O tema
escolhido pela poetisa
Cinthia
Kriemler foi:
Máscaras
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"O
Rosto que ninguém viu não está atrás da Máscara que Todos Conhecem"
(Paulo
Acacio Ramos)
Trofa-Portugal
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“2ª
pele”
(Cinthia
Kriemler)
“Para de
rir, menina, te aquieta!
Senta
direito, fala com jeito
Não
encara, não escancara
É pra
comer com a boca fechada
Seja
educada!”
E de
tanto comer lágrima
afogar a
dor da alma
a gente
vai, lentamente
aprendendo
que é fraqueza
impureza
dizer o
que vem à mente
E menina
obediente
a gente
entreabre a gaveta
para
enfurnar o que sente
mas
encontra
lá no
fundo
tecida em
brilho e deboche
uma
máscara colorida
que sorri
por toda a vida
o riso
que é descabido
o amor já
tão carcomido
o beijo
que é proibido
E é tão
gêmea essa pele
(que
esconde a face e o instinto )
que chega
a fingir que é
dor a dor
que
deveras sinto
Brasília-DF
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"quem
sou?"
(Dante Pincelli)
sou o
sonho...
quem é
sonho
não se
ilude,
sonha
ilusões...
sou o
novo...
quem é
novo?
eu, de
ontem
trespassado,
ex amado,
com foto
na parede
da memória
de alguém
que morreu
porque
esqueceu de viver...
sou o
tempo
o vento
sou teu
rosto no ex-pelho
cansado,
suado
quase
transparente...
sou pré
demente...
sou teu
sexo
agudo
atiçado
na
língua, no dedo, no olho...
sou o
olho
que olha
sem ver...
sou o apito
da
fábrica de fumaça
cinzenta...
sou um
caminho
amarelo e
roxo
que nos
leva
da
solidão ao insano...
sou este
e aquele ano
em que
todos os aviões
cairam de
tédio
por não
serem pássaros...
sou os
aviões
o tédio
os
pássaros
(sem
asas)...
sou de
concreto armado
sem
alicerce
estrutura
de merda,
sou o
desgosto
da tua
mãe
que
queria te ver doutor...
sou
ato
ação
ator...
sou a
onda
do
primeiro baseado
da manhã
(hirishima-nagasaki)...
sou a
bomba
sou a lua
minguante
sem luz
nos cabelos
(as
trevas)
sou os
pelos pubianos
de cachos
incandescentes
nas
trevas...
sou as
trevas
do quarto
na hora
do sexo...
sou as
trevas
do olho
na hora
do gozo...
sou o
gozo
no riso
no olho
no espaço
no
colo...
sou o
colo
sem
cabeça
recostada...
sou teus
dentes
brilhando
na noite
em que
vimos o cometa...
pois é,
eu sou
aquele
cometa
rasgando
o céu da
tua boca...
sou o
destino
numa
parede de sonhos...
'sou o ar
o átomo
o rio
que passa
sem pressa'*...
sou a
chuva
que secou
o teu
rosto
pálido
no
varal...
sou um
varal
de roupas
e poesia...
sou a
poesia
que soa
ao mais
leve toc
do peito
em chagas...
sou as
chagas
os
charcos
do teu
peito
desfeito
desnudo
mudo...
sou o
ócio
o
prefácio
da obra
prima
que foi
transcrita
de trás
pra diante...
sou as
balas
dos fuzis
bolivianos
nas
ventas do ernesto...
sou a
overdose
da elis
da janis
do jimi
eu não
presto...
sou o
momento sensato
do teu
dia todo
me
querendo a noite...
sou o teu
palhaço
com a
boca
pintada
de sangue...
sou até a
loucura
embora eu
saiba
que
'a
loucura
é um
sopro
no
ouvido'**...
*-Beto
Miranda
**-Chacal
Macaé-RJ
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“FOTOSSENSÍVEIS”
(Edweine
Loureiro)
Faces
felizes,
fartas,
falhas,
finas,
firmes,
fálicas,
flácidas,
funestas…
Faces em
festa,
flertando,
fitando
frestas…
Faces
fotogênicas,
furtadas,
floridas,
feridas…
E o
futuro?
Fácil!
Faça-o
Face…
Faça-o
Fake…
Fisgue a
Fama,
enfim…
Ou o Fim.
