O tema desta última rodada do
II Festival Beto Miranda de Poesias
é
é
LIVRE
&*&*&*&*&*
“O
velho poeta e o tempo”
(Izaura
Carolina)
Macaé-RJ
&*&*&*&*&*
“sobre
as novelas”
(Dante
Pincelli)
represento
ao vivo,
enquanto
cativo,
corações
desesperançosos...
assim,
sigo
pisando em ovos.
Macaé-RJ
&*&*&*&*&*
“IMIGRANTE”
(Edweine
Loureiro)
Lembra do
lar,
distante…
E segue
adiante.
Saitama-Japão
&*&*&*&*&*
“TEMPO
ORAL”
(Jan
Neves)
Na eira
do barro,
um
coração na boca engasga
e não
reclama da barreira em lama
que rasga
o morro
e apaga a
chama antes do socorro!
Rio de
Janeiro-RJ
&*&*&*&*&*
“Toda
calmaria tem sua ressaca”
(Vinni
Corrêa)
Toda
calmaria tem sua ressaca
Embora
bubuio na lua do corpo
Passo
rente e não vejo nada
Em um
beijo que oscila neste porto
A hora
pode se perder no espaço
Mas os
segundos cabem em cada momento
Ainda que
alguém diga o abraço
Não há
luz e trevas a um só tempo
Rio de
Janeiro-RJ
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“o
mar, a pedra e o homem”
(Zecafran)
eu sou a
pedra
a pedra
que o mar espanca
eu sou o
mar
o mar que
a pedra enfrenta
eu sou a
terra
a terra
que floriu a pedra
eu sou o
ar
o ar que
te sustenta
eu sou o
homem
o homem
que te inventa
Niterói-RJ
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"A
Rena do Nariz Vermelho e o Bambi"
(Paulo
Acacio Ramos)
A linda e
maravilhosa rena...
Que se
chamava Rodolfo...
Queria
participar de um filme especial...
Voltado
para a data de Natal!
Então,
ela fez testes...
Em
ambientes campestres...
E não foi
aprovada...
Pobre
coitada!
Mas,
perto da sua cidade...
Surgiu a
oportunidade...
Para
fazer uma parte pequena,
Num filme
pornográfico,
Porém
cheio de poema!
Ela
pensava que iria fazer o papel
De uma
rena infeliz,
Que tinha
um vermelho nariz!
Porém,
seu ânus era apertado...
Pois,
nunca fora violado!
Para o
teste ela foi recebida
Por um
cavalo da cor do maracujá,
Que disse
logo para ela
Que era
necessário fazer o teste do sofá!
Assim, o
ânus desta Rena
Com
cheiro almiscarado
Ficou
vermelho e arreganhado!
No meio
da tal filmagem...
Do filme
de sacanagem!
A rena
com seu espírito aberto
Conheceu
o Bambi de perto!
Assim,
surgiu um amor...
Entre
estas duas criaturas
Abertas
em flor!
Como a
rena não aguentava
Emprestar
o seu ânus para tanta sacanagem...
Ela
resolveu fugir com o Bambi
Bem no
meio da filmagem!
Assim,
fugiram para a distante e fria Lapónia!
Hoje, o
Rodolfo e o Bambi
trabalham
para o Pai Natal
Na
distribuição de presentes,
Num trenó
que cruza o céu.
Trofa-Portugal
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“Navio
das flores”
(Maria
Mestriner)
Um navio
cheio de flores
De
alegria e saudade
Acharemos
no caminho
A
promessa
A direção
O
horizonte a chamar
Nossas
vidas a contar
Nosso
supremo segredo
Nossos
antigos amores
Navegando
no oceano das pétalas, feitas das cores de nosso sentimento de procura.
Embarcaremos
Todos
juntos
Nesse
navio de flores
Americana-SP
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“Miscelânea
(tudo junto)”
(Ana
Gouvin)
Solto
minha lingua afiada
revolta
de teu desamor
amor
bandido,
oculto
para sempre.
Te
distancio de mim
homem
incoveniente
te deixo
sem os dentes
não há
mais mordida voraz
por
debaixo de tuas máscaras
findou,
agora jaz.
Enfim,
liberta
aberta ao
mundo
de olhos
esgazeados
ao regalo
que a vida me dá,
e que
todos os Deuses
de
repleta generosidade
vem me
presentear.
Não eram
castelos de areia
e sim,
sólidos sonhos
fantasias
concretas
adornadas
de verde
e perfume
jasmim
um lugar
onde todos os pássaros
levam
suas melhores cantadas
suas
toadas...todas para mim.
E agora,
depois de toda outrora
guardo na
mente as lembranças
deste
lindo festival
que
termina no fio da lente
para sempre
aqui fora
um lugar aprazível
mas aqui
dentro,
no meu
coração
um belo
carnaval.
