segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"suntuosa poesia."


queria ser um grande poeta

de seletas poesias inquietas

que ao menos, se aproximasse

do que me inspira,

que acertasse onde mira...

mas não sou assim

então escrevo poesias ruins

mesmo quando falo de coisas maravilhosas

poemas ralos, tênues prosas...

se o meu destino me concedesse

a criação de um poema que merecesse

agraciar os teus olhos lisos

e os teus ouvidos florescentes

em versos precisos

e rimas comoventes...

sem dúvida eu escreveria

a mais suntuosa poesia

sobre a escrita deusificada

o melhor de tudo o que existe

rima habitada que persiste...

como sou um poeta banal

escrevo um poema trivial

prestando uma homenagem

sinceramente comovida...

partindo de imagens que ficaram retidas

na minha memória envelhecida

do tempo em que o bem escrever

andava do meu lado direito

e tudo o que eu sonhava era perfeito...




2011

domingo, 27 de fevereiro de 2011

"SEJA" OU "UM CANTO DE ESPERANÇA EM ALGUM LUGAR DESSE PLANETA"


CLAREIA,MENINA,
TRAGA AS MARCAS DA MANHÃ
SINTA UM GOSTO DE RAINHA
E UM CHEIRO FORTE DE HORTELÃ...

RISQUE UM RISCO NO ESPAÇO
TIRE OS LAÇOS DOS TEUS BRAÇOS
FAÇA UM CANTO DE PRINCESA
SOB SOLEIRAS OU MORMAÇOS...

TIRE A CORDA DO PESCOÇO
NÃO ENTRE NESSE CALABOUÇO
E APAGUE AS MARCAS DA TRISTEZA,
SEJA LIVRE.LIBERDADE!
JUNTE O AMOR À HUMANIDADE
COM O AMOR À NATUREZA...

SEJA LINDA ,ESTONTEANTE
SEJA ALEGRE E FELIZ
SEJA LUZ E AMOR
SEJA TUDO QUE VOCÊ SEMPRE QUIS...

SEJA LOUCA
SEJA LEVE
SEJA BREVE SEJA CRIS...





1981

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"ilha grande".


LÁBIOS DE CARMIM LIGEIRO
TEMPERO DE HORTELÃ...
CAPIM NAVALHA,TEU CHEIRO
ABRINDO O SOL DA MANHÃ...

CORAÇÃO, VISGO DE PASSARINHO
EMOÇÃO,CÁLICE DE VINHO...

VENTO MOLDANDO TEU CORPO
EU AQUI;MEIO TORTO
UM CIGARRO NO BOLSO
ARREPIANDO À CADA CORTE
A PALAVRA...

NAVEGAR SOBRE O MAR
AO ANOITECER
DESPERTAR SOBRE A'REIA
QUANDO CLAREAR...

DESENHAR OS DESEJOS
QUE ONTEM SE FAZIAM EM SONHOS
CORPO A CORPO NUM SÓ
VALEU...

ARRUMAR AS MOCHILAS
E VIAJAR...
NUMA PRAIA DESERTA
COMEÇAR A AMAR...

É A FUGA DA CIDADE GRANDE...

ILHA GRANDE...




1982
(Beto Miranda e Dante)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"Corpus Livres."


DOPADO,CACHAÇA MANEIRA
SEM PÉ ,SEM CABEÇA,SEI LÁ...


O VENTO SECAVA TEU LÁBIO MOLHADO...


PENSAMENTO PERDIDO
NO TEMPO...
UM DESEJO MORDIDO
NO AR...
UMA PAREDE AZUL
AZULADA...
UM CHEIRO FORTE DE AGUÁ SANITÁRIA
DO LADO DE LÁ
DO PLANETA.



1982

(BETO MIRANDA-DANTE)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"MINHA RUA" OU "RUMO A ETERNIDADE".




EU MORO NUMA RUA TORTA
DO LADO DE LÁ DA CONTRAMÃO
E OS CARROS QUE NELA PASSAM
EU JÁ VI NA TELEVISÃO...


NA RUA TEM SOMBRAS NATURAIS
DADAS POR ÁRVORES ARTIFICIAIS...


ELA É CORTADA POR UM RIO
QUE AGUARDA O DESAFIO
DE QUEM QUEIRA NAVEGÁ-LO...


NO FIM DA RUA,TEM UM VIADUTO
DONDE NOUTRO DIA
UM VELHO PULOU
COM UMA PEDRA NO PESCOÇO
LEMBRANDO DESOLADO
OS BONS TEMPOS DE QUANDO ERA MOÇO...


E POR BAIXO DO VIADUTO
PASSA UM TREM
QUE VAI,QUE VAI...
QUE VEM,QUE VEM...
MAS NÃO PÁRA


E VAI-SE A ESPERANÇA,
DE UM DIA LEVAR ALGUÉM,
PRA LÁ DA ETERNIDADE...




