a folha
onde caem letras desgovernadas
em palavras quase dosadas...
dentro dela
secam-se estações
de tempos e seus rumores...
flutuam bolhas
meras levitações
das mil estampas
em claras cores...
sabem-se os traços
que roubaram da espécie
a paisagem
ligeira
a canção primeira da manhã
a dispersão do sensato
o boato feroz
a mão do algoz...
porém, a vida salta
por sobre as rampas
das ruas enlouquecidas
e, os nacos, ainda purgam
finda a espera insana...
tem-se os lados pra se olhar
daí piratas velam em sonhos
daí não vou ao mar
e
então, só então
posso ficar: eu e a folha
que somos os nós...
2011
Dante, sempre Dante!
ResponderExcluirMuito bom!