segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"mercadoria"








o mundo perdeu seu sentido moral, ético, legal, estético, poético... é patético o modo com o qual o homem dirige a sua vida, a bagunça foi promovida, a terra foi atingida por esta tosca engrenagem de sacanagem, sabotagem, pilhagem, cafajestagem advindas do capitalismo selvagem: a única forma de viver, segundo os poderosos... seus carros vistosos, aposentos luxuosos e apetites gananciosos, os 'obrigam' a não largarem a teta farta e, por ela, se mata, com guerras, de fome, de raiva... o meio preferido é a propaganda que anda enriquecendo os donos de agências... o negócio mais rentável do mundo é a propaganda... você se espanta? ela arrecada mais que o tráfico de drogas ou de armas... a máxima capitalista: " a propaganda é a alma do negócio", anunciou, há muito, que isso aconteceria, mas ninguém sabia a que ponto chegaria... o professor que se expluda, o capital está à toda, girando e enriquecendo os ricos, alimentando e abastecendo os malditos, que inventam conflitos pra aumentar seus montes de dinheiro, ao resto, nada o deles primeiro, o resto que se dane... a economia está em pane, neste vexame de adiar os pagamentos, nós, os elementos pobres e honestos do planeta, nós, os homens de bem, girando nessa roleta que nos desequilibra entre o bem e o ruim, nós, tratados assim, como massa de manobra, comendo as sobras, quando sobra, nos arrastando feito cobra, pra garantir as migalhas, equilibrados no fio da navalha, tecendo parcas mortalhas e, por detrás das muralhas daquele castelo ali ao lado, um belo banquete pra 300 convidados, com salmão defumado, vinho importado, tudo conseguido com o nosso suor, tudo do bom e do melhor e, o pior, é que não podemos nem olhar, somos presas fáceis de apanhar, eles estão no topo da cadeia alimentar, nos convencendo de comprar coisa que nós mesmos ajudamos a fabricar... um escravo custava mais caro que um operário, caso contrário, ainda estaríamos acorrentados, mas com casa, remédio e alimentados, bem cuidados, como valiosas mercadorias, hoje, somos só porcarias. 
 
 
1999 




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