Stella Monteiro
O tema desta rodada é:
Sangue nas Frestas dos Azulejos
Proposto por Paulo Acacio Ramos
&*&*&*&*&*
&*&*&*&*&*
"O poeta"
(Carvalho Junior)
suco de versos derramado no chão da casa...
o poeta é um azulejo quebrado nas tuas mãos.
Caxias-Maranhão
&*&*&*&*&*
"Em Série"
(Paulo Acácio Ramos)
ah, meu amor
o que eu te dei
o deserto em flor
um jardim de areia
um tanque de piranhas
para tomares banho...
Trofa - Portugal
&*&*&*&*&*
"Sangue de Maria"
(Izaura Carolina)
Macaé - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"Descarte"
(Cinthia Kriemler)
limpei com sanitária os teus pedaços
nas paredes, nas gavetas
na vagina
escarrei no urinol de plástico a saliva
viciada no teu gosto de tabaco e álcool
como se cuspir verdades não fosse
um jeito de esconder mentiras
passei a bucha da pia nas panelas
nos pratos, nos talheres, nos bicos
dos seios [em cada lugar onde você comeu]
lavei um copo, bebi o teu sêmen
e caminhei descalça sobre o teu sangue
nas frestas dos azulejos
prenhe da tua morte
Brasília- Distrito Federal
&*&*&*&*&*
"ENCHENTES ARTERIAIS"
(RaiBlue)
A noite cresce doída
cancro
nicotina
café amargo
( não há mar
Go! Go! )
mormaço
nada ventila pulmão adentro
em tom rosé teu cheiro ácido
corroendo as paredes da mucosa
da casa rosa
que um dia pintei pra você
( eu que sou tão blue(s) )
agora só resta
sangue nas frestas
dos azulejos
da sala
do quarto
do banheiro
do corpo inteiro
hemorragia letal de quem ama
e sabe que nem a morte estanca
sou a casa que sangra e afunda
em enchentes arteriais e profundas
de rasos amores
. (Salvador - Bahia)
&*&*&*&*&*
"Distância"
(S. Quimas)
De ti restaram lembranças,
Um cheiro que teima em meu nariz,
Miragens de ti que se sobrepõem à realidade,
Saudade de carmim
Feito sangue nas frestas dos azulejos.
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
&*&*&*&*&*
"Mar Vermelho Latino Americano"
( Andréa Amaral)
Um estampido.
Um gemido.
Uma lágrima corrente.
Um dente.
Um azulejo frio.
Um piso.
Uma parede quente.
Um passo a frente.
E de repente
Um lago, uma poça, um rio...
O Mar Vermelho escorrendo pelas frestas abertas da América Latina.
Uma menina... valente, Andina.
E o seu sangue no braço, no baço, nos azulejos, nos becos...
O silêncio agora atordoa.
O gemido cala.
A lágrima para.
O sangue seca.
E um azulejo frio se enche de vida
porque em suas artérias abertas,
corre uma história de vida e morte.
Nova Friburgo - Rio da Janeiro
&*&*&*&*&*
O tema para a próxima rodada é
TREM
Sugerido pelo S. Quimas
"Sangue de Maria"
(Izaura Carolina)
Macaé - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"Descarte"
(Cinthia Kriemler)
limpei com sanitária os teus pedaços
nas paredes, nas gavetas
na vagina
escarrei no urinol de plástico a saliva
viciada no teu gosto de tabaco e álcool
como se cuspir verdades não fosse
um jeito de esconder mentiras
passei a bucha da pia nas panelas
nos pratos, nos talheres, nos bicos
dos seios [em cada lugar onde você comeu]
lavei um copo, bebi o teu sêmen
e caminhei descalça sobre o teu sangue
nas frestas dos azulejos
prenhe da tua morte
Brasília- Distrito Federal
&*&*&*&*&*
"ENCHENTES ARTERIAIS"
(RaiBlue)
A noite cresce doída
cancro
nicotina
café amargo
( não há mar
Go! Go! )
mormaço
nada ventila pulmão adentro
em tom rosé teu cheiro ácido
corroendo as paredes da mucosa
da casa rosa
que um dia pintei pra você
( eu que sou tão blue(s) )
agora só resta
sangue nas frestas
dos azulejos
da sala
do quarto
do banheiro
do corpo inteiro
hemorragia letal de quem ama
e sabe que nem a morte estanca
sou a casa que sangra e afunda
em enchentes arteriais e profundas
de rasos amores
. (Salvador - Bahia)
&*&*&*&*&*
"azulejo de um porão velho"
(Vinni Corrêa)
uma cadeira
nela
o que restou de um corpo
por uma fresta
a visão turva por pancadas
o som abafado por afogamento
o cheiro encardido por queimaduras
o gosto calado por choques
e
pinga
o sangue
que apenas sinto escorrer asperamente
por minhas frestas lisas
que a história jamais me questionará
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
&*&*&*&*&*
(Vinni Corrêa)
uma cadeira
nela
o que restou de um corpo
por uma fresta
a visão turva por pancadas
o som abafado por afogamento
o cheiro encardido por queimaduras
o gosto calado por choques
e
pinga
o sangue
que apenas sinto escorrer asperamente
por minhas frestas lisas
que a história jamais me questionará
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"Sangue na fresta dos azulejos"
(ao amigo Selarón, Chileno da gema)
(Jan Neves)
Nas ruas de outrora
Vassalos de agora
Selarão os olhos
De quem decora a ação
Nas escadas
No breu das sombras
Fim de festa e ponto nos desejos
Silencio nos realejos
Lapadas mudas
E sangue nas frestas dos azulejos
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"formigas"
(Zecafran)
Niterói - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"a-fio"
(Dante Pincelli)
navegou dias
a-fio
(de pernas
abertas)
em seu novo
smart fone
novo
e
antes de morrer-se
deixou um bilhete
criptografado
sobre o colo:
"meu amor,
não jogue absorvente
no vaso
e limpe
o sangue
do banheiro
da clínica."
