*Mezanino.
"CLICK"
(J Lais)
Saudade,
Tento detê-la com
o controle remoto.
Ligo se preciso e
desligo se necessário.
Mas, é efêmero este
remoto controle, que
ilude minha hipocrisia
por crer nesta praticidade.
Desejos ausentes e ardentes
de se ver, voltar, ter e possuir.
No mezanino as recordações,
deslizam a outros pavimentos,
Frustrando claramente a ação
desta tecnologia sentimental!
Rio de Janeiro - RJ
“Sem título”
(Jan Neves)
Era menino
E o mezanino
Era o melhor scope do cinema.
Dia de bala e cara melada,
Pipocavam sonhos, medos,
heróis e fantasias de amor;
Saudade que não cabe
No controle remoto
De um televisor
Rio de Janeiro – RJ
“sem freio”
(Dante Pincelli)
sou o olho da criança
procurando a próxima diversão
um controle remoto auto zapiável
não há saudade que me freie...
das escadas pro mezanino
dalí pro telhado
e de cima
um voo
razante
razoável
a queda livre
não me livra da dor
constrange-dor...
Macaé – RJ.
“Mezanino”
(Paulo Acacio Ramos)
Olhei para ti, nu,
e senti saudade...
quis ligar a televisão
,assistir uns pornos,
dedicar-te uma punheta.
Mas, não sei do
controle remoto.
O tempo do amor
é relativo e proporcional.
Proporcional à paciência
que se tem
e relativo ao respeito
que se dá...
Trofa – PT
“controle remoto”
(Zecafran)
controle remoto
remota saudade
que invade minha alma de menino
como o sol que clareia
as sombras do mezanino
queria ter um controle remoto
onde pudesse escolher
a programação de nossas vidas
onde a saudade vale a pena ver de novo
na tela quente do show da vida
Niterói – RJ
“Ínfimo”
(Arcelo Asth)
Eu, tão pequeno,
Belo porque ínfimo,
Por me envolver de melancolia
Fui criando minha saudade...
Saudade de mim,
Do que se foi
E do que nunca tive.
E fui pesando o peito,
Que ando sem jeito e energia.
Perdi o viço e viciei em mim,
No meu reino de sofá, TV e luz difusa.
E a mesa de centro,
Um mezanino pra mão alcançar.
E todas as minhas vontades
Querendo um controle remoto
Pra eu não me cansar.
Rio de Janeiro - RJ
“Admirável Brasil Novo ou As Barricadas da Mente”
(Anderson Fortuna)
Autômatos depreendem a rotina
De repente no subconsciente
No mezanino da mente
A propaganda ecoa
Símbolos comandam a massa
Que é amassada para fazer pizzas
Porque é assim que tudo acaba
Signos marcam o gado a ferro e fogo
À imensa distância
Eles apertam os botões
Do seu controle remoto
Estratagemas maquiavélicos
Cavalgam nas ruínas
Atmosferas emergem de seus corpos
Pálidas sentenças
Vertigens de toda saudade
As correntes são diferentes
Porém ainda estão presentes
No mais profundo
No labirinto das sua mentes
Mentecaptos e suas sombras
Dilaceram o espaço
Hackers subvertem os programas
E constroem suas barricadas criptográficas:
Elortnoc trono corno rolo elo olé centro norte ronco tronco rolé conto trenó cetro
Otomer morto metro moto remo roto temor morte reto tomo morô
Edaduas seda duas seu usa sua
Oninazem menino zen meio neon om onze mano
Então no âmago das fibras ópticas cerebrais
De cada Homem brota um novo mundo
Assim os seres humanos renascem do pesadelo
E manifestam a Luz da Imaginação
Rio de Janeiro - RJ
“Quisera”
(Vinicius Manne)
De onde vem, pra onde vai, como vim
Esse tempo, como venta
Comovente tentativa, embora vâ
Coração é lugar que se entra, mas é sem porta
Não comporta controle remoto, pois o tem interno
Quisera tivesse porta, controle
Saberia fazer entrar, sair
Saudade não faria casa
mágoa nem ficava
reintegrava a posse do teto da alma
mezanino do sentimento
todo mole, sem cimento
se derrete, entra na forma
mas não molda
Não obedece
Rio de Janeiro - RJ
Agora cederemos espaço para o concurso Língua'fiada de poesias, que a julgar pelo festival, será um grande sucesso.
Esperamos que cada participante do festival, seja também do concurso.
Mais uma vez vos digo: Todos, sem excessão são responsáveis pelo grande sucesso dessa festa da poesia.
Obrigado!