1983

domingo, 20 de fevereiro de 2011

"CADÁVER DE MEDO" OU "MINHA MANEIRA DE TE AMAR"


TEU DIA,É UM TODO DIA
DE ME QUERER À NOITE...
TEU, CIGARRO.É ME FUMAR
ATÉ O FILTRO DOS OSSOS
QUE EU QUEBREI...

TEU PALHAÇO TEM A BOCA
PINTADA DE SANGUE...
O SUOR QUE TE BROTA
DA TESTA
ESCORRE E MOLHA O ROSTO
QUE EU BEIJEI...

TUA SERPENTE
É DE FOGO BRILHANTE...
TEU CÂNCER
TE CORRÓI AS ENTRANHAS
DO CORPO TODO
QUE EU DESEJEI...
QUE EU AMEI,,,

TUA FACA
TEM UM VERMELHO NOS OLHOS...
TEUS SEIOS
QUE BROTAM DO PEITO
CIRCUNDAM E SOMBREIAM O COLO
ONDE EU DEITEI...

TEU CAIXÃO
LEVA UM DEFUNTO PARCO...
NO TEU CAIS
NÃO ATRACA MAIS BARCO...
TUA VIDA
ME CONTOU UM SEGREDO
E CULMINOU
NUM CADÁVER DE MEDO
QUE EU MATEI...



1983

sábado, 19 de fevereiro de 2011

"em transe."


VAGO SOBRE PENSAMENTOS
DIANTE DA VIDA ANTIPÁTICA
PENSO SOFRO E ME ARREBENTO
EM BLOCOS DE VIDA COMPACTA...

E ELE ME DISSE QUE NÃO DISSE NADA
SÓ GUARDOU SEU EGO NUM SACO PLÁSTICO
E EU DISSE QUE ISSO TUDO
ERA UM TANTO QUANTO DRÁSTICO...

QUEBRE AS PAREDES
PICHE OS MUROS
CAIA NA REDE
CLAREIE O ESCURO...

E ELE ME DISSE
QUE A ROTA DO MEDO É TORTA
E EU DISSE:
POR FAVOR
,

ESQUEÇA OS RESTOS DA MULHER MORTA...


SUBA A MONTANHA DO TEMPO

(EM CONTRA-TEMPO)

MERGULHE DE FRENTE NO POÇO DO ID


E PENETRE NA SENSAÇÃO DO SEU SER


DEPOIS RIA,MAS RIA MESMO


DE QUEM NÃO ACREDITE EM VOCÊ...


E
ELE ME
DISSE

QUE NÃO TINHA MAIS NADA A DIZER
E EU DISSE
QUE TENHO MIL COISAS PRA FAZER...

...NOS SAUDAMOS
COM UM LONGO BEIJO(DE LÍNGUA)
E COM BRAÇOS EM ABRAÇOS...
...PARTIMOS SEM RUMO...
...E AMAMOS NO ESPAÇO...



1982


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"volta à partida."

UM DIA MINHA MÃE FOI EMBORA, ENTÃO O BETO MIRANDA E EU COMPUSEMOS ESTA CANÇÃO.





TODO DIA, NASCE UM NOVO HORIZONTE
DESPEJANDO SUA COR PRATA,
NUM VÉU...
TODO DIA O SOL
SOME AO LONGE
E APARECEM AS ESTRELAS
NO CÉU...

NA CARTOLA DO MISTÉRIO
CARNEIROS PASTAM NO MAR
CRIANÇAS BRINCAM NO LITORAL
E OS HOMENS ALEGRES Á CANTAR,
O AMOR...

HÁ SEMPRE UMA ESPERANÇA NO AR
DE QUEM PARTIU,UM DIA VOLTAR
NA ESTRADA,O RASTRO DA PARTIDA
E NO PEITO UMA ENORME FERIDA
DE AMOR...

SE QUEM PARTIU, UM DIA VOLTAR
QUE DEITE PERTO DE MIM
E ESTAREMOS JUNTOS ENFIM.
E O AMOR...
E O AMOR...




1982 (BETO MIRANDA-DANTE)(para mamãe)

"Para Beto Miranda".

Esta é uma canção do Beto Miranda e minha, mas aqui, coloquei apenas a parte escrita por ele, pois hoje é seu aniversário e ele é o grande homenageado.
Em 1980 tínhamos um Grupo chamado "CORPUS LIVRES", compúnhamos, tocávamos sempre, participávamos de festivais e até fizemos uma temporada do shows que tinha o mesmo nome desta canção: "VIAJANDO".
No cenário tinha, dentre outras coisas, uma gaiola quebrada e um muro pichado assim :
"POVO MOLE EM DITADURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA".




fotos do projeto "Corpus livres"






"Viajando"



Corri mundos, passagens

E cantos proibidos

Vi pássaros, regatos

No caminho do perigo

Ouvi gritos, gestos e vozes

Do paraíso

Nas palavras, pensamentos

E risos de um perdido...