Rio de
Janeiro-RJ
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“Antropofagia
permitida”
(Angelo
Colesel)
Lança sua
teia de fibra prateada,
enrosca-me
e prende este pesar;
devora-o
e libera sua secreção em nova vacina.
Reata a
adrenalina deste órgão pungente, e
devora-me
com seu nefasto desejo,
eu
absorto,
alio-me a
esta antropofagia de gostos:
- no
impávido desejo nos consumimos em
barbárie
sublime...
Renascemos
como guerreiros laureados
na glória
do gozo!
Imbituva/
PR
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“EU
E A RAPARIGA”
(Jorge
Luiz)
Da ponte
que me leva
Quem me
leva sou eu
O rio que
deságua
Enxágua a
anágua na gamela
Ela na
janela me olha
Olhos compridos
Despidos
com malícia
A delícia
do olhar me ensaboa
Uma canoa
só para amar
Remar rio
à dentro
No centro
do rodamoinho
Um
friozinho na barriga
Eu e a
rapariga, em pré-amar
A amar na
correnteza do rio
Erigiu-se
em águas, a deusa do amor
Com uma
flor saudou os flutuantes felizes
Raízes em
maturação fecundada
Levadas
pelas correntezas vazantes
Os
amantes rumo ao mar infinito
Fica o
dito por não dito, carente da verdade
Na
liberdade das seduções
Corações
impregnados com a maresia
Longe das
fantasias, a deriva
Nativa
flor do meu querer
Quero
viver ao teu lado
Arrastado
para horizonte
Na fonte
do amor eterno.
Rio de
Jeneiro-RJ
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“Sem
título”
(Marii
Brandão)
Minha voz
secou
As notas
desafinaram
Mas ainda
estou aqui
Mas ainda
canto.
Minhas
pernas paralisaram
Meus
passos tomaram outro rumo
Mas ainda
estou aqui
Mas ainda
caminho.
Meus
cabelos caíram
Meus
fios mudaram
Mas ainda
estou aqui
Mas ainda
penteio o que resta.
Meu resto
se purificou
Minhas
grades ainda me prendem
Mas ainda
estou aqui
Mas ainda
procuro a chave.
Meus
olhos afogaram-se
Mas
minhas lágrimas não escorrem
Mas ainda
ando
Estou
aqui!
Mas ainda
digo:
-Estou
aqui!
Mas ainda
mudo:
Estando
aqui
Mas um
dia eu fujo
Pra longe
daqui.
Cruz das
Almas-BA
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“Ao
acaso”
(Andréa
Amaral)
Os fatos
ocorriam sem origem sabida,
com meio
geralmente turbulento,
sem
diagnóstico do fim.
E assim
ocorriam as mutações...
Com
intervalos de cachoeiras,
cheiro de
mato e céu azul.
Relaxar
era consequência, inevitabilidade;
e sem saber
o porquê, a intuição.
Trajetória
incerta, vagante,
feito
vagalume no ar.
Registrar.
Na
memória e na solidão
Escrever
no chão.
Em vão?
Sem
papéis,
possível
revés...
e
encontrar,
deixar
correr,
dar
vazão,
inflamar-se
de tesão,
nas águas
se perder,
nas águas
se encontrar,
sem medo
de se permitir,
o
mistério do fluir.
Os ciclos
do viver.
Noite ou
dia?
Não
importava, jamais.
Os fatos
ocorriam sem origem
ou hora
marcada.
É o que
basta.
Nova
Friburgo-RJ
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“O
lixo”
(Lohan
Lage Pignone)
Nasceu o
filho de uma puta
Lá do
morro.
Rebento
do mundo
Desde o
princípio.
Na
lixeira da esquina,
Foi
encontrado por um bicho.
Abriu o
berreiro,
[Esse
protesto que ecoa e se dissolve no ar.
O bicho
era um homem
E o lixo,
meu Deus, uma criança.
Trajano de
Moraes-RJ
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“Noite
sem porém”
(Redson
Vitorino)
Um balcão
e uma
garrafa
Um homem
e uma
desgraça
Petrópolis-RJ
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“E
agora?”
(Cinthia
Kriemler)
Olha pra
mim!
não finge
que eu sou parede
não passa
correndo
não
desvia a rota
não
acelera o passo
quando eu
te toco o braço
com a
minha mão que tem cheiro
de resto,
de podre, de incesto
não tampa
o nariz
quando eu
abro a boca
sem dente
e o
cheiro da aguardente
misturado
à cola
vai na
tua cara
desviada,
indignada
de moço
elegante, inteligente
que foi
bem na escola
e subiu
na vida
e subiu
na torre
e olhou
pra baixo
e cuspiu
nos insetos
insistentes
fetos
que
teimam em não morrer
Olha pra
mim!
eu ainda
estou aqui
sobremorrendo
lentamente
te
obrigando
(des)
humanamente
a sentir
medo do meu nada
que cerca
o teu desprezo
Olha pra
mim
olha bem,
porra!
e me diz
agora
: quem de
nós é o inseto?
