sábado, 18 de janeiro de 2014

O segundo capítulo de uma dedicatória:


O Cacho 

O poeta nu
é uma surpresa
despido das palavras
isento de roupagens
é só mais um corpo
que expressa
que exprime
que tira leite das pedras

o poeta nu
é uma pedra que dorme
no meio do caminho
uma dor que não há
como pretender fingir

o poeta nu
revela-se em pele
fotográfica
desvela-se em luz
recorta seus contornos
na escuridão

o poeta nu
é o sol e a bananeira
e a sombra
que projeta a bananeira
sobre o corpo nu
do poeta.

PAR - PT
18.01.14

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