Poetas e poetisas, para a próxima rodada escrevam uma poesia com o título:
"Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?"
ou seja, todas as poesias deverão ter o mesmo título.
&*&*&*&*
Atenção:
Os poetas Erato poeta e Turrinnha, por terem vencido a rodada anterior, receberão um livro de contos de Nilto Maciel: “Luz Vermelha Que se Azula.”
Os poetas Erato poeta e Turrinnha, por terem vencido a rodada anterior, receberão um livro de contos de Nilto Maciel: “Luz Vermelha Que se Azula.”
Expressão Gráfica
Editora, 2011
E
Um par de ingressos para
o
Centro Cultural Sobrado
70,
Para cada um.
Para o vencedor desta rodada (IMAGEM) e para quem acertar quem será
o vencedor e mais se aproximar da pontuação (de 24 a 60 ponto)
Revistas
COQUETEL.
(Os comentaristas devem dar seus palpites logados)
%¨%¨%¨%¨%
O tema desta rodada é
:
Escrever uma poesia tendo como base a imagem abaixo
Apresentação Simone Prado:
A imagem e a lente dos olhos: a poesia
surge desse curto espaço, nasce do click do obturador, daquilo que não se
esquiva diante do olhar. Os olhos debruçam sobre dimensão da imagem: insight! Não
há como voltar vazio, incólume. E escrevendo, o poeta cava sentidos e palavras:
verdades próximas daquilo que enxergamos, repudiamos ou temos por solução.
Nesse processo de escrita, o homem se identifica e faz as pazes consigo mesmo.
#%#%#%#%#%#%#
Os concorrentes
%&%&%&%
"Origami
Abstrato"
(Turrinha)
Na folha torturada
Letras
calcinadas
Vento
varreu!
Nem
o PO É MAis visível...
Insepultos
poemas
Assombram
Em
tintas invisíveis!
...
aerosolúveis.
Retorcida
Ferida
Letras
exiladas.
Kafka,
metamorfoseado,
Degusta
o que sobrou
De
poesia...
&*&*&*&*&*
“Palavra-Tempo”
(Reyú Maôro)
Folha em branco
Tempo é pouco
Palavra seca
Som é oco
Folha vazia
Tempo é curto
Palavra fria
Som é mudo
Folha torta
Tempo é escasso
Palavra morta
Som no espaço
Folha incerta
Tempo à toa
Palavra quieta
Som destoa
Folha aberta
Tempo é raro
Palavra desperta
Som é claro
Folha esquenta
Tempo voa
Palavra adentra
Som ecoa
Folha ativa
Tempo pára
Palavra viva
Som dispara
Folha escrita
Tempo acalma
Palavra grita
Som é alma
Poesia é o som da palavra-tempo que sai da folha.
&*&*&*&*&*&*
“MIRAGEM”
(Erato poeta)
Ante a luz branca do sol,
tudo é ardor, calor e torpor.
Paisagem moldada pela língua frágil do vento.
Na ânsia de aguar o seu beijo,
rasteja pela areia a serpente
e saliva a farejar a leitosa presa.
No deserto tudo é miragem,
secreção de desejo.
.
“DA
POESIA QUE TENTEI ESCREVER E SÓ SAIU AUAU”
(Emanuel
Ferreiro)
Menina
que vive tirando da boca do pobre
Ela
passa, ela arrasta e disfarça, ela some
E
eles ficam perdidos, pedindo o seu nome
Menina
que vive tirando da boca do pobre
Ela
instiga, ela intriga, ela alisa, ela morde
E
me deixa esperando amarrado num poste
Menina
que vive tirando da boca do pobre
Ela
ama, ela inflama, ela chama, ela foge
É
uma coisa, outra coisa e descoisa num porre
Menina
que vive tirando da boca do pobre
Ela
dança, ela encanta, ela mata de choque
E
o mundo, aturdido, ainda ama essa esnobe
Menina
que vive tirando da boca do pobre
Ela
pede, ela ganha, ela perde, ela pode
E
depois vem dizer que eu sou bicho de sorte
Menina
que vive tirando da boca do pobre
Ela
é anjo, é demônio, ela é sonho, é insone
No
céu é quem manda; no inferno se esconde
Menina
que vive tirando da boca do pobre
Ela
inspira poesia, ela pira e se vira pra longe
O
que sobra é o gostinho sem prato, só fome
&*&*&*&*&*
“A
dor do papel não sai no jornal”
(Andrade)
Folha
de papel é violentada
Após
reagir à tentativa
De
invasão de um rascunho que,
Um
dia – livre e impune
Ainda
seria chamado de obra de arte.
&*&*&*&*&*
“DOS
AMASSOS E SUAS IMPLICAÇÕES INADEQUADAS”
(Annie
Alexandre Guerra)
Reconstrói-se
continuamente
a
ideia de papel.
Entretanto,
desta vez
o
devir exagerou.
A
mutabilidade dos conceitos
não
permite uma folha
tornar-se
um preservativo.
&*&*&*&*&*&*
“ORIGAMI KAMIKAZE”
(Scott B. Coffe)
Era
o pássaro de papel
cujas
asas
para
nada serviam.
Era
o suicídio do homem,
perdido
na geometria
dos
signos.
Era
a fúria de uma guerra
criando
exércitos
de
dobraduras.
