segunda-feira, 10 de setembro de 2012

II festival Beto Miranda de poesias. Rodada 2- Amor Bandido.




II festival Beto Miranda de poesias.



Rodada 2/ O tema escolhido pelo poeta
Ricardo Prins foi:


Amor bandido





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“Sem título”
 







Foto: Izaura Carolina











Macaé –RJ








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“onde?”




(Dante Pincelli)




vem meu amor
me chama de bandido
e me bota atrás...



das grades.







Macaé –RJ







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“Meu Grande Amor”



(Paulo Ramos)




Meu Grande Amor...
Meu Amor está Longe...
Meu Amor está sempre Perto...
Meu Amor é a Água do meu Deserto...
Meu Amor é tão Grande...
Meu Amor é tão Bonito...
Meu Amor é a União...
Entre o Eterno e
O Infinito.








Trofa-Portugal







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“Amordaçamor”



(Andréa Amaral)




Amor bandido
De sufocamento e liberação
De mãos amarradas
e olhos de vulcão.


Amor pérfido
De dores, de beijos mordidos,
de mãos pegajosas
e olhos feridos.


Amor doído
De tapas, de beijos raivosos
De mãos suadas
e vendas nos olhos.


Amor sentido
De carícias, sussurros
De mãos ocupadas
e olhos no escuro.


Amor volátil
De deslizamento, de beijos nervosos
De mãos arenosas
e olhos no vácuo.


Amor inútil.






Nova Friburgo-RJ







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“lágrimas de crocodilo”



(Ricardo Prins)





a noite já foi quase toda
e eu ainda estou aqui
cigarro
suor
os lençóis estão por cima
mas de outra pessoa
e eu ainda estou aqui
não posso ir
mas tenho que ir
e as desculpas?
esse suor pesa
e pesa ainda mais
do que minha consciência
(pois o 'já volto amor' durou até mais tarde)


a noite já foi quase toda
e eu ainda estou aqui
calhorda
bandido
e logo já volto pra ficar por cima
daquela que deveria ser
a única pessoa






Curitiba-PR







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“Amor bandido”



 
(Ana Goouvin)





Um gole de café, tua boca quente
quente nossos corpos a se entrelaçar
amor bandido e ardente


No quadril as mãos a me aturdir
aturde meu corpo a se debruçar
amor bandido a consumir


Te engole com olhos e inteira te suga
suga-me nesta dança a me desnudar
amor bandido és minha fuga


Ao me deixar, tem outras na cama
cama ordinária de dor e prazer
amor bandido me profana


Saio nas ruas te procuro indiferente
indiferente com outras a se lambuzar
amor bandido que mente


E do meu corpo não irá mais desfrutar
desfruta dos outros, há de padecer
amor bandido a rastejar


Um gole frio, queima a garganta e maltrata
maltrata a boca, corpo insólito a se debater
amor bandido que me atiça e me mata.






Rio de Janeiro-RJ






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“Bandidagem amorosa?!”
 




(Angelo Colesel)




Bailam nas perífrases
soltas-
as palavras costuradas no bilhete-
receita pronta de desespero e voz
abafada:


um lago raso, ácido de passado,
peixes apodrecidos boiando e uma sereia
com a cauda ferida sangrando na rocha
cantando em língua estranha o que vê
do resto que sobrou...


(Escorrem nas palavras carcomidas
a sina de quem amou e ficou inânime,
uma atitude alienada de partida...Uso e abuso!)


Tudo sente e, nada vê à sua frente.


Lamenta pela despedida solta,
sem atitude descente-
uma fuga não justificada.
Simplesmente, indo...


Isso é amar?







Imbituva- PR







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“Impudica”




(Regiane Raquel)




Quase alcoólica sigo andante
Nessa embriaguez constante
De alma úmida e corpo exposto
Imoral na nudez com gosto


Semi visível, indecente
Nessa lucidez patente
Gritos e mãos no pescoço
Ilegal, na carne e no dorso

 
Meio virgem, pedante
Nessa coisa alucinante
Maltratando, tão fiel no esforço


Explícita, pele à mostra, errante
Líquida, nua, fluído incessante
Obscena, deslizante, e, sem medo, roço!





Brasília-DF







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“PÉTALAS & PISTOLAS”



(Edweine Loureiro)




Amor demente,
que fere e mente;
sempre tão descrente…


Tanto que, um dia,
refém da Ira,
mira e atira…


… contra quem lhe sorria.






(Saitama – Japão)
 





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“tapa na cara”




(Zecafran)





amor bandido
tapa na cara
mulher detenta
mulher sedenta
homem preso
cadeia de desejos
amor que mata
ciúmes que condenam
banho de sol
visita íntima
amor vigiado
solitário
segurança máxima
fugir
escapar
estar com você







Niterói-RJ







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“Inveja”




(Gledson Vinícius)




Sorte da cerveja
Que sempre tem,
Um bêbado que seja,
Com sede para cortejá-la.






