segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

"Amor Tecido"



Meu amor por que me dás essa dor
de distância tão sozinha e dura
por que me deixas à tua espera
em adoração lenta e insegura?

Meu amor, por que somes
quando mais te preciso
por loucuras que me consomem
entre o mundo dos mortos e o dos vivos?

Meu amor, por que me deixas
assim de pau duro sem teus orifícios
assim enrolado nos meus próprios vìcios
a respirar de memória teu acre perfume?

Meu amor, por que insistes em não vir
quando as folhas já caíram de tanto outono
quando não sei mais onde ir
quando o que me resta é o infinito do sono?

Meu amor, por que me fazes queimar
assim lentamente em teu lume
navegar perdido e sem mão no leme
mergulhar de cabeça na lama que geme?

Amor de verdade, não se teme.

PAR + Dante
29.12.2014

2 comentários:

  1. Nós escrevemos... nós escrevemos... escrevemo-nos!

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  2. Conseguimos, meio no susuto, meio rápido, mas com o acúmulo das coisas vividas e rimadas anos a fio.

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