no último sábado, por convite, fui a uma festa, embora com sinusite, vesti-me com seda javanesa, um diamante falso na testa e com meu único sapato, de cromo alemão, que meu amor detesta. festivo e dançante, bebendo alegre-mente transbordante, corpo e alma inebriantes. uma dança, uma bebida, uma paquera correspondida. mais um copo então eu topo abordar a gata que se insinua. mais um gole e de língua mole, convidei-a a ver a lua, lá fora, na rua; antes tomei mais um trago, foi o estrago. trôpego, sem saber onde ir, caminhei sozinho, pois perdi-a no caminho. cheguei na praia entorpecido de fato, mas com o máximo de recato, deitei na areia e adormeci no ato, sonhei com você nua num retrato, a seduzir-me no sentido lato, quando acordei desejei o estrelato, mas quando eu levantei é que foi chato, depois de saber estupefacto que um guarda mulato havia roubado meu sapato... eu sou o maior pato!
1990
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