quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

1º festival de poesias Beto Miranda (rodada 7)



Existe uma flor chamada maravilha, uma cor, uma cidade em Sta. Catarina, um bar em Porto Seguro, uma pousada em Cabo Frio, uma Praia no Piauí. Uma Mulher Maravilha, o Dadá maravilha, o Túlio, o Fio, que aliás virou música, assim como o “Jorge Maravilha prenhe de razão”...Mas “a maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Panair”. Tem as sete maravilhas do mundo antigo e do contemporâneo, tem a Elke Maravilha, a Mara Maravilha... Para todos os males, tem a Maravilha Curativa. Agora “vejam esta maravilha de cenário”, cada poeta viu diferente o tema da vez que é:

MARAVILHA.






“AOS PORCOS BARBUDOS DE FELIPENSES”

(Jan Neves)


Se queres que eu derive a rima

Ou que percorra a fórmula amalguinada

que tua verve retórica me vaticina,


vai devagar

sem pressa

verificar

se

eu

estou

na

tua

esquina


Amar a milha pode ser-te a maravilha estética

Ou a mara ervilha que não sou

E que você nem sabe se comeu

e não gostou


Rio de Janeiro, RJ





“MARAVILHA DE DESEJOS”

(Rodrigo Ribeiro)


Maravilha são os beijos.

Lilases, fúcsios, bordôs.

Entrelaçados a ricos risos de gerânios.

Alguém faz de mim um bem-me-quer.

Desnuda-me com mãos que craveja palavras.

Das calhas escorrem gotas de suor do dia.

Em cada gota um espanto e

a cada pétala um encanto.

Habito em lembranças nos beirais das janelas,

faço vigília às paisagens.

A flor de maracujá roxeia de estonteante existir

e o violeta contamina os beijos.

Lilases, fúcsios, bordôs, maravilha de desejos.


Belo Horizonte, 28 de fevereiro de 2012-MG






“Maravilha”

(Zecafran)



Louca maravilha

mina de alegrias

chuva de poesia

que faz florar a insana mania

de ti querer

maravilha

a noite grávida dum dia

maravilha

a musica do teu riso me fascina

te convido a dançar



Niterói- RJ





“Concertar (Music) o meu Pó-EMA pássaro METAL”

(Celso Baquil)

(editado livremente por Dante Pincelli)



A minha Pó-eira SIA fica ali no meio de uns cadernos

alguma vez um olho outro olhou e partiu

nenhuma palavra

a janela sempre nublada

a minha mao (falta um til aqui) sempre tocando

umas pernas pernas invisíveis

coisa TAO erótica

eram minhas

podia correr buscando OUTRORAS

sim bricar com as minhas palavras

só EU mesmo

errata bricar brincar

Busco Ela e Ela sabe que "SOUL" ali alguém me Furtou Frutas

Festival de Poesias só para Ópera - RIOS das palavras



Berlim- AL




“Acorda Alice...”

(Paulo Acacio Ramos )


Acorda Alice...sai dessa lama!

Desperta do coma em que te meteste,

para de acreditar

que o mundo gira à tua volta,

ou melhor, à volta da tua alienação

e do teu sonho de consumo...


Bate esses sapatinhos mágicos

e vai para o Texas

ou Pra Puta que te Pariu...

mas vê se vais para algum lugar...

Estará o teu cérebro tão carcomido

que necessitas de mais de 30 segundos

pra me responder a uma simples pergunta?


Sei lá...

Pinta os lábios de Encarnado,

compra um chicote...

faz carreira como meretriz,

actriz ou como mosca que cai na sopa.


Acorda Alice...sai dessa cama,

minha Bela Aborrecida.

Deixa que o Lobo te coma

ou que um Príncipe desencantado...


Sei lá...dá um jeito na cozinha,

varre o chão, lava uma roupita à mão

ou, melhor ainda, passa um corredor a pano.


Acorda Alice, a corda,

quando estica demais, acaba por arrebentar.

Enforca-te Alice,

pendura esse corpinho numa árvore qualquer...

Come uma maçã, vai fiar uma lã.


Senta-te e espera

por uma Madrinha que te Foda

ou faz tu Gorda!!!


Acorda Alice, Concorda Alice, Discorda Alice,

põe essa gelatina que tens

dentro do Cráneo pra funcionar...

100 anos de sono é muito, assim enferrujas,

assim encarquilhas

e não podes dar umas fodas

sem falar no tempo que vais

passar com as mesmas cuecas...


Compra um Consolo, borda uns paninhos

mas nunca te esqueças de usar preservativos.

Escreve um diário, sai com as amigas

e faz umas intrigas.

Vai votar, faz umas doações

para instituições de ajuda aos desamparados

e entope essas veias de colesterol.


Acorda Alice, sai desse caixão de vidro,

manda os anões pró caralho

e desfaz essas tranças do cabelo...


Acorda Alice, Acorda e vai dormir...


Trofa- PT




“o mistério da noite no 5º andar numa cidade litorânea”

ou

“ô crioula difícil”

(Dante Pincelli)


indecifrável carapaça

esfinge de carne e poço.


posso o que não devo

dedo onde não ócio.


amar a vida

amar a sina

amar a linda


amar e ainda

querer decifrar,

ou melhor,

ser comido.


se não o cais

haver o mar

a ver a ilha

mar a v’ilha.


no olho do gozo

tudo é possível

minha pinhata inquebrável

nada é palpável.



