quinta-feira, 26 de maio de 2011

"balãozinho"


nem era noite de São João
em minha cama um balão
de vez em quando
apagava e acendia
atiçando a folia
dentro do meu coração...

e o balão permanecia ali parado
festejando o inusitado
que sua chama traduzia
ao mesmo tempo
namorando e enamorado
apaixonante e apaixonado
e partiu no meio dia...

cai cai balão
devagarinho
na palma da minha mão

cai cai balão
reacende a fogueira
dentro do meu coração...



1992

4 comentários:

  1. Uma belezura desta só merece como resposta outra belezura. Lá vai:

    A namorada

    Havia um muro alto entre nossas casas.
    Difícil de mandar recado para ela.
    Não havia e-mail.
    O pai era uma onça.
    A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
    um cordão
    E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
    Se a namorada respondesse pela mesma pedra
    Era uma glória!
    Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
    E então era agonia.
    No tempo do onça era assim.

    Manoel de Barros, Tratado geral das grandezas do ínfimo

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  2. os continentes incontinentes.

    havia um oceano entre eles
    difícil tudo
    navegar é preciso
    mas não é possível...

    transatlânticos
    caravelas
    barcaças
    lanchas
    jangadas
    tudo não valia nada...

    só havia uma maneira
    de enganar a distância
    e confortar o peito

    apenas uma dentre tantas
    impossíveis lonjuras
    soa como armamento pós moderno
    e ela tão somente ela
    afaga os miolos e o cracebo
    A MEMÓRIA...

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  3. Errata: onde lê-se cracebo, lei-se CORACEBO!!!

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  4. gostei dos 2
    reparou ali no post do anonimo que o tal rapaz pinchava a pedra?
    devia ser la na praça do pinche!
    hehehehe

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