Há alguns anos atrás, morava em Belford Roxo, em uma bairro chamado São Bernardo, onde a violência era o prato principal do quotidiano, então, numa bela manhã ( 5: h ) de segunda-feira de carnaval, presenciei o que narro em seguida, sentado sob um abrigo de ponto de ônibus, logo após tomei o São Vicente x Central e, ali mesmo, no banco coletivo, pus-me a escrever:
...e passa um carro com seus olhos firmes de farol, louco, como se estivesse com pressa de chegar, mas sem saber onde... e passa um boi e, depois dele, outro boi e, após este, uma boiada com seus olhos tolos, quase tristes, loucos, não tem pressa e não sabem para onde vão, fica o vão... e passa uma criança com seus olhos de vento, louca, vai brincando sem saber que está indo rumo à velhice, sem pressa sua infância se apressa e vai ... e passa um homem com seus olhos de cansaço e medo, louco, vai tão cedo ao encontro da morte que o aguarda em segredo... e passa uma bala sem olhos, louca, vai de encontro ao homem que acabara de passar e fica... e passa um grito, não olho, louco, vou sem poder evitar...
Lindo, Dante.
ResponderExcluirObrigado Stellita!
ResponderExcluirbjs