sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

1º festival Beto Miranda de poesias (Rodada 5)





Sejam em salões vazios, casas cheias, florestas encantadas ou nos versos bebidos com Drummond, tudo resulta numa catarse pessoal e coletiva, consensual e atrativa, banal e atrevida... É a vida e, do tempo que pouco resta, escrevamos poesias sobre

FESTA!




“RESTO”

(Marcelo Asth)



Eu estive ausente da festa
e só voltei quando atestei
que nada resta.
Cacos, copos, balões em pedaços;
minha alma acompanhava
os últimos passos.
O silêncio das caixas
de música,
dos presentes,
o som ambiente:
tudo estava fora.

Dentro de mim,
a aurora.



“sem título”

(Maria Clara Coelho)



Letras sóbrias
cantarolam
o que restou do ontem
Não lembram
foi sonho
aconteceu

memória misturada
verdades incertas

e a única alegria
que invade
é sem tempo

um copo.
vazio
deslocam
saudades
in loco

sorrisos
com jeito de sexta-feira
brisa abafada
da sala fechada
− Entenda, não é possível entender.
− Mas sinta, sinta o quanto puder.
− E minta o necessário.

Ele disse a ele
Eu disse.
Quem?
Algum
em outro aqui.




“Na Floresta”

(Anderson Fortuna)


Eles vêm de todas as galáxias
Em suas naves
Vestindo suas fantasias e
Suas metamorfoses

Tum ti tum ti tum tum
Triim traaaammm
Praaaam preeeem

Duendes e gnomos servindo
Guloseimas

Que vão abrir as portas do inconsciente
Luzes e sombras
Mútiplas realidades
Esferas sublimes e
Abismos profundos

Mulheres nuas dançando
Kama-sutra
Auuuuuuuuuuummmmmm

A pajelança eletrônica
Átomos e elétrons percorrendo o meu cérebro
E cada célula do meu corpo
Acompanhando o pulsar
Da Floresta
Do transe da Festa





“Dança da solidão II”

(Lohan Lage Pignone)



A festa acabou.
E meus sapatos nem haviam pedido pra parar.
O vinho acabou.
E não havia um Jesus para providenciar.
A vida acabou!
A luz se apagou...
E este coração que se fez tão seu
Naquela festa... Dançou.
Marcho
Sem ter para onde
Vou dar com a solidão
Numa esquina de Hanói.
Com ela dançarei
A valsa vienense
A festa recomeça
A solidão não me deixa ausente
Do meu próprio eu
A festa recomeça
As luzes se reacendem.
Posso escutar a multidão
Que no salão da minha vida
Estava calada.
Posso ouvir Olivia Newton-John
E agarrar-me à cintura de minha própria sombra
Esculpida na parede
Tivesse um guarda-chuva, dançava na chuva
Mesmo sem chover.
Os gatos-tristes repousam
e os ratos-solitários fazem a festa




Para a próxima rodada o tema é


AMÁLGAMA.



Todos os poetas podem e devem escrever suas poesias que
devem ser enviadas a mim até a próxima sexta feira (17 de fevereiro) pelas mensagens do FaceBook,pois publicarei-as no sábado pela manhã.

Desejo muitas poesias pra recuperar o tempo perdido... Como se isso fosse possível.

14 comentários:

  1. e agora, Dante? A festa acabou e por aqui passeiam finais de festa, sobras, sombras, lembranças e sonoridades. Achei muito legal o fato da maioria falar de uma festa que foi. E o que fala da festa presente, é pura euforia boa! Essas rodadas temáticas instigam a um pensamento de imagem muito redondo; legal escrever o que se pensa naquele momento sobre aquela proposta.

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  2. Asth, poesia é MOMENTO E ETERNIDADE
    , mas disso vc sabe...
    Que minha médica não me ouça, mas tô eufórico.

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  3. É um prazer participar deste Festival de Poesia, desta rodada, com 3 Amigos tão Talentosos, adorei Vossos Poemas, Vocês escreveram com o Coração... É uma Festa da Poesia...

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  4. Ah, adorei! As poesias estão lindas, mas a do Marcelo... está bárbara!!! Parabéns aos participantes e ao organizador do festival!!!

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  5. Dante, os gatos tristes e aqueles alegres serão sempre Gatos.
    Bom rever seu Blo. abçs. Denise.

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  6. Gostei de todas, altíssimo nível.
    Maria e Lohan disseram como se fora eu.
    Parabéns, meu amor, pela retomada (até que enfim essa P$rr@ voltou).

    rsrsrsrs

    Izaura Carolina

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  7. o sol que vem de la

    de tras do mundo

    transeunte vagabundo

    vem a rosa despertar

    vem beber no jardim

    a poesia

    que a moca da janela

    viu passar

    a festa continua dentro da alma nua

    cada um na sua

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  8. le le lê!
    le le ô!
    até que enfim o blog voltou!

    hahahaha agora vamos pra festa... carnaval me espera!

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  9. Muito bom mesmo!!! A festa demorou, mas agora não tem hora pra acabar! Mesmo que eu chegue atrasada, virei beber uns drinques com os talentosos poetas sempre que puder. Um brinde à poesia!!!

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  10. Um salve para todos os poetas e para o nosso amigo Dante, que está de volta!

    Adorei os poemas. A festa finalmente aconteceu.
    Só gostaria de fazer uma observação: no final do meu poema, "Dança da solidão II", há um último verso, o qual não foi postado. Com certeza, quando o enviei, deve ter cortado, mas sem problemas. Se me permitem, postarei aqui os dois últimos versos:

    "os gatos-tristes repousam
    e os ratos-solitários fazem a festa".

    Obrigado, abração!
    Lohan.

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  11. Obrigado a todos os poetas pela excelente safra que deixei maturando em barris virtuais.
    Obrigado aos comentaristas que já fazem parte do festival, sem vcs não teria a mesma graça e beleza...
    Fetas e festas, saudades maculadas em poemas, gostinho de quero mais... E agora José?
    Anderson revirou elfos, fadas, duendes e fez outra festa de arromba.
    Estou pronto pra próxima rodada já recebi duas poesias que me maravilharam... Pelo que sinto, vem aí a melhor (as melhores) do festival.
    Não to mais falando coisa com coisa...Noite mal dormida...
    Bjs

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  12. Marcelo asht e Anderson Fortuna...Anderson,vc se superou!
    Quero entrar nesta festa
    bjus

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  13. Oficina de Redação sou eu,Renata Buzak

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  14. Tava sentindo a sua falta dona Oficina.

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