terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Pelos na pele




a pele é brasa
a boca, oceano
o olho é a casa
onde mora o meu engano...

o peito é mágoa
a borboleta é estômago

e tu moras em mim
assim vivo e em brasa
tu moras-me e
às vezes devoras.

lá fora, nada me enche
tudo me falta
quando salta-te
de mim, insólito
e este sou teu!

Na pele e nos pelos
apelo de boca e mão que
tocaria de tocaia
teu âmago

que trocaria carícias
de barba na cara.

segues dentro aqui
nas intrínsecas alamedas
avenidas e searas.


Dante Sarava Pincelli 
Paulo Acácio Ramos

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Deitando em Mim



Prevejo-te a adivinhar-me
A fazer-me esquecer-te
Desvelo-me em segredos
Revelo meus azedos.
Atiro-me em ti
Azul meteórico.

Não guardo segredo
Sou o arvoredo
Que dormiu mais cedo
Pra não curvar-se
Ante a ventania.
Retiro-me em ti
Azul metafórico.

Sou jabuti
Antônio, eufórico.
O tempo é simbólico.

Deitas sobre mim, essa cara
De embolia pulmonar
E doença terminal,
Como se fosses uma semente
Que não brota.
Pois que caiu sobre a pedra bruta.
Deitas sobre mim esse olhar
De dinossauro faminto.

Deita…
Deita sobre mim
Algo que seja teu
Tão-somente teu.

Deita sobre mim e esquece
Ou finge que esqueceste
Mas, ainda melhor,
Esquece tudo o que fingiste.
Eu, sob teu deitamento
Finjo que gosto

E nesse gostar pretendido
Ser um ser que devia ser
Ou que querias ter…
Mas não, apenas não.
Não há qualquer possibilidade.
Não há mais quase nada.
Que se possa pretender
Que estivesse a contento
E ao sabor do vento…

Nenhum possível movimento.

Nem um possível envolvimento.

Paulo Acácio Ramos + Dante Saraiva Pincelli
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sábado, 26 de novembro de 2016

(A)De(u)struído




Mumificaram-me
Antes que a noite
Se deitasse
Sobre meus rios
De arenosas e venais
Correntezas inúteis...

Logo EU, tão Deus,
Tão todo, tão mudo
Frente a tudo
Areia de palavras
Imutável senhor
De tantos nadas...

Me calei frio,
É verdade,
Ante às maldades do mundo
Mas antes que pudesse
Ficar mudo
Calaram-me com mordaça de fogo

Fizeram-me estranho
De meus mandamentos
Mandaram-me longe
De seus pensamentos
Colheram-me bólide
Sem ter movimento

Por fim
Sou só
Um imóvel
Um excremento
Ataram-me os trapos
Do próprio esquecimento.

Dante Saraiva Pincelli + Paulo Acácio Ramos

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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Que Vida (?)




Vida de segunda
vida de segunda à sexta
vida sem sentido
de não sentir excessos.

Vida em processo
Aventura do medo
Não é segredo:
As artimanhas
Superam as surpresas
Da manhã...

Vida (de segunda)
Tola, vã.

Vida em seguida
sem saída que se veja
sem lugar onde se esteja
bem, ou melhor, muito bem.

vida vaga em primeira
ou em segunda
não arranca nem desvia
vida pouco sã.

Vida como é:
Acelerada em marcha a ré.

Vida que atropela
quem vai de carro e quem vai a pé.

No fim, a morte é certa!

Vida de segunda
vida fajuta que aperta
vida que falha a luta

vida filha da puta.


Paulo Acácio Ramos e Dante Saraiva Pincelli
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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Poeta, Pulha, Punheta e Pentelho!

Desenho: POETA - Feltro sobre Papel - PAR 2002


Todo poeta é burro
fica dando murro
em ponta de rima.

Todo poeta é idiota
sequer nota
que ninguém quer saber
de suas notas.

Poeta é tudo tolo
mexe a farinha
mistura o resto
e o outro é que come
a casca do bolo.

Poeta é igual perdido
faz o que pensa que quer
pensa que quer o que faz
e quando vê que não era
descobre que já foi lido.

Ser poeta é ser fodido
por gosto
ou por vontade
inteiro ou pela metade
ser poeta é andar perdido
no meio de um mundo lotado.

Ser poeta é ser totalmente lesado
é caranguejo, que olha pra frente
e anda pro lado.
todo poeta é um pobre coitado.

É como virgem
ao longo deitada
no tédio da espera
de ser penetrada.

Todo o poeta só faz cagada.

Ô raça desgraçada.


 PAR & Dante

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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Em Branco...



Nada me estremece mais

que uma gaveta vazia
do vazio da gaveta.
ou tua boca cheia

Nada me estremece mais

do que um cometa guardado
na prateleira de baixo
e dos livros de poesia.
ao lado das meias

Nada me traz mais tremor

que teus dentes cravados
e nas páginas que cobrem
em meus pés descalços
o fundo das gavetas.

Nada me enlouquece mais

que a buzina da tua língua
a ferir o branco
dos meus tímpanos.



Paulo Acácio Ramos

Dante Pincelli
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sexta-feira, 22 de julho de 2016

"conversa de poetas"

Quando dois poetas se conversam, se afinam, acontece de um responder ao outro em intervalos longos, neste caso, foram dois anos.

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"o tempo e a morena"


num momento
de jorro de felicidade
fixei meus olhos
nas águas dos olhos
do passado...

e num movimento
incandescente
impossível
improvável
inverti a curvatura do tempo
só pra te ver passar...

(Dante Pincelli)
2014





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 "O pente e a antena"

nu movimento
de jarro de facilidade
fechei-me em olhos
de águas restolhos
descompassados...

e nu no momento
de cão descendente
de cão sem dentes
de cão ladrável
divertida curva que tento
sopra ao te ver passear...

(Paulo Acacio Ramos)
2016




sexta-feira, 15 de julho de 2016

Canção Decomposta




vou compor-te uma canção
como se fosse a última
como se cantasse só
para tu ouvires e saberes
o quanto me calo em meu canto
o quanto te canto em meu eu
vou descompor-te em canção
e deitar-me a teu lado no chão...
vou te propor uma canção
como se fosse a única
como se ouvisses só o que canto
sabe que em meu canto
canto por teu encanto
vou percutir meu coração
no ninho da tua mão
reverberar tuas linhas
em cordas que amarrem a ti
cantar-te uma canção
que adormeça e contar-te
uma história de despertar
deitar-me ao teu lado
encaixar-me em ti
e deixar-nos ser um duo
de corpos que cantam
repartem e contam
a nossa alegria
vou compor-te uma canção.


Paulo Acácio Ramos + Dante Pincelli 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Cuspa e Cale



Por favor, 
copie e cole isto 
se você conhece alguém. 
Não copio não!
Ou ouviu falar de alguém, 
que conheça alguém. 
Então cole.
Se você não conhece ninguém, 
ou mesmo se tiver ouvido 
falar de alguém 
que não conhece ninguém, 
mesmo assim copie e cole. 
Cole com aquilo que cola 
e gruda e prende, 
cole sem cólera e sem medo, 
simplesmente cole e cale.
É importante passar adiante 
esta mensagem, 
mesmo se ninguém conhece 
outras pessoas, 
simplesmente cole e cale, ou não.

Dante Pincelli e Paulo Acácio Ramos

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Avaliação


Ninguém quer saber
quem nos fez mal
ou se pergunta
quem nos fez mel
mas todos querem
dizer quem nos faz mil
ou nos deixou mole
depois de foder
todos perguntam se foi cavalo
ou ainda se foi mula...
sempre marco a opção:
( ) pergunta nula.

Paulo Acácio Ramos + Dante Pincelli

fotografia: Paulo Acácio Ramos

segunda-feira, 4 de julho de 2016

"arco capaz de meio ponto"




(Dante Pincelli e Paulo Acacio Ramos)



nenhuma matemática
 pode calcular
 o que pesa dentro
do meu coração em desespero...

nenhuma matemática
pode medir
 a distância
que meus olhos bêbados
não te vêm...

nenhum cálculo
de matriz
nenhum grito de tangência
nenhuma inerência
vai substituir
este conjunto vazio...

 nenhuma geometria
 sabe ao certo 
o que gira em torno 
 do meu espaço
 num plano sem ti...

 os arcos dos nossos
 corpos preguiçosos
 a revolucionar no espaço 
a atirar partículas 
de nós 
pontos que se fazem linhas...

 e, ponto geométrico
 final.


segunda-feira, 13 de junho de 2016

"me pesa"




(Dante Pincelli e Paulo Acacio Ramos)
 

