quinta-feira, 28 de maio de 2015

Escolhas



...
prefiro morrer de noite
que ser teu servo pela manhã
prefiro quebrar-me de açoite
que ser um elo gasto
em tua torrente insana e vã
prefiro ser a vela
da nau n'areia
que perseguir o canto
de uma inútil e vã sereia.
prefiro ser corrimão
de escada de hospital
que deixar que me injectes 
teu destilado veneno
tuas agulhas enferrujadas
tuas falas analgésicas
Prefiro deslizar sobre 
lâminas afiadas num
Depósito de lixo urbano
que ser alvejante dos lençóis
que cobriram a ti
e teu outro amor
prefiro o dar
à dor ...
do que ressuscitar um amor.

Dante + PAR
 25.05.2015

terça-feira, 26 de maio de 2015

Sempre é Paliativo



resiliência malemolência mumunha
o grau exato contra quebradura
envergar é a lei com pica dura
meter a verga é que há de lei

disso eu sei
carregar o corpo já desistente
e uma alma empoeirada
que nem sequer existe
as almas não existem
isso é definitivo
isso de amar e para sempre
é que é paliativo

definitivamente
eternamente ou nunca
marque a resposta seta
cravada 
tatuada na nuca do poeta...
no nunca
diz a boca do poeta...
tão pouco
tão perto de quase nada.

e assim caminha
a humidade.

Dante + PAR
 23.05.2015

domingo, 24 de maio de 2015

Partes Íntimas



toda vez que leio as tuas mãos
na tela do meu computador,
suas linhas de fósforo verde
indicam o caminho errado que tomei
a conversa fiada que bradei
nossos instintos fora da lei...

e já não sei se quero continuar esse caminho
de não te tocar as partes mais íntimas
do pensamento
as pontas mais fáceis do tegumento
quando passa muito sem que leia
tuas digitais.

digito cálido , meu ser insiste
penso pálido, dedo em riste
ler-te aos prantos
é muito triste...


Dante + PAR
 22.05.2015

terça-feira, 12 de maio de 2015

I festival Stella Monteiro de poesias (rodada 7) (Final)

















Stella Monteiro






O tema desta 7ª e última rodada é

LIVRE







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"Pirulita"


(Izaura Carolina)






Macaé - Rio de Janeiro




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"quintal"


(Dante Pincelli)



no quintal da minha casa
quando, às vezes, me distraio
pardais dividem os pedaços de pão
colocados ao acaso
sempre no mesmo lugar
no quintal da minha casa...

no quintal da minha casa
quase todas as coisas tem asas
borboletas sobre margaridas e flores do mato
gafanhotos que devoram bertalhas
e toda a imaginação que voa à solta, sem pressa
no quintal da minha casa...

no quintal da minha casa
o peito arde em brasa
quando penso em fazer nada
ouvindo uma música silenciosa
tocando insistentemente
entre a mangueira e o banco da varanda...

no quintal da minha casa
me entorpeço com o cheiro da erva cidreira
olho o verde das bananeiras
às vezes, repico o sino
só pra quebrar a maravilhosa monotonia...

contemplo parado meu jardim
de trevo de quatro folhas...

esmiúço os mais longínquos
cantos do pensamento
e tento organizar o quebra cabeças
da minha memória
remonto todas as fases emocionantes
da minha história...

me aborreço e me alegro
no caminho de pedras
que montei enquanto chovia
e eu cantava
no quase perfeito
lado direito
de quem entra
do quintal da minha casa...



