quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

"Momografia Com Puta Dor Içada."




(Paulo Acacio Ramos e Dante Pincelli)


Momo está preso entre os batuques e desalentos da carne em festa

o momo arrasta-se de entrudos e rasga panos destrói fantasias

Momo, antes cercado de mimos e mi mi mis decompõe-se aos poucos aos porcos

momo bate cabeça no couro instrumental reco-reco é muito luxo em muitas caixas de lixo

Momo está morto torto seu corpo não ocupa um tanborim sem couro

pés que sangram e bocetas suadas bolas moles e pirocas cansadas de festa

Momo não presta.

todos chupam o sumo das axilas abertas exalam os cheiros de deus e da besta

Momo de segunda a sexta.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

desmilinguinfinita



Na luz que queima
que Espanca
que Caminha
que Lobato
A Língua arde
de lusa a crioula.
Até quando?
Até nunca mais
vai-se vendo!
A Língua lambe
e chama
pelos sons mais
antigonovos
esquecidomésticos
os sons que ecoam
o fogo do que
os comentários
deixam nas paredes
do museu.
Na luz emitida
por Pessoa
por Amado
por Hollanda.

Estala a estrela
no céu da boca
sem língua.

A língua de Andrade
a língua de Morais
a língua dos Anjos
e de Queiroz e de Melo Neto
e de Sá-Carneiro
que não se preservam
em museus
que não se confinam
em estantes
que nos contam do presente
passado distante.

Por hora
disfarça e chora
a língua de Paulo 
e de Dante.

PAR + Dante

Poema intemporal sobre um incêndio no Museu da Língua Portuguesa.