Saitama-Japão
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Imagem da internet
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“A
JANELA”
(Jorge
Luiz)
O mundo é
uma janela
Por trás
o mascarado
vislumbra
o revelado
na
penumbra da corruptela.
Negra
cabeleira esvoaçante
seda
íntima deslizante
na face
aparente rubor
corpo
desnudo
seios
carnudos sedutor.
Movimentos
lânguidos maliciosos
narcisismo
espelhado
triângulo
felpudo desenhado
curvas
esguias sinuosas.
Formosas
coxas roliças,
bumbum
redondo arrebitado,
excita o
mascarado
no teatro
original entre as treliças.
Tal
Fulano alquebrado
mente
ativa, esmera
acamado e
paralisado
uma
fresta seduz e tempera.
Da janela
o olhar
amar sem
abraçar
a ninfa
tão bela.
Atriz,
não meretriz
se
delicia na sedução
a seqüela
do anfitrião
merece
ser feliz.
Rio de
Janeiro-RJ
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“As
dez máscaras”
(Ana
Gouvin)
E por que
tê-las:
cai a
primeira: ela é festeira
cai a
segunda: meio moribunda
cai a
terceira: perde a estribeira
cai a
quarta: agora se farta
cai a
quinta: borda e pinta
cai a
sexta: se faz de besta
cai a
sétima: perde a métrica
cai a
oitava: de tudo aprontava
cai a
nona: pois de si é dona
a décima
cai: e por aí sem máscaras, ela vai.
Todos
agora podem reconhecê-la.
Rio de
Janeiro-RJ
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“circo
real”
(Zecafran)
diante do
espelho
olho
minha mascara matinal
cabelos
molhados penteados
me visto
pego minha pasta e vou ao encontro de outros palhaços
na
esquina o guarda malabarista
no
elevador o ilusionista
na
empresa o domador
e a
menina que sonha com o amor trapezista
na vida
equilibrista
Niterói-RJ
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"aquela que ainda bem que só tem
uma, pois duas eu não ia aguentar"
(Ricardo
Prins)
e não me apareça aqui
com sua não-cara torpe
sua máscara mais cara
mais mal lavada
cheia de mentirosas verdades.
mas cara,
minha cara
sua máscara me inflama o peito
de matar
é de matar
acho melhor eu colocar a minha.
Curitiba-PR
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“Valor”
(Vinni
Corrêa)
Enquanto
a moeda tem duas faces e o mesmo valor para qualquer uma das duas que sejam
mostradas, o homem tem a mesma face para qualquer valor que mostre.
Rio de Janeiro-RJ
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“Eu
sou astrólogo”
(Izaura
Carolina)
Macaé-RJ
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A poetisa Ana Gouvin
escolheu como tema para a 5ªrodada do II Festival Beto Miranda de
Poesias,
“OLHOS ”
Os trabalhos devem ser enviados, preferencialmente, pelas
mensagens do Facebook pra:
Dante Pincelli O Velho
e, no caso de formatação diferente, arquivo fotográfico etc
envie para o e. mail:
dantearte@hotmail.com
Os trabalhos de vem ser enviados até sexta feira, dia 28 de
setembro, às 12:00 h, impreterivelmente.
Orgulhosamente.
Dante
Pincelli
Poucos e Bons e vamos que vamos meu povo...
ResponderExcluirOs poemas dos colegas sempre abrilhantando este Festival pelo qual nos apaixonamos cada vez mais...
ResponderExcluirQue bela rodada, um excitante e elegante "baile de máscaras. Amei.
ResponderExcluirGostei muito da rodada. Muito mesmo. Tantas formas de sentir...
ResponderExcluir(Jorge Luiz)
ResponderExcluirÉ muito bom participar desse baile de poesias.
Obrigado aos poetas dançarinos.
Retificando, você colocou poetisa Ana Gouvan....é Ana Gouvin.(please)
ResponderExcluirPronto, Aninha Gouvinzinha, tudo em seu devido lugar, desculpe-me.
ResponderExcluirAproveito para parabenizar a todos, sem exceção, que estão participando deste festival.
Poesia se faz com gente e vcs, são essa gente bela que torna possível a poesia ganhar vida e ter pernas próprias para escolher seu caminho.
Meu humilde poema desta rodada foi escrito em 1984, em meio as confusões da cabeça de um jovem sonhador e cheio de dúvidas...
Ah! Eu vivo por isso...
É bom saber que nesse imenso universo ainda existem amantes de uma boa poesias.
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