segunda-feira, 28 de maio de 2012

I Concurso LínguA'fiada de poesias ( Amor)


Apresentação Paulinho Marques:


“FIM DAS CONTAS”


Tudo que conseguimos
Está sobre a mesa
Nesta que estamos debruçados
Podemos esquecer as outras
Aquelas, juntas, não couberam a metade.


Tivemos coisas que guardamos
Por um tempo, debaixo do tapete
Que já não cabia mais nada
Agora que estamos sem tapete
As coisas estão todas sobre a mesa
Expostas
Cada qual em seu destaque.


Conseguimos tudo isso!
Achas pouco?
Multiplique por nós dois
Dividir no fim
Não é justo!
Por que só agora?


Deixe também este peso pra mim
Não sou eu o dono do peso?
Fique você com a leveza
Aproveite e leve as penas
Não deixe nem as menores
Que leve seja o seu caminho.


Ficarei com o peso
Os sentimentos
Em corações pulsando
E, o restante,
Em nossos cérebros
Dissolverá com o tempo
Pois a memória é liquida.


Nesta conta não cabem todas as coisas
E agora?
Só nos resta fechar as contas
O erro não poda ser novo, de novo
Não podemos asfixiar os resultados.


Já passamos de 50
Dependendo da dose
Talvez não suportemos
De velho, os velhos exercícios.


Nesta conta cabe
Nossa incapacidade de se ver no outro
Se ver outro
Por outro, se ver
Não conseguimos ser espelhos
Muito menos expectadores
Os cérebros dos meus dedos das mãos
Sabem coisas
Deliciosas e profundas de você.


Meu outro dedo, muito mais
Este, sabe coisas
Que ninguém saberá da mesma forma
Mesmo que reforma.


Precisamos fechar
Rapidamente nossas contas
Pois nem mesmo as lembranças dos meus dedos
Levarão-me a tentar de novo
Somar com você
Em outra conta
Que o destino pode nos propor
Tudo que conseguimos
Está sobre a mesa
Aqui fechamos nossas contas.



(Paulinho Marques escreveu inspirado
 em seus próprios questionamentos a respeito
de seu relacionamento conjugal e nas páginas
82 e 83 do livro “A caverna” de José Saramago.)












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Os concorrentes:

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“Mãos dadas”


(Sofia Amundsen)




Mãos dadas no meio da rua
menino, você é minha
o sorriso a atenção fugidia
menina, sou toda sua


sim caminho ao teu lado
você que eu reconheço
se carinho o teu afago
se me precipito no beijo


eu revejo o azulejo
esse pouco de doce
essa banda de queijo


me levito em tuas árvores
e agraceio os teus gracejos.





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“MUSA”


( J )



Deusa de pele alva e macia,
Lábios desenhados, escarlate rubor
Sorriso íntimo provocador
Ao sedutor, seduzia.



Peignoir de seda desliza
No corpo insinuante e esguio
Exalando perfume, causando arrepio
No olhar a meiguice eterniza


A mulher transformada em sedução
Hipnotiza-me, como a serpente ao passarinho
Envolvido nos encantos, me aninho
No colo, junto ao coração.


Quero-te no divã das minhas poesias
Esculpir com versos, a tua beleza escultural
Deusa de Vênus, minha sina irreal
Atemporais sejam minhas alegrias.


Deito em ti meu olhar
Amo-te dos pés a cabeça
Antes que o sol amanheça
E dissipe a musa no ar




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“Vigília dos Segredos”


(Erato Poeta)



Somos dois meninos
que nadam nus nos rios de nossas infâncias
e se escondem no corpo e na alma um do outro.
É no amor que eu me encontro
e é no caroço a brotar no meu peito que repousa o amor.
Brincamos de ocultar nossos desejos
e depois os revelamos um ao outro
como uma taça bebida a dois.
Sacio-me de seus lábios e dos meus vem sorver o orvalho das manhãs.
A noite desmaia serena no corpo da tarde.
Há segredos no céu da sua boca.


Sobre o meu leito debruça o amor
e vela os meus sonhos com a calma de lamparinas.
Como o serenar de madrugadas ele derrama seu cuidado sobre mim.
Sou eu o objeto de sua vigília.
O amor me comunga na sua fé mais pura.
É quando durmo que vem a lua abrir seu olhar ao mundo
e mesmo fechadas a janelas, vivo a certeza do amanhã.
Servil, o amor me cobre com seu manto tecido em linhas de delírios e loucuras.
Por me servir, o amor é maior que eu.




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“DA (IN)UTILIDADE DO POETA”



(Scott B. Coffe)



Escrever poemas de amor
não é tarefa para poetas:


Os poetas
existem para fingir suas dores
e ver o primeiro amor passar


Escrever poemas de amor
não é tarefa para poetas:


Os poetas
existem para ir à guerra
e dedicar poèmes a mulher amada


Escrever poemas de amor
não é tarefa para poetas:


Os poetas
existem para viver a boemia
e jurar fidelidade num soneto


Escrever poemas de amor
não é tarefa para poetas:


Os poetas
existem para observar os pássaros
decifrar enigmas e (sobretudo)
escrever poemas de amor





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“O amor nos bastidores”


(Bené)



Abriram-se as cortinas do passado
Mandei as estrelas tornarem o palco
Iluminado de reminiscências.


Assim,
Recordo o meu amor por você.


Que pena! As cortinas se fecham...
Mas o amor fica na coxia
Da memória.




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"Do Instante em que o Amor Acontece"


(Turrinha)



Teus olhares brincam
De esconde-esconde nas esquinas
E ruas de meu rosto.
Passeiam de mãos dadas
Enfeitados de brilhos
E sombras, furtivos
Nas minhas pupilas.
Colhem, daqui e dali,
Um sorriso torto
Do pomar dos meus bigodes
E, saciados, retornam elípticos
À sua órbita de sonegação.


Por vezes, de tão sensuais
Se atrevem a levantar
Saias de cílios
A desnudar possibilidades
Num can-can irrestível
Arrstam-me, num aluvião,
Olhos/cérebro/coração
Em correntes elétricas...


Nesta imponderável conquista
Neste mútuo reconhecimento
De cumplicidades
É que reside a fase mais memorável
De todo amor.



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“A Travessia d’ÔAMOR”



(Reyú Maôro)




Meu coração palpita, DENTRO!
Suas mãos me tocam, FORA!
Meu sentimento se agita, DENTRO!
Seus beijos sufocam, FORA!


Meu coração se agita, DENTRO!
Suas mãos me sufocam, FORA!
Meu sentimento palpita, DENTRO!
Seus beijos me tocam, FORA!


Meu coração sufoca, DENTRO!
Suas mãos se agitam, FORA!
Meu sentimento te toca, DENTRO!
Seus beijos palpitam, FORA!


Meu coração te toca, DENTRO!
Suas mãos palpitam, FORA!
Meu sentimento sufoca, DENTRO!
Seus beijos se agitam, FORA!


Suas mãos me tocam, DENTRO!
Meu coração palpita, FORA!
Seus beijos sufocam, DENTRO!
Meu sentimento se agita, FORA!


Te Quero, DENTRO!
Ouço-te, FORA!
Te Sinto, DENTRO!
Suspiro-te, FORA!






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“Visagem”


(Cachorro de Rua)



que bom seria se eu pudesse pelo verde dos teus olhos caminhar
correr de braços abertos
e no deserto do teu corpo delirar
correr, voar
ver miragem
sonhar com a mais linda paisagem
pra não ter que despertar



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“DOS SONHOS E UMA CONSTELAÇÃO”


(Annie Alexandre Guerra)





Ponho-me na torre a cantar,
Entrego meu desatino às estrelas.
Decerto, perdi o senso!
Todavia, acredite:
Quando próximo das estrelas estiver este hino,
Pedirei àquela mais enamorada
Que me guarde com um afetuoso destino.




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“Quando o amor acaba”



(Andrade)




             T E A M O!

        TE AMO...

 TE AMO?

                            Restou nada.




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"Contexto"

Portugal, Trofa, 28 de Maio de 2012.

