quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Retrospectiva do I festival Beto Miranda de poesias.V.







Aqui estão 4 poesias diferentes, de 4 poetas diferentes, de 4 rodadas diferentes do I Festival Beto Miranda de Poesias.




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" la mala educación"


(Thiago Cervan)





volver e vou ouvir
dentro do compasso
trinta e cinco por dezesseis milímetros
a harmonia do movimento do som da foto
poltrona pipoca coca
mão no ombro
mão no cabelo
mão na coxa
beijo
lanterninha


the end





Atibaia- SP




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“Sessão das duas “


(Camila Furtado)





Deleite para teus olhos
Meu coração, poesia na tela
Que chora, ri, se desespera.


História clichê
Que hoje em dia
Ninguém ousaria filmar
É drama, suspense, romance
Roteiro clássico para um film noir.


Imagens em preto e branco
Que o tempo emudeceu
sequência mal elaborada
Na qual o mocinho morreu.


Eu, que pouco sei atuar
Dei o melhor de mim
Enquanto você já sabia
Que não haveria vida após o FIM.






Rio das Ostras-RJ




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“Cócegas”


(Marcelo Asth)






Quando, às cegas, na noite tateia,
Meu corpo alegre em cócegas ri.
Teus dedos vêm contar-me uns segredos...


Me convulsiono, tímido a descobrir
Que esses dedos contam-me convites
Pra passear em ti a nos sentir.


Parte de mim treme terremoto
E de minha boca saem estrondosos risos,
Quando teus dedos por mim passeiam
Despertando a pele em teu terreno liso -
Que se disfarça em pêlos assustados
E se reveste cheia de bolinhas.


E de tanta cócega e cosquinha,
Me acostumo e controlo o tremor
Ao repousar a tua mão na minha.


E os dedos,
A tatear torpor...






Rio de Janeiro-RJ




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“GARGALESIS”


(Lohan Lage Pignone)





Cocega-me,
O riso sinaliza o perigo
A invasão
Mecanismo de defesa
Deste corpo-prisão.


O alarme dispara:
Gargalesis.
As grades:
Sorrisos de ferro na vertical.


Cocega-me,
Permito-lhe
Assalta-me os dentes
E minhas velhas obturações
Assalta-me as lágrimas
Das risadas aos borbotões.


Cocega-me,
Quero rir em demasia
Mesmo sem vontade, provocado
Por teus dedos híbridos.


Cocega-me,
Minha fisiologia responde
E os sovacos de minh’alma
Não sentem nada.






Trajano de Moraes-RJ






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(Nos próximo post, mais 4 poesias diferentes,
de 4 poetas diferentes, de 4 rodadas diferentes,
do I Festival Beto Miranda de Poesias.)

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