II Festival Beto Miranda de Poesias- Rodada 10/Foto.

Izaura Carolina escolheu para tema desta rodada esta foto sua:

 

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“click ( fragmento de segundos eternizando o tempo)”

(Izaura Carolina)

Macaé-RJ

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“NA ÍRIS”

(Jorge Luiz)

Na linha do tempo

Já não é sem tempo

Que me levo ao vento

Me deixo sorrir

Quero sair

Liberdade, ir e vir

Um pássaro, clicar

Estrelas da noite, registrar

Acesso a vida, em todo lugar

Focando o mundaréu

De gente ao léu

Miro a lente por baixo do véu

Revelando detalhes da bela nudez

Ambiguidade tímida, talvez

Presa na íris discreta, polidez.

Ousadias caladas

Se divertem em ciladas

Em foco e admiradas.

Rio de Janeiro-RJ

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“revelação”

(Zecafran)

a máquina de lentes objetivas

não disfarça seu intento

captura a alma dum sorriso

prende no seu íntimo

a feição dum espanto

Niterói-RJ

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“O poder da lente”

(Ana Gouvin)

A lente

que tudo lê

que tudo captura

não mente

nem desfigura

ela apenas matura

as verdades absurdas

que a gente

a olho nu

não vê.

Rio de Janeiro-RJ

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“lê gente”

(Vinni Corrêa)

a lente capta

imagens ágeis

imagens lentas

mas nenhum zoom

é lente capaz

de ler o homem

dentro do homem

Rio de Janeiro-RJ

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“olhente”

(Dante Pincelli)

lentes de ver o teu cheiro

oleiro modelando em afã

talismã, gozo inteiro

lascivo toda manhã...

amplidão

vista sobre meu ninho

mansidão

beijo com gosto de vinho...

o tempo é puro suborno

saltitando em torno

e o olhar, mero adorno

o foco está na palavra...

esperava voar

ao anoitecer

despertava do sonho

antes de se dar...

desenhando segredos que somem

na memória dos homens

corpos livres num só...

eu vi...

olhei pelo filtro

grande angular

abertura veloz

toda luz

revelar...

o zum  traz você pra mais perto...

meu olhar deserto.

Macaé-RJ

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“Vida eterna”

(Cinthia Kriemler)

quantas nova iorque

em sandy

em pose

em close

de fim de tudo

cabem no túnel

escuro?

quantas luas defloradas

pelo poeta

em risos debochados

indecisos, maliciosos

atravessam

o vidro espesso

desfocado?

quantas bichos de jardim

quanta gente que se foi

quantos jarros, frutas, ruas

pontes, céus, mulheres

nuas

engatinham no bocal

redondo do teu metal?

quantas misérias

quimeras

quanta saudade

verdade, bondade

quantos dias lindos

quanta dor infinda

imortalizas em zoom?

só nunca te olhas

nunca te imaginas

nunca vês

a ti mesma

porque és deusa

colhendo vida eterna

Brasília-DF

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“Primavera” 

(Roberto Fernandes)

Olhei a manhã pela janela

E vi o meu olho acordando no silêncio do olho dela

Saí num sorriso branco

Assoviando atrás da cidade

Veracidade

Com as mãos nos bolsos

Ver a cidade

E correr perigo no coração

Nos tantos caminhos tontos

Que levam

Nossos dias

Nossas veras

Nossas primaveras

Prá dentro da boca da vida.

Olinda-PE

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“Registros de uma vida”

(Bené Pignone)

Na máquina de fotos,

lembranças de um

amor de infância.

Numa velha máquina fotográfica,

segredos de um grande amor,

quantos segredos de guerra!...

A lente que flagra a nuvem

flagrou o meu olhar

A lente que flagra o nascimento

flagrará a minha morte.

Sorria: você está sendo filmado

Teu filme, no futuro,

Se chamará saudade

Trajano de Moraes-RJ

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"Jogos de Lentes Progressivas"

(Paulo Acacio Ramos)

Grande-angular

Sou mais crepúsculo do que aparento...

Gasto meu tempo a contar momentos!

Que é feito da manhã que não amanhece?

Fotografia de alguém que ninguém conhece.

Tele-objectiva

Mera sugestão lunar de cume e sombra...

Estranho silêncio da atmosfera!

Quem agora desvanece na fotografia?

Deste tão-somente espaço e tempo.

Instantâneo

Endireita-te e sorri...

Depois dá uns passos

para o lado!

Para ver se sais do foco

na minha fotografia...

Trofa-Portugal

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“MADE IN JAPAN”

(Edweine Loureiro)

Oh, quão diferente

É ver, por tuas lentes,

O tempo presente

Na Terra do Sol Nascente.

Sem gueixas,

nem samurais…

Sem Kurosawa,

Nem bonsais…

(Nada disso existe mais.)

Pelas ruas de Shibuya,

A realidade dura e crua

É dos desempregados,

Desabrigados,

Desesperados…

Que se jogam frente a um trem,

Por não poderem ir além

Nesta Terra-de-Ninguém!

Se minha palavra lhe chocou,

Desculpe-me o leitor:

Mas foi este o quinhão

distribuído ao Japão

pela Globalização.

Uma experiência traumática

Registrada por máquinas,

Seja iPhone ou fotográficas,

Que, hoje – ó triste sina –,

São todas feitas na China.

Saitama – Japão

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“Made in Japan”

(Lohan Lage Pignone)

Em Tóquio

nasceu um pedaço

do meu

quintal,

lá onde a laranja madura

o seu sabor

lá onde tem sombra

pra madurar pensamento

de gente grande

que tem problema maior

lá de onde vem o tapete

que cobre o terreiro de morte

no outono

Revelou-se o meu canto

apesar das cerejeiras em flor

lá de onde o sol

nasce primeiro.

Trajano de Moraes-RJ

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“meu vizinho”

(Ricardo Prins)

meu vizinho tem olho aberto

pois não veio do japão

gosta de espiar na janela

e de me seguir no portão

cabra safado vagabundo

só quer saber de bizoiar

observando todo mundo

e lançando a fofoca no ar

vizinho meu fi'dumaégua

se um dia na rua eu te encontro

te pego te encho de porrada

c'est fini ponto final e pronto

Curitiba-PR

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“Cabeça de elefante”

(Redson Vitorino)

Num instante

captura-se um momento

recordar-se em algum dia

Petrópolis-RJ

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Esta será a última rodada do II Festival Beto Miranda de Poesias

e, para isto, não haverá tema escolhido, ao invés disso,

cada participante deverá enviar um trabalho seu, de sua escolha, serve  

qualquer trabalho, qualquer tema

desde já fica a saudade e a vontade de começar o III festival.

Os trabalhos devem ser enviados, preferencialmente, pelas mensagens do Facebook pra:

Dante Pincelli O Velho

e, no caso de formatação diferente, arquivo fotográfico etc,

envie para  o e. mail:

dantearte@hotmail.com

Os trabalhos de vem ser enviados até sexta feira, dia 09 de novembro, às 12:00 h, impreterivelmente.

Fica aqui meu eterno agradecimento aos participantes dessa festa da poesia, que tornou o LínguA’fiada o blog mais bonito do planeta.

Agradecida e orgulhosamente.

Dante Pincelli O Velho