quarta-feira, 30 de abril de 2014
AMO-TE
Só quero dizer-te
bem no centro do ouvido
que te amo...
quero dizer-te
que te amo
bem no centro de Oviedo
no centro de todo o medo
no centro de toda a cidade
no dentro de tanto segredo
quero apenas confessar-te
quero dizer-te
que te amo
nas sombras
da oliveiras das alamedas de Olaria
no parque
no charco
na padaria
escrever-te
e dizer-te
que te amo
como um touro em fúria
como uma vaca que pasta
num desenho de Picasso
como um suspiro
que não se basta
como peste
como pasta
como poste
como uma pincelada de Khalo
nas cores das paredes
no colo das paredes
por dentro das paredes
sem muralhas
sem tormentas
sem migalhas
nem miasmas
só com o mar de amar
que nos reinventa
quero apenas e tão somente
dizer-te no canto do ouvido
que te amo
quero apenas e tão somente
dizer-te um conto ao ouvido
pois tudo que digo é:
Eu Te Amo
se não me engano.
Postado por
Paulo Ramos
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17:39
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quinta-feira, 17 de abril de 2014
“nós”
Postado por
Dante Pincelli O velho
às
12:22
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quinta-feira, 10 de abril de 2014
Poesia nas Mãos
apoio separando o joio
solidariedade na selva na cidade
apenas mãos unidas...
a minha fica umedecida
como as mãos do suicida
num átimo antes do final...
é bela a união das mãos e da poesia
é bela a união do corpo com o dia
é bela a mão que semeia as estrelas
é bela a noite do teu corpo
em minhas mãos que te querem fazer poesia
as mãos dadas do ser e da poesia
são belas dadas doadas
como transplante
elegantemente juntas
poesias e mãos
harmonia e proteção
mãos mãos e mãos
mãos de um pai redescoberto
mãos de lembrança de amigo
mãos de saber ser irmãos
mãos, nunca em vão...
mãos minhas sobre as tuas
nossas mãos dadas a correr as ruas
Dante Pincelli e Paulo Acácio Ramos
08.04.14
Postado por
Paulo Ramos
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segunda-feira, 7 de abril de 2014
Nu Desde Nós
e feliz e sentir-me feliz
porque estás nu
e por que posso
escorrer meus olhos
sobre ti e a tua nudez
deleitar-me
na descoberta
lenta de cada dobra
e extremidade
beber com as retinas
a tua humidade...
a tua humanidade,
tua nudez
é tão humana
quanto um rio
reafogando
um corpo solto
morto na corredeira
posto na geladeira
nu...
quero ver-te sempre nu
e feliz e sentir-me nu
porque estás feliz.
nu, atrás da porta
nu, num veleiro mediterrâneo
nu, comendo pão
num café parisiense
nu, porque nu sou inteiro eu.
nu e porque não
nu e porque nunca nu
nu e por não estar vestido
nu por nunca ter perdido a luz
nu e porque não dizer
vestido da própria nudez.
nunca perto
nunca longe
mas sempre nu
como a essência
dos pensamentos
a indecência
dos inocentes
pornográfica e
deliciosamente
nu.
despido de mim
faço como tu e dispo-me
de ti também
como se deve despir aquele
que ama
aquele que quer
aquele que deseja
faço como tu
e dispo-me da minha
e da tua nudez.
despido de estupidez
assim se faz o
intenso e imenso nu.
Paulo Acácio Ramos e Dante Pincelli
07.04.14
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