madrugada lenta,
luz difusa,
espelho rachado.
em cada pedaço
do tempo em estilhaço
susto posto no rosto:
sou meu pai!
em rugas cínicas
saudade que não há,
no claro dos olhos
conselhos não dados,
no branco longo da barba
medos não curados,
sob o calvo da cabeça
poesias que não dediquei...
só entendi
sóbrio e solene
em minhas falhas
e minhas filhas
que ora vagueiam
no eito imperfeito do mundo,
levando junto
meu coração
intenso e farto
que descompassa confuso
(nelas)
fora de mim.
2011
Poesia
enviada e postada hoje no concurso do blog Autores s/a, não sei ainda o
resultado, mas a escrita deste deste texto me fez esparramar meus
fantasmas todos em uma mesa, embaralhá-los e soprá-los pra longe como
cartas na ventania.
Publicado e 12 de agosto de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário