o gabiru
espreguiça
a noite abafada...
a suçuarana
espreita atenta
o pasto ressequido
de bezerros magros...
o chão rachado
esfumaça o pó
no lacrimoso dos olhos...
o homem
esfria os calos
na raiz melancólica
do sorriso de esfinge
de sua companheira...
o menino no oitão,
de barriga rasgando,
chuta a lata
de azeitonas distantes...
o denso do céu
corisca zangando
mas a chuva não vem.
2011
Dedico este escrito ao escritor, amigo e assessor para assuntos sertanejos:
Aderaldo Luciano.
Ai meus tempos de sertão.
ResponderExcluirOs tempos de sertão são eternizados por poemas como este. Simplicidade que um poema deste porte exige. Tudo em seu lugar, comum. E assim é o sertão: um lugar comum-maravilhosamente brasileiro.
ResponderExcluirParabéns, meu caro. Belo poema.
Abraços,
Lohan.
Lohan, fico abestalhado com seu imensurável elogio, não sei se pulo, não sei se rio....
ResponderExcluirSertão é desafio.
Dante Pincelli