Tantas lembranças, memórias e recordações, tantos cacos de cristal no chão do estômago, essas fotografias amarelo-negras nas paredes do tórax, e esses recortes de muitos jornais, neurocirurgicamente separados e tão espasmodicamente reagrupados.
Lembrar de amores que desapareceram na correnteza; lembro-me de ter tocado, furtivamente, o teu cotovelo enquanto me contavas um fracasso emocional dos teus. Passo as mãos no topo, vazio, da minha cabeça, a lembrar do tempo em que reclamava de ter que cuidar da cabeleira. Lembro, também, vagamente, um por-de-sol nas pedras nuas da praia, tuas costas douradas, tuas costas desertas, tuas costas a destilar o sal.
Recrio na boca o seco absoluto do (palato) planalto central e bebo rios de olhares à minha volta... é como se todos os que amei estivessem, sempre, a flutuar sobre a minha cabeça, a cuidar-me, a guardar-me, a impedir-me de esquecer. Recupero nas narinas as cascas das laranjas que descascava para ti, as sardinhas, as rosas, os enterros e a chuva a pesar nos ombros.
Dei meu coração e, alguns, esqueceram-se de lhe dar corda. Abri o meu peito e, muitos, não me quiseram habitar. Muidei meus hábitos alimentares e comi meus amores (perfeitos) até vomitar (bulimia romântica). Amor não é só borboletas e vacas pastando. Amor também é caganeira e genitália mal lavada. Quando amo, estou sempre entre o pau duro e a vontade de vomitar. Amar é muito mais do que a maioria pode dizer sobre amar.
As memórias a serem regurgitadas e a trazerem à boca o ácido da perda, o oco do esquecimento (alzheimer romântico) e tantas vezes fui eu outros, tentando ser eu mesmo.
Ao fundo, em crescendo, ouço as 33 variações sobre uma valsa de Diabelli, de L.W. Beethoven, versão do Uri Caine. Lembro-me de passar uma enormidade de tempo a olhar para o diamante no pescoço de Bastet, no British Museum. Templos inteiros, paredes, tectos, mosaicos, uma profusão de expressões, um excesso de formas.
Podes beijar-me ou dar-me um beijo, a opção é tua, escolhe tu que eu deixo; ou, por outro lado, podes, simplesmente, beijar-me. Só quero isso, assim, simples e excessivo, um beijo, nem que seja magro, seco (anorexia romântica), roubado (cleptomania romântica), um beijo que desidrate a minha saliva.

Paulo Acacio Ramos



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Olá caros Poetas e Poetisas.


Com a sua autorização gostaria de postar, juntamente com as notas da última rodada a sua verdadeira identidade, idade, cidade...

E gostaria que vc me enviasse um depoimento a respeito do concurso (o que vc achou  dos jurados, dos concorrentes, da organização e os pontos positivos e negativos, até a próxima quarta feira , dia 31/05.( lembrando que sua sinceridade é capaz de ajudar a melhorar os próximos).

 Aviso que seu depoimento estará sujeito a edição para não ficar destoante do blog e comprido demais para não cansar o leitor, afinal blog é veículo moderno, precisa ser dinâmico como a vida doida da gente. Seja breve e objetivo.

Não mudarei uma palavra, apenas cortarei partes se assim julgar necessário.
Obrigado por tudo, pela participação, pela dedicação, pela seriedade.
Não tivemos nenhum incidente, mesmo que leve, envolvendo os senhores e senhoras, isso é ótimo.

Desculpem-me pelos erros cometidos, mas prometo não cometer ‘os mesmos’ nos próximos concursos, se houverem concursos.


Termino convidando a todos para participarem do II Festival Beto Miranda de Poesias que se realizará no 2º semestre deste ano no Blog Língua’Fiada (Fiquem de olho nas chamadas pelo Facebook).

Valeu!

Dante Pincelli, O Velho.





sábado, 26 de maio de 2012

Comentários e notas (O que não pode calar)

.
Penúltima rodada, talvez a mais disputada até agora, com muitos empates e muitos versos preciosos.



O vencedor dessa rodada foi o Andrade e o comentarista que apostou nele com 56 pontos , foi o Lohan Lage Pignone, cada um ganhou um par de ingressos para o
Centro Cultural

Sobrado 70

Rua Bento Lisboa-70 A
Catete- RJ
Tel : (21) 2225-2160



Mais uma vez os jurados Nilton Riguetti e Renata Buzak não enviaram as suas notas a tempo de serem publicadas aqui, portanto recorremos à velha e boa média, para tornar a disputa mais justa.











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Comentários e notas:
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“O QUE NÃO PODE SER”




(Scott B. Coffe)



Felipe Neto Viana
Estamos próximos da linha de chegada e o nível de exigência pelo menos da minha parte foi elevado ao grau máximo. Scott: um poema conciso carece impactar da primeira à última estrofe. Você iniciou com brilhantismo o poema 'O que não pode ser', prometendo mais um poema ímpar neste certame e deixou escorregar na terceira estrofe em diante. Todos os elementos versificados por você são imutáveis: o canto do galo, o pulo do gato e o ego destruído do gago. Apesar de ter feito uma montagem cuidadosa dessas ideias, não gerou frissom, não empolgou em nada. Faltou intertextualidade e originalidade. Por que o homem vai querer calar o miar de um gato? E o canto do galo? Scott, por que calou o desejo de vencer o certame, grande poeta?

Nota: 7,5



Marcelo Asth
O poema trata do que é inevitável, do que apenas é. Estrutura sólida de constatações claras e bem realizadas, com imagens e linguagem adequadas. Não é um poema empolgante, mas cumpre com o tema da rodada.

Nota: 9



Camila Furtado
Poema versátil, inteligente e de uma lucidez incrível. Eu queria enxergar tanta poesia nos ínfimos detalhes do dia a dia, Scott enxerga.
Nota: 10


Média: 9





Stella Monteiro: 4


Izaura Carolina: 4,5


Maria de Lourdes Almeida: 3


Média: 4



Total: 51



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“som de alegria.”


(Cachorro de Rua)





Felipe Neto Viana
Todos os clichês do mundo marcaram uma reunião no mesmo horário e no mesmo espaço e esqueceram de levar seus chapéus e seus acentos. Cachorro de rua, definitivamente, como não poder calar a indiferença? Tudo o que você escreveu deve ser calado imediatamente. Cuidado porque a lanterna te aguarda, poeta.

Nota: 6



Marcelo Asth
Poema musical. Variado leque de imagens abordando o tema. Boa inclusão do verso do hino da torcida de futebol – ele entra na hora certa, com frescor. Creio que o poeta queira dizer uma coisa com os versos que começam com a letra “e”, mas acaba dizendo outra: “é” – verbo de ligação -, “e” – adição. Mas isso não impede a interpretação; ressignifica. A adição acaba sendo um melhor caminho. Bom final.

Nota: 8,5


Camila Furtado
Minha Nossa senhora dos clichês, valei-me! Não entendi essa regressão do Cachorro de Rua, que para mim vinha melhorando a cada rodada.
Nota: 7


Média: 7,5





Stella Monteiro: 4


Izaura Carolina: 3,5


Maria de Lourdes Almeida: 2,5


Média: 3,5



Total: 42,5




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“Estagnada”


(Bené)




Felipe Neto Viana
Percebo que de tanto elogiar esses poetas estão relaxando e justo na reta final do certame. Bené, não era o momento de vacilar no jogo. O poema se constitui sob a égide de um protesto e soa como um resmungo social. Você abriu as portas do zoológico e se conformou com metáforas razoáveis. O que me faz valer a confiança em seu poema é o estilo que permanece inquebrantável, sem perder o esteio. Abra os olhos ou poderá decepcionar bastante nessa reta final.

Nota: 7,5


Marcelo Asth
Poema rico, que fala por si mesmo. É de mensagem forte, de fácil identificação da parte de quem o lê. Estar num berço esplêndido resgata o hino e ao mesmo tempo uma impotência – somos bebês famintos e dependemos dos maus pais. Bené vira uma personagem alegórica chamada Brasil e assiste formigas – imagem metafórica espetacular. E o bebê ri, como todo brasileiro...

Nota: 10



Camila Furtado
Bené tem veia crítica e isso muito me agrada. Sua visão política é afiada e refinada. E O melhor é que sabe transformar isso em poesia, o que não é pra qualquer um.
Nota: 8,5


Média: 9





Stella Monteiro: 4


Izaura Carolina: 4,5


Maria de Lourdes Almeida: 2,5


Média: 4



Total: 50




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“DUAS ESTROFES PARA O NÃO SILÊNCIO”


(ERATO POETA)





Felipe Neto Viana
Bom poema, Erato Poeta. O clichê foi bem trabalhado, deixando pouco a desejar. Você também mantém o seu estilo e o faz com competência. Imagens originais encontrei em seu poema. A junção de estilo e originalidade a cada leva resulta em um perfil experiente e assim o defino hoje: um poeta experiente. Você sabe o que vai reproduzir e sabe o que cada letra irá causar em seu leitor. Não dá um ponto sem nó. Arriscar a essa altura? O poeta que fizer isso pode cair vertiginosamente, mas pode também vencer o certame. Jogue todas as suas fichas e surpreenda os acomodados, poeta. Eu ainda acredito na sua virada porque você é um poeta estupendo.
Nota: 9



Marcelo Asth

Erato veio com tudo nessa leva. Seu poema constata e emociona. Tem movimento – e isso não pode ser calado. Para isso, traz a natureza, o tempo e a memória – elementos que cabem muito bem no tema. “A ária do vento” e “O silêncio, motor do pensamento” são versos pra sonhar.

