quarta-feira, 2 de março de 2011

“de poeta e pateta...”



escrever agora? o que? como? onde?

é claro que admiro a palavra

e a burilo (ou burilava)

em qualquer estilo que me assola ( ou assolava )...



onde estive!? onde você estava?

eu sou irmão da contracultura

áspera sem ternura ( jamais )...



sou filho do concretismo

absurdo

idealismo (Pignataris e Campos)...

sou neto do Oswaldomodernista

arte brasilianista...

sou amante ( o outro ) de Caetano

poemúsico, literobahiano...

e creio nas profecias do Raul

nas bruxarias em azul

( eu uso óculos escuros )...



fui poeta nos 70...

esteta nos 80...

pateta nos 90...

nos 2000 ninguém me aguenta...


sigo a reta em marcha lenta...

nenhuma seta me orienta...



viva a palavrescrita,

a palavrafalada,

a palavraimpressa,

a palavradita,

a palavragritada,

a palavrapensada,

a palavraengolida,

a palavração,

o palavrão,,,



de onde venho poucos escrevem...

as coisas que tenho me servem...

me empenho em coisas que não prescrevem...

acho que nada em mim presta...

acho que não presto...

escrever é o que me resta,

assim me manifesto...



ida, vinda, vida, linda, partida, finda...

fodida ainda...





2011

2 comentários:

  1. Há quem ache o poeta pateta
    este não sabe onde canta o galo,
    há quem seja um lindo pateta
    encantador poeta
    este sabe de cada coração, seu abalo
    faz tremer, esmetrecer,
    desmoronar, derreter
    com o calor
    da palavra que queima
    arde
    esquenta
    acalora
    amorna
    até esfriar
    para só então recomeçar.
    Viva o poeta,
    majestoso e belo
    que de pateta nada tem
    isso só é fato
    na mente teórica
    destes impassivos telespectadores
    e suas retóricas.

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