Macaé -Rio de Janeiro
(ao amigo Selarón, Chileno da gema)
(Jan Neves)
Nas ruas de outrora
Vassalos de agora
Selarão os olhos
De quem decora a ação
Nas escadas
No breu das sombras
Fim de festa e ponto nos desejos
Silencio nos realejos
Lapadas mudas
E sangue nas frestas dos azulejos
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"formigas"
(Zecafran)
no
chao da cozinha,
dois corpos,
ela,
de cabelos molhados,
pós banho.
geladeira aberta,
vidro quebrado,
a tv, anuncia mais um comercial;
o corpo dele sobre o dela,
e o sangue misturado,
respingado na parede
e as formigas passeiam
no sol da tarde
pelas frestas
dos azulejos
dois corpos,
ela,
de cabelos molhados,
pós banho.
geladeira aberta,
vidro quebrado,
a tv, anuncia mais um comercial;
o corpo dele sobre o dela,
e o sangue misturado,
respingado na parede
e as formigas passeiam
no sol da tarde
pelas frestas
dos azulejos
Niterói - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"a-fio"
(Dante Pincelli)
navegou dias
a-fio
(de pernas
abertas)
em seu novo
smart fone
novo
e
antes de morrer-se
deixou um bilhete
criptografado
sobre o colo:
"meu amor,
não jogue absorvente
no vaso
e limpe
o sangue
do banheiro
da clínica."
Macaé -Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"Distância"
(S. Quimas)
De ti restaram lembranças,
Um cheiro que teima em meu nariz,
Miragens de ti que se sobrepõem à realidade,
Saudade de carmim
Feito sangue nas frestas dos azulejos.
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
''Açougue''
(gri lo)
Palco de nossa mais recôndita selvageria
Faminta herança de caçadores/coletores
Profanadores da santa sacra Natureza
Paraíso feito inferno de nós mesmos
Juntos caminhando a esmo
Abatedouros como destino
Catedral de distribuição de crenças
Fraca carne carente de reposição
Autofagia como próxima lição.
Cambuí -Minas Gerais
(gri lo)
Palco de nossa mais recôndita selvageria
Faminta herança de caçadores/coletores
Profanadores da santa sacra Natureza
Paraíso feito inferno de nós mesmos
Juntos caminhando a esmo
Abatedouros como destino
Catedral de distribuição de crenças
Fraca carne carente de reposição
Autofagia como próxima lição.
Cambuí -Minas Gerais
&*&*&*&*&*
"Mar Vermelho Latino Americano"
( Andréa Amaral)
Um estampido.
Um gemido.
Uma lágrima corrente.
Um dente.
Um azulejo frio.
Um piso.
Uma parede quente.
Um passo a frente.
E de repente
Um lago, uma poça, um rio...
O Mar Vermelho escorrendo pelas frestas abertas da América Latina.
Uma menina... valente, Andina.
E o seu sangue no braço, no baço, nos azulejos, nos becos...
O silêncio agora atordoa.
O gemido cala.
A lágrima para.
O sangue seca.
E um azulejo frio se enche de vida
porque em suas artérias abertas,
corre uma história de vida e morte.
Nova Friburgo - Rio da Janeiro
&*&*&*&*&*
O tema para a próxima rodada é
TREM
Sugerido pelo S. Quimas
Rodada marcada por poesias preciosas como as formigas passeando do Zecafran, as lapadas mudas nas escadas do Selarón, do Jan, a limpeza total da Cinthia,o azulejo quebrado na mão do poeta do Carvalho, A foto da Maria Izaura...
ResponderExcluirMe sinto honrado e presenteado com tanta poesia...
Não vai dar pra citar todos, mas estão no meu coracebo.
poesias que sangrao como o rosto da virgem pintada nos azulejos num suposto milagre da criação
ResponderExcluirBelos... Belos... Belos!!! Que mais se pode dizer?
ResponderExcluirComo imaginei: poesias de arrepiarrrr!!! Densas e intensamente belas!!!
ResponderExcluirAplausos para todos nós!!!
beijinhos azuisZen em cada um...
perdi a bagaca do sangue. o sangue fresado nas frestas dos azulejos era resultante da jatada do caboclo que nao segurou o jerimum com jaba nas calca e foi pro banheiro do bar. e banheiro de boteco e explosao sangue e areia e fez-se a arte por escrito e eternizou nas paredes. e isso ai...que venha o trem
ResponderExcluirBela rodada.
ResponderExcluirParabéns a todos, especialmente a Cinthia, Jan e Zecafran. Adorei!
É muito bom saber que a criação continua dialogando com quem a lê..obrigado a Isaura pelo o elogio....pessoa de criatividades mil...muito bom estar com voces
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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