Brasília-DF
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Escrevi um monte de coisas pra agradecer a todos vcs, mas nada
pareceu digno das suas pessoas, portanto resolvi terminar com um escrito de
1992.
Sintam-se homenageados em cada palavras que disse naquela época.
Sintam-se homenageados em cada palavras que disse naquela época.
"quando releio o que escrevo."
escrevo, me invento, me reverto no inverso de cada verso que
arremesso por extenso, penso, esclareço, meio tenso, meio leso, meio a esmo,
exclamo, chamo, amo em cada fina linha que, de minha, passa a tua, nua e
insinua o desate, o empate de cada fato, boato, de cada lógica, andrógena,
alucinógena,,, me permito cada palavra no oco âmago de cada pensamento que
invento e que alimento em cada rota sem sentido, em cada sopro no ouvido,
agudo, ativo e então, só então, nasce o escrito, tornando-se real e dito o que
andava tão somente escondido e aflito,,, eu escrevo e me reescrevo como escravo
das letras que pingam lentas no peito frouxo ou na unha mínima do planeta,,, meus
sentidos passam afazer sentido e lido com o que faço, mas se quiser, desfaço
cada laço atado por meus escritos,,, escrevo enquanto cresço e leio o que
mereço quando releio o que escrevo...
Dante Pincelli
é com uma pontada no peito, sem jeito, quase mudo, desnudo, sem escudo, que saúdo a cada participante dessa epopéia triunfal, dessa odisséia sem igual da poética desenfreada, da estética arrojada, precisa... suamos a camisa, sob sol, chuva, brisa, tempestade de versos e, submersos no universo das palavras, rompemos hímens, arrancamos travas... o poeta nunca se aquieta, atira setas nos olhos do improvável... amante e amável, bota força em seu ofício... a saudade já me assalta, mas tenho na pauta uma nova empreitada contando com suas rimas mais raras e amizades mais caras... fui apenas um vetor dessa festa incrível, sem vocês, nada disso seria possível... é indizível a minha felicidade alucinante.
ResponderExcluirbjs
Dante
Quando soltam-se as amarras vê-se o navegar das liberdades em seu eterno aportar aqui e ali e ainda acolá...
ResponderExcluirVenho aqui deixar o meu mais sincero agradecimento por poder participar de um festival tão interessante quanto este.
ResponderExcluirFoi bastante estimulante e desafiador o prazo e os temas escolhidos de antemão. Os poetas e poetisas estão todos de parabéns. As imagens também deram um brilho todo especial e mais poético ao evento. Valeu!
Conhecer a Dante e a todos estes maravilhosos poetas, com certeza, permanecera para sempre: em minha memoria e coracao. Nao gosto de despedidas. Prefiro o "Ate logo". Entao, ate logo, amigos: breve estaremos juntos em mais uma odisseia poetica.
ResponderExcluirDo amigo no Japao.
Edweine Loureiro
Estamos misturados nestas águas
ResponderExcluirque infinitamente cobrem toda a terra
em todos os lugares do mundo sem mágua
em poemas de paz e não de guerra.
A guerra que fazemos é de poesia
e como os ventos a tudo fertilizamos
já sentimos o gosto da nostalgia
de cada poeta, letra, folha, flor, caule e ramo.
De cada um a vida brilha e escorre
nasce, vive, alegra, contagia e nunca morre.
muito legal essa rodada!!!
ResponderExcluirFoi uma honra poder ter participado deste maravilhoso festival. Um encontro de diversos poetas de muitos estilos. Um evento que faz jus ao nome, um movimento poético plural que enriquece a literatura brasileira.
ResponderExcluirParabéns a Dante e a todos os poetas participantes.
Obrigado e muito por me deixar mostrar meus escritos e ler tantos outros excelentes!
ResponderExcluirpra que dizer adeus se sei que vamos nos encontrar mos ali na esquina da vida saboreando um petisco do tempo e bebendo um sei la oque....vida longa a poesia e tdos os poetas
ResponderExcluirFoi muito bom estar com todos neste espaço único. Dante, você foi dos melhores poemas que Deus fez. Fazer parte desse universo Dante-Izaura lembra a gente de como ainda é bom se sentir humano. Obrigada a todos. Namastê.
ResponderExcluirEu e Dante vamos juntos
ResponderExcluirao Inferno de tão equidistante
Poesia, rima solta e verso branco
E o Diabo que nos carregue nesse imenso Oceano
Lotado de coisas que ninguém usa mais, Amores, Penicos e Dedais.
PAR - PT