quero nunca cessar de ser
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
"maravilhoso absurdo"
quero nunca cessar de ser
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
"musa 6."
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
"da vida e de morte."
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
"musa 5."
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
"na festa com o único sapato" ou "maldito mulato."
1990
domingo, 16 de janeiro de 2011
"radiando."
sábado, 15 de janeiro de 2011
"chove choro."
de onde vem essa gente?
gente que se apinha
que se amontoa
forma cidades soci-e-dades?
chove gente engente
chove língua
palavra conversa
é gente á bessa...
eis que um dia chove chuva
rebento de nuvem cheia
cai no mato
cai no monte
cai na cidade
inundachão
escorre árvore
navega pedra
soterração...
cicatrizes virão
outro verão verão
quero o dia
da ressureição do poder
da responsa-habilidade
de lidar com gente
toda essa gente
que se apinha e apanha em cidades
surras de dar dó...
isso é brasil!
2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
"MUSA 3".
"a, e, i, o, u."
"a" de aurora
da tua luz
toda manhã
em minha cama...
"e" de ensinamentos
que na convivência
em abundância
se derrama...
"i" de inspiração
que vira poema
de efemeridade
posto que é chama...
"o" de outra vez
a toda hora
um recomeço
feito fio que se trama...
"u" de uni-verso
que une o verso
ao nosso amor
que ora versa e ora ama...
Dante 2004
postado por Izaura Carolina
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
" a dançarina. "
em volta da mesa as flores não mais falavam e sequer despetalavam. a noite ia grande e o dia aproximava-se lento e ininterrupto, claramente, porém. então desenrolou-se a cena mórbida, docemente premeditada passo a passo por ela... desceu as escadas vestida como dama e o era. pediu limonada com gelo que chegaria minutos depois. naquele breve espera, ensaiou um ritmo, timidamente, com os dedos na mesa, parecia afoxé, mas eram apenas repiques sincopados. justo aí, chegou a limonada que, num só gole, ela tomou a metade. levantou-se abrupta e dançou ao som do silêncio, de olhos perplexos e perfume de flores. além de bailar, apenas sorria o pouco que lhe restava. dançou o resto da noite. entornou o dia sobre seus pés e pernas e continuou calma e obsessiva o seu bailado. um crepúsculo anunciou outra noite: em volta dela o silêncio de olhos contritos e flores famintas. então bebeu o resto da limonada e saiu com cabelos esvoaçantes. nunca mais ninguém dali, a viu ou ouviu seu nome que, no momento me foge a memória. as flores morreram.
1991
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
"Musa."
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
'Loucos."
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
"necessidade."
No ano de 2010, escrevi sobre a minha relação e os meus sentimentos a respeito do lugar de onde eu vim, guardei este escrito por meses, até que um dia senti uma necessidade pungente de mostrar aquilo pras pessoas, o que não ocorre normalmente, então enviei por email pra muitos amigos...
O que me deixou mais impressionado, foi que 2 dias depois o Morro do Alemão foi invadido pela polícia...
Detalhe: O lugar de onde eu vim, ao qual me refiro no texto, é o mesmo que foi invadido dois dias depois de eu enviar aos amigos.
Segue o texto:
me abstenho da escrita, o que tenho não saltita, me empenho, faço fita, mas de onde venho, é maldita, a sina de quem cita, incita ou insinua, mesmo que crua, a sabedoria rebuscada, a visão mais ousada, a opinião abalizada, a inesperada teoria, o balde de água fria em quem só queria a simplicidade, em quem já sabia a 'verdade', como mais que a metade do mundo conhecido, a qualidade do que for dito, o mito tornado real, o grito amoral, o infinito consensual... afinal quem, como eu, nasceu e cresceu ali, não pode ir muito além daquilo, porém meu ego tranquilo, que outrora encontrou asilo na escrita, hoje evita que seja dita qualquer palavra que comprometa o passado, que cometa algo errado e, escolhe o lado do iletrado...permaneço calado...
Ilustração: "Favelinha" de Carlos Ângelo Tortelly Costa
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
"para continuar a escrever."
procurei poemas que me fugiram pelos dedos, quis a raiz dos meus textos construidos lentamente com suores e dores, aliás muitas dores... parti rumo a mim, ao meu interior, mas me perdi num emaranhado de informações e, meu novelo, que garantiria a volta, acabou antes da primeira curva,,, senti-me livre e prisioneiro de mim mesmo, entre amores perdidos, poesias concretas e inideias que esbarravam em mim sem que eu as procurasse,,, parei diante de algumas luzes que vazavam o bloqueio da ideologia contrariada em mim, há tempos,,, consegui me perder e me perpetuar aqui dentro, me senti seguro, mas longe do que quis saber... e também me senti protegido de tudo o que não sei, mas que ainda vou saber, mesmo que sem querer e, continuar a escrever...
1991
"quase sinfônica."
enquanto a calma descansa mansa
esfrio meu medo, desenredo, solidão
o frio arde, fere feito faca
os nacos me saltam astronautas, explosão...
enquanto os músicos
tocavam sinfônicos na praça
selava-se o gelo
que molhou minha canção
harmônica entre beijos de sonatas
melódica qual um samba exaltação...
tudo isso percorre volumosamente
minhas venais e arenosas sensações
seduz sonoras serenatas de sereias
e cifra a dissonância da ilusão...
1991
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
"o jornal não lido, o relógio atrasado, o encontro."
1991