Nota: 9,5



Camila Furtado
Erato Poeta soube muito bem como transformar essas palavras num jogo altamente imagético de ideias. Forte (em imagem) e delicado (em sensações).
Nota: 9


Média: 9,5




Stella Monteiro 5


Izaura Carolina: 5


Maria de Lourdes Almeida: 3


Média: 4,5



Total: 54,5




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“O que não Pode Calar”


(Turrinha)




Felipe Neto Viana
É com pesar que aplico esta nota para Turrinha. O poeta tem uma história impecável neste certame e está disputando ponto a ponto com o poeta Andrade e isso eleva e muito o grau de responsabilidade do julgamento e principalmente do poeta em seu fazer poético. Abriram as portas do zoo nesta leva e Turrinha também bebeu da metáfora zé ramalhiana ofuscando a sua originalidade. Gostei da vaga intertextualidade com Chico Buarque, em 'Deus lhe pague'', mas não foi o suficiente para manter o poema impactante, um poema que apresente um poeta vencedor. Vi muito do que já vi em outros carnavais. Ainda assim, as chances de vitória neste certame são reais e justas.

Nota: 8



Marcelo Asth
Poema bem apresentado, com força e ritmo impecáveis. Poema de denúncia, em jorro – lembra um pouco Castro Alves. O homem-boi é uma imagem perfeita que tem voz própria e não se cala nem abatida.

Nota: 10



Camila Furtado
Triste realidade transformada em poesia. Turrinha não pode e não deve calar-se, sua poesia está crescendo e aparecendo.
Nota: 9


Média: 9





Stella Monteiro: 4,5


Izaura Carolina: 5


Maria de Lourdes Almeida: 5


Média: 5



Total: 55,5




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"Sim"


(Sofia Amundsen)



Felipe Neto Viana
Sofia, Sofia, que reação tardia. E que rima pobre esta minha por favor não a considere. Eu li George Orwell em seu poema e este 'sol' que aliena e cega do alfa ao ômega da nossa existência. Hoje a sua subjetividade veio acompanhada de um requinte que pela primeira vez aprecio em sua poesia. Não sou nenhum alienado mas hoje eu digo sim para o seu 'Sim'.
Nota: 9




Marcelo Asth
Rascante e presto. Força sutil embalada nos versos. Sofia deu um salto com sua voz expressiva. A repetição do Sol funciona – ele não se cala. A afirmação “sim” entra num jogo que apresenta nova possibilidade, pois o tema quase incita a dizer “não”. Coloca-se parecendo passiva, mas é carregada de crítica. Apenas “se esparramam se fazendo” me fez perder o poema. Mas o final me trouxe de volta.

Nota: 9



Camila Furtado
Sofia é misteriosa, sempre deixa algo ainda por imaginar, deduzir. Seus poemas sempre me parecem fotografias, mas algumas ainda irreveladas. Este (poema), especialmente, revelou-se lindamente para mim.Gostei de "as crianças pingam nas poças de chuva".
Nota: 9



Média: 9





Stella Monteiro: 4


Izaura Carolina: 4,5


Maria de Lourdes Almeida: 2


Média: 3,5



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“O QUE NÃO PODE CALAR”



( J )





Felipe Neto Viana
Li um aglomerado de bla, bla, bla versificado. Voz do povo é programa de televisão, e o que seria ser mudo e calado? J, definitivamente, não deu e não dá. Dará?
Nota: 6,5



Marcelo Asth
Mais uma dor fingida que os poetas deveras sentem... esse intertexto com Pessoa não cala de jeito nenhum no certame! O final dá o tom do poema; nele os versos crescem, instigam, devoram, seduzem. Mudo, surdo e calado – mesmo assim não se calando: ótima imagem.