É preciso viajar

É preciso...

Por essa vida desvairada

Nas curtas linhas que escrevo

Por essa longa estrada

É preciso viajar

É preciso...

Por ninhos de serpentes

Pelas vilas e bordéis

E por mais que você tente

Se prender como quartéis

É preciso viajar

É preciso...


Canção de Beto Miranda



O mundo deveria decretar feriado no dia de hoje, pois foi num dia como este que, há anos atrás, nascia um dos maiores poetas que o mundo gerou, um artista daqueles que dá vontade de conhecer cada vez melhor, cada vez mais.

Infelizmente ele nasceu no Brasil, país que não valoriza seus artista nem a arte de quem não tem “padrinho”, por isso teve que se render à atividades que gerassem renda pra sustentar a sua família, ainda que trabalhando com a criatividade, ele tem que passar pela aprovação de clientes exigentes e que não entendem a arte de criar, mas como tudo tem o seu lado bom, se ele não nascesse aqui, talvez tivesse rico e todos o conhecesse, mas eu nunca teria tido a oportunidade de conviver e aprender tudo sobre escrever com ele.

Sem exagero algum, Beto Miranda é o melhor poeta que conheço.

Parabéns amigo Beto.

A Izaura ta me perguntando se eu acho mesmo que ele é o melhor poeta que conheço, logo ela, que sabe que não sou chegado a hipocrisias baratas, se eu não achasse que ele é o melhor, eu diria que é grande poeta, um dos melhores etc... Eu li Neruda, Drumonnd, Maiakovski, Chacal, Jorge de Lima, João Cabral, Bandeira etc etc etc, mas nenhum deles falou exatamente aquilo que eu queria e da forma que eu queria, por isso o Beto Miranda é o que melhor traduz as coisas de mim, pra mim, em mim.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"serena morena."

"serena morena."


se molhar sereno
serena morena
tentar abrir inteira
pequena manhã
no meio da madrugada

tentar aquecer clareira
facho de verão
numa estrela apagada

e se amar é pouco
pra quem do pouco
não quer nada

viver não importa
importa é ser amada...



canção de Dante e Beto Miranda --- 1980

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"a festa de césar"


haveria uma festa,,, todos foram convidados e incentivados verbalmente,,, todos, ou pelo menos a maioria, estava disposta a ir, pois as tensões criadas pelas grandes cidades hoje, acua a todos e, como a festa seria na fazenda, queriam a chance de se aliviarem num fim de semana,,, todos os convidados eram adultos com excessão de uma sobrinha de césar, o nosso anfitrião, ela devia ter uns treze ou quatorze anos e era muito bonita em sua alvura desabrochante e tímida,,, na chegada, cada pessoa recebeu uma caixa lacrada com a instrução de guardá-la e só abrir quando assim fosse solicitado,,, já era noite a festa ia alta, alguns dançavam, outros tocavam e cantavam e outras ainda conversavam e bebiam,,, lá pelas onze e meia o dono da casa pediu para que todos se reunissem no grande salão,,, depois de reunidos, os quarenta e um ocupantes da casa, césar começou a falar: - essa festa, amigos, não é o que parece ser, ou seja, não é a simples comemoração do meu aniversário,,, é muito mais,,, há muitos e muitos anos, o avô do meu avô, que era arqueólogo encontrou uma pedra, que segundo estudos posteriores, pertenceu a vésper (uma divindade da grécia-antiga, companheiro de lúcifer), essa pedra passou através das geracões de mão em mão até chegar a mim e , junto com a pedra vai sempre uma obrigação a ser cumprida e a minha, espero terminá-la hoje, com sua ajuda,,, ninguém movia sequer o olhar,,, eu gostaria (continuou) que todos pegassem suas caixas e abrissem obedecendo à ordem que eu disser,,, todos obedeceram,,, primeiro ele pediu que sua sobrinha abrisse sua caixa, ela o fez e tirou de dentro um único brinco que tinha por pingente uma pedra muito estranha de cor vermelha,,,césar pediu para ela que desse uma utilidade ao objeto,,, sem titubear ela pôs o brinco em sua orelha esquerda,,, agora marta! que também deverá dar uma utilidade ao que encontrar, assim como os demais,,, marta abriu a caixa e encontrou uma fita de cetim não muito larga e que deveria ter meio metro de comprimento, enroscou a fita, amarelo ouro com detalhes em violeta, em sua cintura fina,,, o próximo segundo césar, poderia ser qualquer um menos ele mesmo que também tinha uma caixa,,, eu abri a minha e, de dentro dela tirei uma esferográfica azul e duas folhas de papel de carta,,, pus-me então a escrever o que passou-se até esse exato ponto,,, o resto,,, acontecerá. 1991

domingo, 13 de fevereiro de 2011

MUSA 7


, e de repente você foi tomar banho, eu quase morrendo, desmaiei de prazer, você como se soubesse de tudo que estava acontecendo, como que por telepatia, interrompeu o meu desfalecimento com um simples pronunciar mágico do meu nome, veja bem! o meu próprio nome, me salvando da quase morte, a magia louca da tua voz, tua voz, tua vez de ser amada, por mim, tô ai... tomando banho e te vendo em cores vivas bem aqui.




