Corpos de cão
assados de tanto
roçar, raçar, esfregar.
Fazer coisas que querem
fazer, coisas que não sabem
fazer, coisas para aprender.
Corpos de cão...
Nus em pelo
num apelo deserto
de serem amados,
de serem afagados...
Portes de cão,
suporte, superstição
água, abrigo, ração...
Ranço, gordura, emoção.
Como os cães a copular,
como dois, em dose mortal,
a comerem-se mutuamente...
Como os corpos dos cães.
Como os colos das mães.
Como o vazio no peito
Como cães ladrando
pra sarar
a sua própria sombra.
Como as sombras
que ladram para
afugentar os cães.
Paulo Acácio Ramos & Dante Saraiva Pincelli
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