Macaé-RJ





“Rio Mar Avilha”

(Anderson Fortuna)


O mar, a montanha e o êxtase

Revelam a essência última da realidade

Destrancam a porta

A chave do sonho


Face a face

Tu és a face mais linda do Brasil

Face a alegria, a energia

Face à bola, esfera mágica


Corpo a corpo

O corpo dourado, brilhante e molhado

Da praia do mar


Corpo a corpo

A escultura

Que deus concebeu

A criatura que arrebata

Minha alma, minha carne

A bela mulata


Bum Bum Bum Bum

Faz a bateria do meu Coração

É o Milagre do Carnaval

Rio Maravilha



Rio de Janeiro-RJ





“Wonder Woman”

(Lohan Lage Pignone)


Maravilha é uma escultural mulher de olhos azuis

Que veio do Paraíso dos corpos seminus.

Cavalga maravilhosamente bem

Sobre esta vida dura

Que o diga Batman, ex-marido de Robin

E as investidas com sua arma-dura.


Maravilhosa,

Matou Lois Lane e Shiera

Do coração dos seus heróis

Sabe bem como conter as armas

Que lhe atacam sob os lençóis.


Veste as cores do seu país

E faz maravilhas sem elas.

Maravilha ergue a bandeira do capitalismo

Fincando o mastro entre as coxas dela.


Maravilhado fico com as verdades

Que seu laço carnal desperta

Deusa da vaidade

Nenhum pêlo nas pernas.


Diana, Miss America,

Super mulher.

Maravilha hoje é chamada

De Mulher Filé.



Trajano de Moraes- RJ








Para a próxima rodada, os poetas devem enviar seus escritos até segunda feira –dia 5 de março-,

pela mensagem do Facebook.


A poesia deve ser baseada na imagem abaixo:



sábado, 18 de fevereiro de 2012

1º festival de poesias Beto Miranda (rodada 6).


Rodada diferente, agora são 7 poetas amalgamados, olhando pra diversas direções e pintando o blog com seus versos fartos de brilho, velhos poetas novos.
Leitor, prepare-se para se fundir poeticamente ao tema:

AMÁLGAMA






Para Todo o Mal Amém”

(Paulo Acacio Ramos – PT)


O Outono não me dói
como me doem as ausências
a sopa a deitar seus fumos
amalgama da nossa essência
cheiros de vida e desconforto
perfumes de decomposto
rios de merda a cobrir o rosto...

Quero que aprendas a respirar
quero que prendas a respiração
quero que aprendas a mastigar
quero que arranques os dentes
quero que reines sobre todos
os corpos independentes
quero que te aprendas a masturbar
quero que uses preservativos
quero que bebas conservantes
quero tremoços com cerveja
quero que cheires o chão que pisas
quero que cheires as usinas
quero dar-te os peidos das vacas
quero que esqueças
quero que esqueças tudo
quero que esqueças tudo que aprendeste!



“o-fusca”

(Dante Pincelli)


noite chã

de asfalto e rodas...


o néon refletido

na marmita

de farinha que amalgama

a água rala do feijão

e o pálido, frio e cadavérico arroz...


um tamborim tracaracatraca

ao longe

enquanto a cuíca engasga

confete na garganta...


os pés soldam o concreto

em mil novecentos e setenta e sete...




“Amálgama da vida”


(Lohan Lage Pignone)


Amalgamado amor
A liga dos sentimentos que grudam
no céu da boca das relações.
Amalgamado almoço
O bolo alimentar, as glândulas salivares,
As fezes que eram ditas refeições.
Tudo sinto por ela.
Tudo sinto por dentro.
Ódio, saudade, excremento.
Intestinos que clamam
Pela ingestão do carinho
O olhar amalgamado
Conhece a lágrima do outro
Que sequer a derrama.
O amálgama dos órgãos
Põe a orquestra em movimento.
O corpo, o amor, o tempo:
O amálgama da vida.




“AMÁLGAMA”

(Marcelo Asth)



Corpo e alma
perispírito
amálgama
corpo em chama
gama a alma
clama
chama
química
que me queima
teima
funde espiritual



“um mais um”

(Ricardo Prins)




"ó doce rainha do tempo
far-te-ei parte d'eu mesmo..."
isso assim dizia ele,
como quem diz o doce a esmo
no cair das belas máscaras

e pasmo, parnasiano e cansado
por dois momentos irritado,
ouve o humilde interlocutor:
"és pois, então casado?"
veio a funesta pergunta.

"venha, venha pois ser d'eu rainha"
mas ela sabe que sem ser dele "a minha"
haveria assim de sê-lo. e sem sê-lo,
sem selo, nem contrato ou trato -
não, apenas dar um trato. uma noite.

e, de misturar-se pois na água,
fica no azeite o nada.
finda-se a mistura falsa e vazia,
sem nem um gosto de tudo
nem a sobra
nem gosto
nada.



“NINHO”

(RODRIGO RIBEIRO)




O pássaro constrói o seu ninho.
De barro, saliva e sereno.
No ajuntar da matéria,
o canto vira casa.

O pássaro põe no rio mais que o bico.
No bico um pouco do rio,
no ninho um pouco do bico.
O ninho é amálgama do amor.




AMÁLGAMA


(Jan Neves)


Funde meu caminho ao teu qual gêmea alma,
Enxerga com meus olhos e me leva a ver teus sonhos,
Me afaga o coração em tua apaixonada palma
Sopra em minha pleura teu fôlego risonho

Mistura minha alma à tua em calma,
Embora em mim transborde a insone chama,
E faz de nosso encontro a liga ufana
Da mais completa e verdadeira amálgama



O próximo tema será

MARAVILHA


AS POESIAS DEVERÃO SER ENVIADAS A MIM ATRAVÉS DAS MENSAGENS DO FACEBOOK ATÉ TERÇA FEIRA (28/02).