e feliz e sentir-me feliz
porque estás nu
e por que posso
escorrer meus olhos
sobre ti e a tua nudez
deleitar-me
na descoberta
lenta de cada dobra
e extremidade
beber com as retinas
a tua humidade...
a tua humanidade,
tua nudez
é tão humana
quanto um rio
reafogando
um corpo solto
morto na corredeira
posto na geladeira
nu...
quero ver-te sempre nu
e feliz e sentir-me nu
porque estás feliz.
nu, atrás da porta
nu, num veleiro mediterrâneo
nu, comendo pão
num café parisiense
nu, porque nu sou inteiro eu.
nu e porque não
nu e porque nunca nu
nu e por não estar vestido
nu por nunca ter perdido a luz
nu e porque não dizer
vestido da própria nudez.
nunca perto
nunca longe
mas sempre nu
como a essência
dos pensamentos
a indecência
dos inocentes
pornográfica e
deliciosamente
nu.
despido de mim
faço como tu e dispo-me
de ti também
como se deve despir aquele
que ama
aquele que quer
aquele que deseja
faço como tu
e dispo-me da minha
e da tua nudez.
despido de estupidez
assim se faz o
intenso e imenso nu.
Paulo Acácio Ramos e Dante Pincelli
07.04.14
Quanto mais converso com esta nossa cria, mais gosto dela, mais gosto e gosto que me enrosco! PAR
ResponderExcluirCoisa linda, nossa última filha.
ResponderExcluirGeremos outras, muitas outras.