Macaé- Rio de Janeiro



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"Poema Sobre o Sangue do Poeta"

(Paulo Acacio Ramos)












"RIMAGENS"



Trofa - Portugal



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"rebuleada"

(Vinni Corrêa)



tocou o rebu
 rebuceteio
 tirou o buço
do zagueiro
 driblou buliçoso
o goleiro
 a bola rebuscou
matou no peito
 num rebuçado
 tiro certeiro
na torcida o rebuliço
 pelo gol do artilheiro



Rio de Janeiro - Rio de Janeiro



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"DANCE COMIGO"

(Jorge Luiz)



Quando você chegar
 Entre sem bater
Quando você for caminhar
Caminhe ao meu lado
Quando você voltar
Volta para mim
Quando você me olhar
 Me olhe com amor
Quando você me abraçar
Me abrace com calor
Quando você sorrir
Sorria só para mim
 Quando você me beijar
Me beije, com um beijo molhado
 Quando você me acariciar
 Me acaricie o corpo inteiro
 Quando você sonhar comigo
 Sonhe acordada
Quando você dançar na chuva
 Dance comigo
 Quando você me amar
 Me ame em 3 D.



Rio de janeiro - Rio de Janeiro



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"Estrutura"


(Izaura Carolina)






Macaé _ Rio de Janeiro



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"Urgência"


(S. Quimas)



É preciso urgência em escancarar as portas de nossas almas,
E de corações abertos e com um sorriso franco rasgado em nossos rostos,
Abraçarmos quantos puder e em todo o tempo em que vivermos.
Em nossas vidas sedentas de Paz Interior e famintas de humanidade.
É preciso urgência em resgatar o Amor, a Verdade e a Sinceridade
É preciso urgência em resolver as injustiças e as desigualdades,
É preciso urgência por atos heroicos em dizer “não” para tudo
O que ofende, discrimina, maltrata, escraviza e submete.
É preciso urgência em banir de nossa existência as banalidades,
A violência e as guerras, a indiferença com o sofrimento e dores alheias. As futilidades, o superficialismo que nos torna prisioneiros Do que há de menor em nossos espíritos e vidas.
Em fazerem o melhor e respeitarem toda a confiança que lhes foi depositada.
É preciso urgência em tomar as ruas e gritarmos a toda voz, Exigindo compromisso dos governos em atender às necessidades das populações, É preciso urgência no pão que alimenta a quem tem fome, Na água para aqueles que têm a garganta seca,
Que nos tornam incapacitados ao contato com nosso Deus Interior.
Na educação que valorize o homem e não naquela que o aliena, Na real e equânime oportunidade para todos para que se desenvolvam e progridam. É preciso urgência no Bem e no abandono de hábitos que nos corrompem, Enfim, é preciso mais do que urgência em nos tornamos verdadeiramente
Humanos.




Rio de Janeiro - Rio de Janeiro 




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"tasco"


(Zecafran)




 entao,
porque o mundo tem que ser assim?
um inevitavel drama,
onde a trama engole almas,
mas,quem disse que tem que ser assim?

quero um pedaço desse bolo,
minha fatia de felicidade...

dividimos o pão,
bebemos o vinho 
e cerveja também,

viver em harmonia,
a noite e o dia,
o agora 
e
 o que vem...





Niterói - Rio de Janeiro 




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"LÍQUIDOS METEOROS "

(RaiBlue)



. Dentro da concha do amor
a língua é líquido amniótico
mar que nutre as veias
as vias que veem o invisível.

No canto do olho
 um pássaro se aninha a outro
 e cantam juntos a palavra mais doce
despertando sereias que encantam as águas do corpo.

A fonte da palavra nunca seca
transborda e borda horizontes
além da linha que divide céu e mar

o infinito é uma mandala que não para de girar.

Paralelos os elos seguem
quasares espaço adentro.

Líquidos meteoros
Rá e Hórus
olhos famintos atirando raios
lanças de fogo no fundo do peito. .

Lua ao alcance das mãos.

 (Imagem: Melissa Cooke)





. Salvador -Bahia .



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"O duelo do solo"


(Redson Vitorino)


inócuo a cortaria
 Pra te ver gotejar sangue fora do mês

raspando teus pelos
E negando teus apelos

Eu te colocaria algodões no céu da boca

pra ter certeza de que suas lágrimas seriam doces quando caíssem

Eu te daria 7 palmos sem meu ego como adubo

Pra te ver florescer ao meio dia e lembrar do jarro que há dentro de mim



Petrópolis - Rio de Janeiro


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É com muito carinho e orgulho que agradeço a todos os participantes  e leitores 

deste I Festival Stella Monteiro de Poesias.