Nota: 8,5



Camila Furtado
Mais clichês que não empolgam: "O que não pode calar é a voz do povo", "A dor fingida", etc. Onde está a capacidade de inovar e surpreender? Poesia tem que causar algo no leitor.
Nota: 7



Média: 7,5





Stella Monteiro: 4


Izaura Carolina: 4


Maria de Lourdes Almeida: 2,5


Média: 3,5



Total: 43,5




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“Estação Calada”


(Andrade)





Felipe Neto Viana
E mais uma vez o poeta Andrade esboça sua criatividade e sua genialidade no certame. Salvou a leva, isso é fato. Uma coisa que sempre digo aos meus pupilos: ser talentoso é saber criar o que nunca se foi pensado. Ser genial é saber decifrar e emergir o diferencial do maior clichê existente, aquilo que todos veem mas não enxergam e não sentem. O poeta Andrade desfila estilos neste certame e voltou a crescer no momento exato. Sabe ser moderno, pós moderno, romântico e simbolista. Manuel Bandeira certamente é seu maior referencial pois já é a terceira vez que bebe de Bandeira em seus poemas neste certame. O desdobramento das reticências simulando trilhos e lágrimas são detalhes que fazem de Andrade um poeta diferente, entre outras coisas.

Nota: 9,5



Marcelo Asth
Outro poeta trazendo a memória como algo que não cala. Texto bem apresentado, com desenho bonito. Já os primeiros versos situam bem o leitor. A hera toma de volta o trilho – movimento de retomada, a voz que volta depois de calada. Ótimos jogos com as palavras. Bandeira fica na estação a perceber as mudanças. O poema em seu ritmo se adéqua ao tempo que as imagens suscitam.

Nota: 9,5



Camila Furtado
Infelizmente já não há Bandeira, mas Andrade's surgem para nos trazer poesias que ousam ser novas mesmo falando de passado. É de uma delicadeza e um refinamento ímpar!
Nota: 10



Média: 10





Stella Monteiro: 5


Izaura Carolina: 5


Maria de Lourdes Almeida: 4,5


Média: 5



Total: 58,5




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“MEDITAÇÕES FILOSÓFICAS”



(Annie Alexandre Guerra)





Felipe Neto Viana
Annie guerreira, você está na guerra errada. Está atirando para onde e para acertar a quem? Os jurados? A você mesma? Como leitor, me senti atingido por palavras agressivas e sem coerência. Me senti ofendido e um verdadeiro poeta transforma a ofensa. O que considero no seu poema é a aura punk, o enfrentamento sem temores, de quem não tem nada a perder. Mas será mesmo que não há nada a se perder, Annie? Pare para calcular quantas pessoas estão lendo sua poesia neste certame. Considere o seu público, ao menos, mantenha sua dignidade poética até o fim do certame e abandone as suas frustrações. Aqui você é Annie guerreira e não quem você realmente é e pode.

Nota: 7



Marcelo Asth
As meditações de Annie trouxeram significado claro e distinto ao poema. O que não pode ser calado vem gritando. E a poeta cumpriu com o tema. Quem faz calar pode ser calado. Bom final.

Nota: 9



Camila Furtado
Mesmo sem encontrar esse significado claro e distinto, esse poema cumpriu seu papel. Talvez um final mais elaborado seria uma melhor opção. O poema brilhou, brilhou e apagou antes mesmo do fim.
Nota: 8,5


Média:8,5





Stella Monteiro: 4,5


Izaura Carolina: 5


Maria de Lourdes Almeida: 3


Média: 4,5



Total: 50




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“O que não pode calar é surdo”


(Reyú Maôro)





Felipe Neto Viana
Reyu, vá me perdoar, mas eu não te ouvi nesse texto. Li uma carta de recomendação ou uma espécie de manual de como se escrever um poema e como reproduzi-lo. Só.
Nota: 6




Marcelo Asth
O título vale já o tema. O poema começa com ótimas constatações em boa condução, mas logo se perde no verso das tecnologias, por não estar tão cuidado/burilado e se tornar prosaico e fraco (“se bem que”). Às vezes falta voz para que o Soberano ouça bem. E o Soberano precisa ouvir com clareza qualquer ruído. Às vezes é melhor deixar o silêncio contar algo novo.

Nota: 8



Camila Furtado
A preocupação do poeta em "explicar" como as coisas funcionam ou como devem funcionar tornou o poema frio, distante. Nem mesmo o silêncio me fez ouvir a voz do poeta dessa vez. 
Nota: 7,5


Média: 7,5





Stella Monteiro: 3,5


Izaura Carolina: 4,5


Maria de Lourdes Almeida: 2


Média: 3,5



Total: 42,5






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Classificação da rodada

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Andrade--------------------------------------------58,5
Turrinha--------------------------------------------55,5
Erato Poeta----------------------------------------54,5
Scott B. Coffe----------------------------------------51
Annie A. Guerra, Bené e Sofia Amundsen-----50
J------------------------------------------------------43,5
Cachorro de Rua e Reyú Maôro----------------42,5