Stella Monteiro
O tema desta rodada é :
VENTRE
Proposto por Rai Blue.
Foto de Dante Pincelli
Dupla exposição-1987.
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VENTRE
Proposto por Rai Blue.
Foto de Dante Pincelli
Dupla exposição-1987.
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"Evento"
(Paulo Acácio Ramos)
Quem abre a porta
Não está à espera
De ver a face
De quem vem
De trás
As facadas
Desferidas no ventre
As entranhas
Desfraldadas
Vento que chia
Nas frestas…
Quem abre a porta
Não está à espera
De ter a face
Lambida
Pelo vento
O cheiro das samambaias
A passar
Por baixo da porta
As dobradiças
Abafadas
Pelo ranger
Das roupas que secam
Quem abre a porta
Não está à espera
De levar com a porta
Na cara.
Trofa - Portugal
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“CONCESSÃO”
(RaiBlue)
Escavas minha mais íntima terra
Com mãos boca e dentes
Minhas ancas
Darão o ritmo do teu coração
Delas arrancas
O segundo
Terceiro
Quarto
Movimento
Fazes-me sinfonia inacabada
Na partitura do teu corpo sedento
Na tua parte dura
Eu amoleço
E cedo seiva fruto e semente
Do ventre à tua garganta
Anda!
Essa noite
Ainda serei tua potranca
Para que me montes
E me domes
Tomes os fundos do meu território
Feudo que te concedo
Meu obediente vassalo
.
Salvador - Bahia
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"bendito fruto"
(Dante Pincelli)
te adentro lento
te toco fora
te empurro dentro
aumento o ritmo
e
quando lá
bem fundo
no cerne do
teu íntimo
aquele desejo
incontido
de
nunca mais sair
e
ser o bendito
fruto
do teu ventre...
sem renascimento possível.
Macaé- Rio de Janeiro
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"VENTRE"
(Jan Neves)
Entre o umbigo
E o períneo
Vem o menino
Materna Idade
Fogo que arde
Esperma em liberdade
Falo entre lábios
Pelve em relva
Gozos sábios
Nasce
Morre
Vai
E
ventre
Rio de Janeiro- Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
(Jan Neves)
Entre o umbigo
E o períneo
Vem o menino
Materna Idade
Fogo que arde
Esperma em liberdade
Falo entre lábios
Pelve em relva
Gozos sábios
Nasce
Morre
Vai
E
ventre
Rio de Janeiro- Rio de Janeiro
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"O Ventríloquo"
(Anderson Fortuna)
(Anderson Fortuna)
Do teu ventre emana o mistério
A centelha que rasga o espaço
As palavras que deliram o sonho
Do teu âmago verte o amálgama de todos os sentidos
Tangentes da alma
No teu ventre louco
O arcano Zero 0 alumia a alquimia, a senda
Então declama o menestrel
E reveste o castelo de ouro, prata e cristal
De todo brilho
Candelabros acesos
Iluminam enigmas...
Iluminam enigmas...
"Réplica da réplica"
(Zecafran)
No ventre da fruta
a semente fértil
deseja a terra
para engravidar
replicar a vida
réplica da réplica...
Niterói - Rio de Janeiro
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"Ventre rubro"
(Izaura Carolina)
Macaé- Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"BEIJOS"
(Cinthia Kriemler)
gestação
vem
trespassa as carnes
flácidas que já não satisfazem
teus desejos
caminha dentro de mim estradas
tontas — só mais uma vez
faz dos rastros terra
de plantio e semeia no meu útero
cansado a tua lembrança
para que eu possa (te) gestar
saudade, eternamente
no meu ventre-berço
Brasília- Distrito Federal
&*&*&*&*&*
Caxias- Maranhão
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O tema para a próxima rodada é:
SANGUE NAS FRESTAS DOS AZULEJOS
proposto por Paulo Acácio Ramos.
a semente fértil
deseja a terra
para engravidar
replicar a vida
réplica da réplica...
