terça-feira, 1 de março de 2011

“somos os nós”.



a folha

onde caem letras desgovernadas

em palavras quase dosadas...

dentro dela

secam-se estações

de tempos e seus rumores...

flutuam bolhas

meras levitações

das mil estampas

em claras cores...

sabem-se os traços

que roubaram da espécie

a paisagem

ligeira

a canção primeira da manhã

a dispersão do sensato

o boato feroz

a mão do algoz...

porém, a vida salta

por sobre as rampas

das ruas enlouquecidas

e, os nacos, ainda purgam

finda a espera insana...

tem-se os lados pra se olhar

daí piratas velam em sonhos

daí não vou ao mar

e

então, só então

posso ficar: eu e a folha

que somos os nós...




2011

Um comentário: