nem era noite de São João
em minha cama um balão
de vez em quando
apagava e acendia
atiçando a folia
dentro do meu coração...
e o balão permanecia ali parado
festejando o inusitado
que sua chama traduzia
ao mesmo tempo
namorando e enamorado
apaixonante e apaixonado
e partiu no meio dia...
cai cai balão
devagarinho
na palma da minha mão
cai cai balão
reacende a fogueira
dentro do meu coração...
1992
Uma belezura desta só merece como resposta outra belezura. Lá vai:
ResponderExcluirA namorada
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Manoel de Barros, Tratado geral das grandezas do ínfimo
os continentes incontinentes.
ResponderExcluirhavia um oceano entre eles
difícil tudo
navegar é preciso
mas não é possível...
transatlânticos
caravelas
barcaças
lanchas
jangadas
tudo não valia nada...
só havia uma maneira
de enganar a distância
e confortar o peito
apenas uma dentre tantas
impossíveis lonjuras
soa como armamento pós moderno
e ela tão somente ela
afaga os miolos e o cracebo
A MEMÓRIA...
Errata: onde lê-se cracebo, lei-se CORACEBO!!!
ResponderExcluirgostei dos 2
ResponderExcluirreparou ali no post do anonimo que o tal rapaz pinchava a pedra?
devia ser la na praça do pinche!
hehehehe