
a boceta...

na água, no sol, 
na sombra:
a pomba...

alisada, alinhada
por depilação:
o mexilhão...

que canta, que fala,
que ri e vaia:
a arraia...

esperta, marota,
sapeca:
a xereca...

banhada, cheirosa,
bacana:
a xana...

com moita, arbusto
ou soca:
a xota...

de lado, por baixo,
por cima:
a vagina...

gorducha, bicuda,
chata:
a barata...

úmida, alagada,
enxuta:
a gruta...

protegida no calor
das coxas:
a ostra...

com suco, com muco,
com mel:
o pastel...

encoberta, aberta,
fechada:
a rosada...

muita, média
ou pouca:
a outra boca...

que recebe, pulsa
e agita:
a periquita...

deixando nos dentes
a fiapada:
a manga espada...

sem casca ou caroço,
poupuda:
a fruta...

no meio, um corte
se acha:
a racha...

clitóris em crescência 
aguda:
a greluda...

intacta desde 
a origem:
a virgem...

verde, de vez
ou madura:
a loucura...



Macaé-Rio de Janeiro



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"Tábua de madeira"


(Carvalho Junior)

nas contexturas do corpo, o sabão de coco me desliza, me bate e enxágua as trouxas enodoadas de caju e mágoas. no fluir tênue da lágrima, o aparelho reprodutor de soluços lava a cabeça em regatos de silêncio. sou uma tábua de madeira sobre os caminhos d’água do Itapecuru.



Caxias-Maranhão.







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"rosa bebê"

(Vinni Corrêa)








Rio de Janeiro-Rio de Janeiro




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(Paulo Acacio Ramos)




Trofa-Portugal




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"ÚTERO"

(Alhadef)


Entre o berço e o túmulo
acúmulo
da misoginia
disforia causada
pela menstruação.

Nada de novo sob o sol.

Não adianta voltar ao rio,
como Heráclito diria.
                  Mas então...
      Como poderia
presente repetir passado
com tamanha precisão?

Eu, mulher nascida
tenho dois privilégios na vida:
               1. Ter sido estuprada;
               2. A minha menstruação.

Privilégio cis!

Não sou mulher porque eu quis.
Mas sou desde o bucho
da minha mãe.
    Nem me divinize,
    nem me acuse.
Não abuse
            do meu poder de concepção.

E lá,
o sangue,
a vida e a morte,
são e estão:
ser mulher e suas peculiaridades 
           pra sempre em mim,
não por identidade,
não por diversão.
        

Me enxergando mais ou menos,
e mesmo se não considerando,
           continuaria sendo!
(Experiência real,
não no sentido de experimento.)
porque continuo apodrecendo
por dentro
         uma vez por mês.


NÃO ENTRE!
                     O ventre
é sujo, é nojento,
mas não te pertence
nem está à venda!
Não aceita colono!
        não procura freguês.




Fortaleza- Ceará




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"O amor é um lugar além dum buraco negro"


(Zecafran)




Coço minha alma com música e poesia Me viro na cama na manhã de ponta cabeça Rolo e enrolo o tempo Acendo e trago o momento Minha casa tem asas e voa enquanto vou pra rua Perdido em labirintos que invento Você vem me resgatar da lua Com sua nave interestelar do amor Brilho de super nova Buraco negro engolindo tudo Parindo o infinito....



Niterói-Rio de Janeiro




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Obrigado pela leitura.

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Próxima postagem do II Festival Stella Monteiro de poesias:

25 de abril de 2016.











 
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