beijos
amor








postado por Izaura carolina

sábado, 12 de fevereiro de 2011

"escrita toda."

escrevo tudo ou quase,
escrevo, mudo a frase,
absurdo à crase,
veludo ou gaze,,,

estou pronto pra mais uma luz que venha

não sei de onde
e me dê um bonde
rumo à escrita toda

e que se foda a roupa que vou vestir

ou o disco que você quer ouvir
ou a tua palavra inédita,
que passa a existir
é bom demais
ir e vir
por entre palavrocas inusitratadas
e peneirar os seus melhores significados
e, então,
deitar e rolar como nos outros escritos...


Poema escrito hoje no prjeto Fez-seBook, que está acontecendo e visa escrever um livro em 24 horas, em tempo real.
Visitem minha nota no facebook, ela chama-se abertura.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"passatempo favorito."


tem vez que eu falo
tem vez que eu grito
tem vez que eu paro
tem vez que eu agito

mas meu passatempo favorito
pode ser meio esquisito:
é ver teu nome escrito
na bunda do mosquito...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"cabeças de filhas."


se sacie com meu corpo
me sacie, me deixe morto
toma, é teu meu coração...

dê-me um beijo apaixonado
não me deixe alucinado
como quem perde a razão...

só queria ser um barco
navegar pra tua ilha
percorrer todo teu mar
pai e mãe cabeças de filhas...

beber água cristalina
um menino e uma menina
caminhando até em casa...

nas cabeças nossas filhas
vão seguindo nossas trilhas
pra poderem voar sem asas...

só queria ser um barco
navegar pra tua ilha
percorrer todo teu mar
pai e mãe cabeças de filhas...


1981

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"verão."


o rio fica excitante no verão



o rio de pernas de fora é um tesão



embora os rostos permaneçam fechados...




1992

sábado, 5 de fevereiro de 2011

"voar no ar."


os mistérios do ar
abrigam pipas e aviões
borboletas e abelhas
libélulas e balões

tudo que voa parece mágico
tanta coisa voa, voa coisa tanta
mas de todas as coisas que voam
passarinho é a que mais me encanta...





1996

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"avenida."


num curto espaço
não curto o espaço
no louco mormaço horrorizo e anarquizo
n'avenida brasil...

se não houver mais zona
nem trânsito na lona
daqui pro ano dois mil
eu não mais horrorizo
só anarquizo e arborizo
àvenida brasil...

danço uma contradança
em contratempo bem lento...

em cada metro de passarela
em cada faixa amarela
do asfalto
grito alto
à cada carro que passa
jogando fumaça
n'atmosfera de abril
no céu cinza-triste
d'avenida brasil...



1984
escrito no banco do ônibus S. Vicente X Central, na altura de Bonssucesso.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"quintal."



no quintal da minha casa
quando, às vezes, me distraio
pardais dividem os pedaços de pão
colocados ao acaso
sempre no mesmo lugar
no quintal da minha casa...

no quintal da minha casa
quase todas as coisas tem asas
borboletas sobre margaridas e flores do mato
gafanhotos que devoram bertalhas
e toda a imaginação que voa à solta, sem pressa
no quintal da minha casa...

no quintal da minha casa
o peito arde em brasa
quando penso em fazer nada
ouvindo uma música silenciosa
tocando insistentemente
entre a mangueira e o banco da varanda...

no quintal da minha casa
me entorpeço com o cheiro da erva cidreira
olho o verde das bananeiras
às vezes, repico o sino
só pra quebrar a maravilhosa monotonia...

contemplo parado meu jardim
de trevo de quatro folhas...
esmiuço os mais longínquos
cantos do pensamento
e tento organizar o quebra cabeças
da minha memória
remonto todas as fases emocionantes
da minha história...

me aborreço e me alegro
no caminho de pedras
que montei enquanto chovia
e eu cantava
no quase perfeito
lado direito
de quem entra
do quintal da minha casa...



1990 / quando eu morava em São Bernardo / Belford Roxo, um lugar feio, uma casa pequena, mas com um quintal maravilhoso e uma gente ( Izaura e Lis) simplesmente perfeita.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011