escrever agora? o que? como? onde?
é claro que admiro a palavra
e a burilo (ou burilava)
em qualquer estilo que me assola ( ou assolava )...
onde estive!? onde você estava?
eu sou irmão da contracultura
áspera sem ternura ( jamais )...
sou filho do concretismo
absurdo
idealismo (Pignataris e Campos)...
sou neto do Oswaldomodernista
arte brasilianista...
sou amante ( o outro ) de Caetano
poemúsico, literobahiano...
e creio nas profecias do Raul
nas bruxarias em azul
( eu uso óculos escuros )...
fui poeta nos 70...
esteta nos 80...
pateta nos 90...
nos 2000 ninguém me aguenta...
sigo a reta em marcha lenta...
nenhuma seta me orienta...
viva a palavrescrita,
a palavrafalada,
a palavraimpressa,
a palavradita,
a palavragritada,
a palavrapensada,
a palavraengolida,
a palavração,
o palavrão,,,
de onde venho poucos escrevem...
as coisas que tenho me servem...
me empenho em coisas que não prescrevem...
acho que nada em mim presta...
acho que não presto...
escrever é o que me resta,
assim me manifesto...
ida, vinda, vida, linda, partida, finda...
fodida ainda...
2011
Muito lindo e forte.
ResponderExcluirAdorei!
Há quem ache o poeta pateta
ResponderExcluireste não sabe onde canta o galo,
há quem seja um lindo pateta
encantador poeta
este sabe de cada coração, seu abalo
faz tremer, esmetrecer,
desmoronar, derreter
com o calor
da palavra que queima
arde
esquenta
acalora
amorna
até esfriar
para só então recomeçar.
Viva o poeta,
majestoso e belo
que de pateta nada tem
isso só é fato
na mente teórica
destes impassivos telespectadores
e suas retóricas.