Que estejamos juntos nos próximos.



Grande abraço.

Dante Pincelli O Velho


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terça-feira, 5 de maio de 2015

I festival Stella Monteiro de poesias (rodada 6)



Stella Monteiro



O tema desta rodada é


PASSAGEM


Sugerido pelo Jan Neves



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"Pé ssagem"

(Izaura Carolina)






Macaé - Rio de Janeiro





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"Provisório"

(Paulo Acacio Ramos)


de repente 
 eu me vejo 
montado em cometas 
cavalgando borboletas 
pendurado
 em tuas tetas 
mas não pense 
que isso é medo
 quando te aponto 
o dedo 
quando acordo 
mais cedo 
quando te impeço 
um arremedo 
e não ache 
 que é coragem 
quando te nego 
passagem 
meu cabelo é forragem 
de teu ninho 
e dormitório 
e escrevo o teu nome
 nas paredes
 de um mictório
 não se espante 
nem se assanhe 
isso é muito
 provisório.

 @#@#@#@#@#


"Passagem"

 (PAR)


quero dizer-te
que adoro ver-te
atravessar a rua.





Trofa - Portugal



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 "loucos"


(Dante Pincelli)



...e passa um carro com seus olhos firmes de farol, louco, como se estivesse com pressa de chegar, mas sem saber onde... e passa um boi e, depois dele, outro boi e, após este, uma boiada com seus olhos tolos, quase tristes, loucos, não têm pressa e não sabem para onde vão, fica o vão... e passa uma criança com seus olhos de vento, louca, vai brincando sem saber que está indo rumo à velhice, sem pressa sua infância se apressa e vai ... e passa um homem com seus olhos de cansaço e medo, louco, vai tão cedo ao encontro da morte que o aguarda em segredo... e passa uma bala sem olhos, louca, vai de encontro ao homem que acabara de passar e fica... e passa um grito, não olho, louco, vou sem poder evitar...
Macaé - Rio de Janeiro


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"não sei pra onde"

(Zecafran)




alimento minha alma 
de musica e poesia,
com a fome de quem 
saiu do deserto,
fui tentado 
por tvs,hds de cinquenta polegadas,
telas planas,
imagens de inacreditaveis realidade,
o som
 com voz de deus 
anuncia o anjo 
fazendo propaganda de sabão em pó
.
bebo um samba,
como um rock,
compro passagem 
pra nao sei onde,
duas cadeiras,
uma pra mim,
outra pra alma,
na janela a paisagem 
se revesa 
entre sonhos e solidão...


Niterói - Rio de Janeiro



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"RIO DE PASSAGEM "

(Rai Blue)


Ordena-me o caos
com tuas mãos tão donas de si

faz de mim
um rio de passagem
correndo manso
sem se importar pra onde

dissolve meus moinhos
 com a tua paz
me traz
o que me falta
(que nem eu mesma sei)

me faz poesia outra vez
eu que me perdi em estrofes erradas
de línguas medíocres

é pelas entrelinhas dos teus olhos
que vou adentrar tua pele quente
e me deitar sobre o teu corpo
como se o meu do teu derivasse

(como fazem as palavras
se roçam e se parem
depois se separam e partem
 levando uma parte da outra)






Salvador-Bahia



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"Ampulhetar"

(Gri Lo)



Imposto ontem, laborioso hoje
O amanhã, quem soube?
 Ciclos Gargalos do tempo
Novo recomeçar

Engolyindo o yang
O passar do tempo
Como caminhos do vento
Se refazendo
Nunca sendo estanque.

Morte e vida, fé ferina
Se garantindo porventura
Seu lugar nas alturas
Paraíso de lisuras
Confiando em deus que não desatina

Imposto ontem, laborioso hoje
O amanhã, quem soube?
 Ciclos Gargalos do tempo
Novo recomeçar

De passagem por aqui
Vale apreciar.


Cambuí - Minas Gerais




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O tema para a próxima (última) rodada é

LIVRE
(TEMA LIVRE).


Envie o seu melhor poema.