Rio de Janeiro-RJ







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“Definições sobre o tema”



(Henrique Koifman)




Amor bandido
é um elo perdido
entre o controle do cinismo
e o passo ao lado do abismo


É querer voltar para casa
e pegar o caminho oposto
é lembrar tudo dela
mas se esquecer do rosto


É colecionar rimas
como quem junta os cupons do jornal
para depois trocar por uma ou duas horas
na suíte vermelha do Motel Fatal


É limpar a marca de batom
lavar o cheiro de colônia
se livrar de qualquer traço dela
que possa resultar em insônia







Rio de Janeiro-RJ







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Imagem da internet






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“1984”




(Sérgio Muniz)





Despido de todas as crenças
Destituído do posto de gente
Tento amar com o que resta
Até mesmo o que não presta


E me entrego falsamente
Personagem parasita
Carnal



E ela me abriga em seu colo verdadeiro
Para que eu sinta as mesmas desgraças






Macaé –RJ







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“Aos Marinheiros”



(Carol Vaz)




Recolham as âncoras, navegantes!
Que a partir de agora terão todas ilhas dentro dos olhos
As correntes que os retinham tornarão-se em lágrimas
E as ondas que lá vem são sonoras como os amantes.


Mantenham as memórias, meus jovens!
Que, até o findar deste poema, o sol terá de se pôr
Os mitos sobre Leviatã terão de se enterrar na praia
E a maré já se aquieta enquanto passo estas ordens.


Que virgem é aquela que se aproxima?


Fechem bocas e olhos, marujos!
Pois quem aqui se apresenta é a filha do almirante
A quem o oceano remiu com a beleza das náiades
E por quem todo bom moço um dia vê-se exultante.


Quem disse a vocês, varões de pouca fé, tão ímpios
Que Iara mãe d’água não pode habitar também no mar?


A virgem das águas é maldição para todo homem que não mantém seu coração em solo seco e nem esconde sua razão em águas rasas.







Belo Horizonte-MG







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“SE VESTIU DE ALEGRIA”




(Jorge Luiz)




Me fiz toda bela
Subi no salto
Desci pro asfalto
Deslizei na passarela.
Passarela,
Galeria das artes
Sorriso e fantasias reais
A cada ano, normal e anormais
Felizes, cantam e dançam sob olhares.

Olhares,
Brilhantes, opacos, e molhados
Passeiam em meio aos atores
Cintilam paetês, lantejoulas em cores
Vibram cadenciados em passos bailados.
Bailados,
Ouçam a triste marcação do surdo
É a voz fúnebre, em meio a festa anuncia,
Meu amor, meu bandido, minha agonia
Se vestiu de alegria, desceu, se revelou e ficou mudo.







Rio de Janeiro-RJ







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“Afanadora de ossos”




(Redson Vitorino)




Chorei em silêncio
numa mesa fria
num dia qualquer
lágrimas ao meu vinho
por que o tempero de um homem
é a queda numa noite para o fundoHouve uma mão
e num instante eu acordei
branca e vermelha numa manhã
e a certeza de que a tinha
para sempre seria aquele eu e ela
onde foram as tristezas?
tão fortes como raízes centenárias?
eu não me afogava mais
num beijo e num gole
eu era feliz







Petrópolis-RJ








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“O meu, malpassado”



(cinthia kriemler)




Fique você
com o escurinho do cinema
chupando dropes de anis
Eu gosto de tudo às claras
suor de coito
boca de noite
álcool, cavalgada, madrugada
Fique você
com essa Rita na vitrola
que leva seu sorriso, seu trapo, seu prato
Eu quero é gemer até o fim
marcada de mordida
com rédea nos cabelos
beijo de língua, arrepio, desafio
Fique você
com esse príncipe encantado
que ama demais, é um bom rapaz
Eu prefiro mais pressão
pegada de bandido
palavras mais caladas
Al Capone, Jack Sparrow, Lampião







Brasília-DF







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“livre arbítrio”




(Vinni Corrêa)




o beijo não é roubado
quando quem cala consente
amor bandido não é pecado
se roubo um cabaço inocente







Rio de Janeiro-RJ







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Imagem da internet










O Poeta Paulo Ramos
escolheu como tema para a 3ª rodada di IIFestival Beto Miranda de Poesias,

“Inconveniente”

Os trabalhos devem ser enviados, preferencialmente, pelas mensagens do Facebook pra:

Dante Pincelli O Velho

e, no caso de formatação diferente, arquivo fotográfico etc
envie para  o e. mail:


Os trabalhos de vem ser enviados até sexta feira, dia 14 de setembro, às 12:00 h, impreterivelmente.





Orgulhosamente


Dante Pincelli

4 comentários:

  1. Amigo Dante, se fosse pra votar nesta rodada, meu voto seria teu! adorei!

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  2. amor
    que larga e...
    tixa na parede;
    Chama
    de vagabundo
    que acende a flama
    e esfrega à tarde
    a dor
    que arde em rubor
    de lixa na ”pare de...”
    me chamar de amor,
    mas não me largue, por favor!

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  3. Ahahaha, gostei Jan, atrasado, mas presente.
    Prins, vc é muito gentil.

    Obrigado.

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  4. De: Jorge Luiz

    Sergio 1984? Parabéns.

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