Esbarra-te em mim que eu deixo
 explode que eu não me queixo
me derruba e cai por cima
me alucina sob teu peso

rouba-me a respiração
lambe-me a transpiração
transforma em energia
a nossa ação corporal

faça silêncio
 pois qualquer som nesta hora
pode ser início de avalanche
 e o mundo me pesa

qualquer grito calado
pode ser pedra atirada
 qualquer descolar um do outro
 pode ser irreparável perda

 e o medo me pesa
o desejo me prende
o amor me compensa
e teu peso me leva mais leve e mais lento
meu peso te iguala
nenhum dos dois pensa
 e tudo nos paga o peso
 dos corpos em ouro

tudo suave
 tudo leve
nada breve...


terça-feira, 7 de junho de 2016

"As sombras dos Corpos dos Cães" ou "Canis et Circenses"




Corpos de cão
assados de tanto
roçar, raçar, esfregar.
Fazer coisas que querem
fazer, coisas que não sabem
fazer, coisas para aprender.
Corpos de cão...

Nus em pelo
num apelo deserto
de serem amados,
de serem afagados...
Portes de cão,
suporte, superstição
água, abrigo, ração...
Ranço, gordura, emoção.
Como os cães a copular,
como dois, em dose mortal,
a comerem-se mutuamente...
Como os corpos dos cães.
Como os colos das mães.
Como o vazio no peito

Como cães ladrando
pra sarar 
a sua própria sombra.
Como as sombras
que ladram para 
afugentar os cães.


Paulo Acácio Ramos & Dante Saraiva Pincelli

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dança Densa



Dança comigo
até que as ondas congelem
até que os dias parem de correr
até que eu e tu sejamos tudo.
Dança comigo 
até que a música envelheça
até que o tempo seja vazio
de medo, de luz, dele mesmo.
Dancemos juntos
até que os corpos arqueiem
até que os arcos se partam
sem trunfo, sem cantos, silenciosamente.
Dança comigo
silenciosamente
e usa tua boca
carmim-adoçada
somente pra me beijar.
Dança teus lábios nos meus
como quem lança o corpo
na dança dos corpos
que dançam silenciosamente.

Paulo Acácio Ramos & Dante Pincelli
2016

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Ingénuo Verso



Ingénuo Verso


Só dá nós
viajando a dois nós
por poesia quadrada

cada milhômetro
uma intimidade,
fico atónito,
longe é perto
se der vontade...

e o que der
se for vontade
o que vier cedo ou tarde
seja o que for será poema
na Trofa e em Macaé
no Japão ou Nicarágua

tudo neste oceano de amor
é terra e água
é barro moldado à nossa imagem
ingénuo verso e pura sacanagem...



Dante Pincelli + Paulo Acácio Ramos

Maio 2016

quinta-feira, 26 de maio de 2016



Oceânidas


Meu cuspe borbulha tua fenda
Faz bolhas estoura e escorre
Meu sangue pára e meu leite
Corre em tuas entranhas

Navega, esperneia, esparrinha
De brancos teu rosa-cheiro
Teu peixe, tua posta, teus belos filés
Num viés que enverniza-me
Que inferniza-me na hora em que não te tenho...

Me empenho numa impossibilidade
Por distância, por oceanidade.
A verdade é nua como eu
Crua como tu…
Poesia é profundamente azul.



Paulo Acácio Ramos e Dante Pincelli


Maio 2016

quinta-feira, 12 de maio de 2016

"combinados?"


Desenho:  'O caracol e o passarinho" de Paulo Acacio Ramos.



(Dante Pincelli e Paulo Acacio Ramos)




to te escrevendo
 porque não tenho nada pra te dizer

nada sobre coisa alguma

mas fazes-me falta aos olhos
 e tua pele arrepia a minha
que por leitura te toca

to te escrevendo porque quero ler-te
 pouco importa a resposta.

mas não tenho nada a dizer
sobre a estrutura familiar do novo milênio
 sobre as políticas sociais capitalistas
sobre os ataques terroristas
sobre o ponto de vista de ti
 vista do espaço

se não há o que dizer
 a gente combina
escrevemos só a primeira letra
e o resto a gente imagina.





domingo, 8 de maio de 2016

II Festival Stella Monteiro de Poesias. Rodada 4


Stella Monteiro




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"Janela Lateral"

(Izaura Carolina)



 
 
 
 
Macaé-Rio de Janeiro
 
 


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"consumir"

(Vinni Corrêa)


é como sumir
com o sumo
da sociedade



Rio de Janeiro-Rio de Janeiro



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"O sol"


(Zecafran)



O sol que vem de trás do mundo
  Transeunte vagabundo
  Vem a rosa despertar
  Vem beber no jardim
A madrugada
Que a moça poesia
Da janela viu passar...