Agora,
folha em branco,
homem
sem forma,
sem
dó.
Dobrado,
amassado,
no
silêncio
e
só.
&*&*&*&*&*
“Horizontes”
(
Bené)
Vê
Do
alto do horizonte
Com
olhar descansado
Uma
montanha coberta de neve.
Vê
Sem
horizonte
Com
olhar triste
Mais
parece uma folha
Amassada
Talvez
uma despedida
De
amor.
&*&*&*&*&*
“Reciclagem”
(Cachorro
de Rua)
uma
folha de papel amassada
ja
foi morada de algum presente
algum
pertence
uma
surpresa quem sabe
ou
até pode ter embrulhado uma fruta
quem
sabe uma ideia
ja
tenha desfrutado do teu corpo
jovem
e sem rugas
na mão
de uma criança pode ser um brinquedo
lugar
pra se pintar,colorir ou desenho
e
quando mais nada lhe restar
será reciclada e se tornará nova
pronta
pra ser rabiscada
&*&*&*&*&*
“CARTAS”
(J)
Cartas
descartadas
Emboladas
jogadas no canto
Guardam
prantos e saudades
Da
realidade que me apavora
Chora
a remetente
Eu,
descrente, não leio
Tenho
receio dos conteúdos envelopados
Calado,
não tenho olhos de raio X
Algo
me diz o que não posso ver
E
crê na curiosidade fraquejante
Olhar
penetrante
Revela
Ela,
me invadindo em pedaços de papeis
Infiéis
conceitos me curvam
E
turvam a minha visão
Entro
em colisão, entre a vontade e o orgulho
Entulho,
falo entre os dentes para as missivas
Decisivas
vontades da incerteza
Acorrenta
a presa ao amontoado
Selado
em sua origem
Tenho
vertigem só de olhar
Fico
a vagar com os olhos na porta
A
rua é torta e vazia
Só
a lua alumia a estrada sem volta
Dou
volta em torno da razão
O
clarão na lareira me aquece
Floresce
a chama das cartas
Descartadas
e seladas
&*&*&*&*&
"sem murilo"
(Sofia Amindsen)
com
PUTA
dor
com
PUTA
dor
&*&*&*&*&*
" Ad eternum"
(iniko)
no guardanapo
a infância
no guarda-louça
os cacos de família
no guarda-chuva
o ocaso
no guarda-roupa
o nu
na guarda-baixa
o jab
no guarda-comida
a anemia
no guarda-costas
o medo
no guarda-jóias
a dizimação da áfrica
no guarda-meta
a nostalgia
no aguardo :
o poema
o poema
&*&*&*&*&*
“desperdício”
(Dante
Pincelli)
tratado
de paz
não
assinado
em
tempos idos,
carta
de amor
negada
fria
aos
prantos
de
quem não recebeu,
jorro
de sangue
que
nada manchou
morte
secreta
do
pseudopoeta..
ao
longe
um
índio chora
e
se pergunta:
foi pra isso que derrubaram a árvore?
foi pra isso que derrubaram a árvore?
Abr/12
Voto em Erato Poeta e na sua Miragem com 57 pontos...
ResponderExcluir___________________________________________
Lixo
passei horas a escrever
para te mandar um recado
que agora é uma bolinha
de papel amassado
sem nada escrito do outro lado!
PAR - PT
___________________________________________
Ah, duas pequenas coisas...
ExcluirAnti a luz branca do sol... NÃO!!!
Ante a luz branca do sol... SIM!!!
...
Ad eternum... NÃO!!!
Ad Aeternum... SIM!!!
...
Voto no Scott, 55 pontos.
ResponderExcluirlindos, queridíssimos
ResponderExcluiradorei todos os poemas, muito interessante a imagem sugerida e as imagens criadas pro cada um desses fofos!!!
continuem assim maraaaavilhosos!!!!
um beijo da Elke
Annie Alexandre Guerra, sempre clássica e inteligente amei seu poema..
ResponderExcluirScott sou ate suspeita em falar, Seu poema é animal muito bom.. legal que achei o título bem original, ai me empolguei e li o poema. Depois resolvi ver de quem era.. ai me veio a exclamação... É o cara! E o apreciei sem moderação, rsssss parabéns.
No geral os poemas são todos Marasss, parabéns a todos.
Detalhe..65 SCOTT
ResponderExcluirscott....muiito bom.....
ResponderExcluirAdorei a rodada e a maluquice da Sofia, me lembrou um personagem insano que criei há muito tempo.
ResponderExcluirInsanidade e literatura não se separam.
Parabéns Sofia pela coragem.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirturrinha ...
ResponderExcluir"nem o PO É MAis visível"...
quase senti a tortura
me fez sentir duas sensações
ao mesmo tempo que sentia dois gostos gostosos...
se não fosse invisível... teria visto também...
parabéns, ótima costura!
Hoje não vou de água, nem de cerva... Vou de Scott, sem gelo: 56 pts.
ResponderExcluirAbs!
Aposto em ''Horizontes'' com 55 pontos.
ResponderExcluirGostei tanto de "Origami Abstrato", mas tanto! O meu voto vai para ele: 56 pontos.
ResponderExcluirA última estrofe, Turrinha, foi de lascar, rs. Amei todo o poema!!!
Boa Sorte a todos, e PARABÉNS!