(Paulo Acacio Ramos e Dante Pincelli)
(Foto: Leticia Cardoso)
Nu pelo apelo do telhado
pôs-se a pelo e nu pelo telhado
a galgar as telhas
pôs-se a ver a olho nu
o que não se vê em baixo
mas vê-se por baixo
quando se está nu em pelo
estirado ao longo pelo telhado
a nu...
há menos nudez
no nu que se expôs
há menos de nós
nus nos telhados
há menos telhados
nas lajes frias das cidades
há menos cidades nuas
pelas voltas do mundo
vigilância indomável
câmeras infelizes
procuram em vão
a minha clara nudez...
no que vejo de teu nu
infinito tão nu e tão bonito
há um gosto de belo
na ponta da língua
no canto do olho
que te vê nu
no telhado..
Maravilha, a nossa poesia tem mesmo tudo a ver uma com a outra, quando se esbarram fazem sons de ouvir para sempre.
ResponderExcluirBeijos, meu querido!
PAR
tambores ancestrais
ResponderExcluirecoando dentro da gente
teclado de pianos siderais
solos de guitarras transcendentais
gritos ensurdecendo
os mortos
refastelando os tortos
revirando os corpos...