Niterói-Rio de Janeiro

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"Caju"


(Jorge Luiz)




 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro-Rio de Janeiro
 
 


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"Tangerina"

(Alhadef)




6h.
9h.
Juntas numa tangerina
Os pedaços
Da casca,
pouco a pouco
Se aglutinam
Num canto do quarto
Esparramados

pelo chão
Como a roupa que eu queria
Que fosse tirada
Len ta mente
Começando

pelo dia
E acabando em outra vida.
Dois lados da mesma moeda:
Você tão romantismoclassicismoparnasianismo.
Eu sou moderna.
Você é rebuscado;
Sou acabada.
Você é
Poesia;

Sou prosa.
Não entendo teus enigmas;
Tu refuta minhas metáforas.
Sonho com o futuro,
Tu escreve odes ao passado.
Você é anacrônico,
Eu também sou

Macabra.
E é por isso que não existo aqui, só existo
Quando descubro
Qual das tuas linhas
Há de tratar de mim;
Vocé é raiz, Taverna,
Surrealismo que explana
Em mim;
Sou fruto,
Choupana
Sou partes

aos avessos,
Mas nao há
Outra metade.
Eu tenho varios gomos
Pra você saborear.




Fortaleza-Ceará



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"Vai aí, doutor?"


(Cinthia Kriemler)


vai uma graxa, doutor? pra me ajudar com a miséria desta vida de pilhéria?
só um trocado, senhor! se não puder dar em nota
umas moedas pequenas já enganam a fome, a dor
ah, e a cera sai tinindo! preta, marrom, incolor
 
 
vai uma bala, doutor? pra me salvar da cachaça do padrasto que me ataca?
só uma bala, senhor! se não quiser da mais cara
a pequena, mais barata, já impede a surra, a dor
ah, e ainda pode escolher! morango, menta, licor
 
vai uma transa, doutor? pra eu comprar o meu pão neste dia sem tostão?
só uma trepada, senhor! se não quiser da completa
diz a sua predileta,é questão de combinar
ah, e é tudo bem depressa! pra ontem, pra agora, pra já
 
vai aí, doutor, por favor! um dinheiro pelo amor
de Buda, Deus ou Alá
que se tu não me der uma grana 
eu vou ter que te matar
 
 
Brasília-Distrito Federal
 
 
 
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"100 % Reciclável"

(Paulo Acácio Ramos)




Trofa-Portugal




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"O nariz da minha mãe sangra..."


(Carvalho Junior)


enquanto o político derrocado
  posa de moralista na estação de rádio,
o nariz da minha mãe sangra.

enquanto jogam peteca a cidade e o caos
  nas fendas da ladeira vermelha do sono,
o nariz da minha mãe sangra.

enquanto o trânsito segue áspero
e a delicadeza murcha
nas hortas e palavras (dos homens?),
o nariz da minha mãe sangra.

enquanto as filas não diminuem
no número de desrespeito
e o farmacêutico vende pílulas antiamor,
o nariz da minha mãe sangra.

como se falasse com Deus,
toda vez que me toma nos braços
e me embala com o curioso cântico
— tingadonga-donga-donga/ tingandanga-danga-danga —
o nariz da minha mãe
morre o sangue e vive o sonho.


Caxias-Maranhão



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"quando releio o que escrevo."

 
 
 
(Dante Pincelli)



escrevo, me invento, me reverto no inverso de cada verso que arremesso por extenso, penso, esclareço, meio tenso, meio leso, meio a esmo, exclamo, chamo, amo em cada fina linha que, de minha, passa a tua, nua e insinua o desate, o empate de cada fato, boato, de cada lógica, andrógena, alucinógena,,, me permito cada palavra no oco âmago de cada pensamento que invento e que alimento em cada rota sem sentido, em cada sopro no ouvido, agudo, ativo e então, só então, nasce o escrito, tornando-se real e dito o que andava tão somente escondido e aflito,,, eu escrevo e me reescrevo como escravo das letras que pingam lentas no peito frouxo ou na unha mínima do planeta,,, meus sentidos passam afazer sentido e lido com o que faço, mas se quiser, desfaço cada laço atado por meus escritos,,, escrevo enquanto cresço e leio o que mereço quando releio o que escrevo...
 
 
 
Macaé-Rio de Janeiro
 
 
 
 
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Obrigado a todos os participantes deste festival, bem como a todos os leitores.
Sem vocês nada disso faria sentido.