Niterói - Rio de Janeiro
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"Ventre rubro"
(Izaura Carolina)
Macaé- Rio de Janeiro
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"Moção do ventre livre"
(Ricardo Prins)
Ó doce amada mãe de ventres mil
Fez do menino infantil dentro de mim um homem
(porque homem não é só o que come sem ter fome)
Agora já foi, deixe-me ser livre e varonil
Pra que, mesmo sendo homem, faça outros ventres mil
Onde estão teus ventres mil, ó minha amada
Que, mesmo amada, a semente não abriu
(porque homem que come nunca morre de fome)
Me desculpe se ainda que puro, casto e varonil
Falhei-te e assim e os ventres mil fiz co’a cunhada
Curitiba- Paraná
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(Ricardo Prins)
Ó doce amada mãe de ventres mil
Fez do menino infantil dentro de mim um homem
(porque homem não é só o que come sem ter fome)
Agora já foi, deixe-me ser livre e varonil
Pra que, mesmo sendo homem, faça outros ventres mil
Onde estão teus ventres mil, ó minha amada
Que, mesmo amada, a semente não abriu
(porque homem que come nunca morre de fome)
Me desculpe se ainda que puro, casto e varonil
Falhei-te e assim e os ventres mil fiz co’a cunhada
Curitiba- Paraná
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"BEIJOS"
(Cinthia Kriemler)
gestação
vem
trespassa as carnes
flácidas que já não satisfazem
teus desejos
caminha dentro de mim estradas
tontas — só mais uma vez
faz dos rastros terra
de plantio e semeia no meu útero
cansado a tua lembrança
para que eu possa (te) gestar
saudade, eternamente
no meu ventre-berço
Brasília- Distrito Federal
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"caixa acústica"
(Vinni Corrêa)
cordão umbilical
vibra e no ventre
soa o som do bebê
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
&*&*&*&*&*
"Ventre"
(S. Quimas)
De um ventre santificado nasci,
Para morrer nos braços de outra,
No serpentear de um quadril,
Ventre que me recebe
E me faz sonhar,
Que me traz o Infinito,
Na precisão de um segundo.
Assim me entrego à sua cupidez
E sacrifico minha alma
A seus ilimitados prazeres,
Fazendo-me inevitável prisioneiro
Desse cálice que me é pródigo
Em total sedução,
Que se a mim derrama
E tinge os lençóis da cama
E de todo me tolda a razão.
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
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(Vinni Corrêa)
cordão umbilical
vibra e no ventre
soa o som do bebê
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
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"Ventre"
(S. Quimas)
De um ventre santificado nasci,
Para morrer nos braços de outra,
No serpentear de um quadril,
Ventre que me recebe
E me faz sonhar,
Que me traz o Infinito,
Na precisão de um segundo.
Assim me entrego à sua cupidez
E sacrifico minha alma
A seus ilimitados prazeres,
Fazendo-me inevitável prisioneiro
Desse cálice que me é pródigo
Em total sedução,
Que se a mim derrama
E tinge os lençóis da cama
E de todo me tolda a razão.
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
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"Ao acaso Virgínia"
(Redson Vitorino)
Acendi uma fagulha dentro de mim com teu lodo
com alvejante nos olhos eu pude vê-la
E era clara
primária que me ergueu
nas dobras da pernas rechonchudas
Sou graduado
se sou eu quem nego a estadia
partindo desesperado com xícaras de porcelana
um milhão de cabeças esperando a vez no teu útero
com as mãos brancas por você eu estou
Maldição do concreto que limita
milhas até cair mais uma vez
e nós estaríamos ainda mais longe
Petrópolis- Rio de Janeiro
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(Redson Vitorino)
Acendi uma fagulha dentro de mim com teu lodo
com alvejante nos olhos eu pude vê-la
E era clara
primária que me ergueu
nas dobras da pernas rechonchudas
Sou graduado
se sou eu quem nego a estadia
partindo desesperado com xícaras de porcelana
um milhão de cabeças esperando a vez no teu útero
com as mãos brancas por você eu estou
Maldição do concreto que limita
milhas até cair mais uma vez
e nós estaríamos ainda mais longe
Petrópolis- Rio de Janeiro
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"Mulher de luz"
(Carvalho Junior)
por nove meses e um infinito amor ela nos abrigou na barriga,
o filho não ingrato carrega a mãe no peito pelo inteiro da vida.
(Carvalho Junior)
por nove meses e um infinito amor ela nos abrigou na barriga,
o filho não ingrato carrega a mãe no peito pelo inteiro da vida.
( do livro “Dança dos dísticos”)
Caxias- Maranhão
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O tema para a próxima rodada é:
SANGUE NAS FRESTAS DOS AZULEJOS
proposto por Paulo Acácio Ramos.
ta show o festival.....que poesia provocante e sedutora, da Raiblue......cavernoso o novo titulo...instigante,,,abrs guru ermitao...rss
ResponderExcluirUm excelente exercício para a Imaginação, uma festa para todos os sentidos...
ResponderExcluirArtistas de naipes e estilos diferentes enriquecem o jogo. Canastra real!!!
ResponderExcluirA cada rodada o que é bom, ainda melhor. Parabéns a todos os poetas que participaram. Um deleite para a alma as suas poesias.
ResponderExcluirLuz e paz..
Cheguei!!!
ResponderExcluirQue lindeza de rodada, essa, viu, Dante!!!
Lindo como cada um vai descortinando caminhos diferentes para poetizar o mesmo tema.... como cada um sente de formas muito peculiares uma mesma palavra... Sua ideia foi genial!! Difícil escolher um poema... são tão lindos e cada um num estilo diferente que os tornam únicos e incomparáveis!
Parabéns a todos !! E obrigada ZecaFran! Também gostei muito da sua 'Réplica da réplica"!!!
Agora vamos ver o que virá para o próximo tema ( que já é super inspirador e desafiador!hehe)
um beijo em cada um,
(com açucar e afeto)
RaiBlue