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Penúltima rodada, talvez a mais
disputada até agora, com muitos empates e muitos versos preciosos.
O vencedor dessa rodada foi o Andrade e o comentarista que apostou nele com 56 pontos , foi o Lohan Lage Pignone, cada um ganhou um par de ingressos para o
Centro Cultural
Sobrado 70
Rua Bento Lisboa-70 A
Catete- RJ
Catete- RJ
Tel : (21) 2225-2160
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Comentários e notas:
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“O QUE NÃO PODE SER”
(Scott B. Coffe)
Felipe Neto Viana
Estamos próximos da
linha de chegada e o nível de exigência pelo menos da minha parte foi elevado
ao grau máximo. Scott: um poema conciso carece impactar da primeira à última
estrofe. Você iniciou com brilhantismo o poema 'O que não pode ser', prometendo
mais um poema ímpar neste certame e deixou escorregar na terceira estrofe em
diante. Todos os elementos versificados por você são imutáveis: o canto do
galo, o pulo do gato e o ego destruído do gago. Apesar de ter feito uma
montagem cuidadosa dessas ideias, não gerou frissom, não empolgou em nada.
Faltou intertextualidade e originalidade. Por que o homem vai querer calar o
miar de um gato? E o canto do galo? Scott, por que calou o desejo de vencer o
certame, grande poeta?
Nota: 7,5
Marcelo Asth
O poema trata do que
é inevitável, do que apenas é. Estrutura sólida de constatações claras e bem
realizadas, com imagens e linguagem adequadas. Não é um poema empolgante, mas
cumpre com o tema da rodada.
Nota: 9
Camila Furtado
Poema versátil,
inteligente e de uma lucidez incrível. Eu queria enxergar tanta poesia nos
ínfimos detalhes do dia a dia, Scott enxerga.
Nota: 10
Média: 9
Stella Monteiro: 4
Izaura Carolina: 4,5
Maria de Lourdes
Almeida: 3
Média: 4
Total: 51
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“som de alegria.”
(Cachorro de Rua)
Felipe Neto Viana
Todos os clichês do
mundo marcaram uma reunião no mesmo horário e no mesmo espaço e esqueceram de
levar seus chapéus e seus acentos. Cachorro de rua, definitivamente, como não
poder calar a indiferença? Tudo o que você escreveu deve ser calado
imediatamente. Cuidado porque a lanterna te aguarda, poeta.
Nota: 6
Marcelo Asth
Poema musical.
Variado leque de imagens abordando o tema. Boa inclusão do verso do hino da
torcida de futebol – ele entra na hora certa, com frescor. Creio que o poeta
queira dizer uma coisa com os versos que começam com a letra “e”, mas acaba
dizendo outra: “é” – verbo de ligação -, “e” – adição. Mas isso não impede a
interpretação; ressignifica. A adição acaba sendo um melhor caminho. Bom final.
Nota: 8,5
Camila Furtado
Minha Nossa senhora
dos clichês, valei-me! Não entendi essa regressão do Cachorro de Rua, que para
mim vinha melhorando a cada rodada.
Nota: 7
Média: 7,5
Stella Monteiro: 4
Izaura Carolina: 3,5
Maria de Lourdes
Almeida: 2,5
Média: 3,5
Total: 42,5
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“Estagnada”
(Bené)
Felipe Neto Viana
Percebo que de tanto
elogiar esses poetas estão relaxando e justo na reta final do certame. Bené,
não era o momento de vacilar no jogo. O poema se constitui sob a égide de um
protesto e soa como um resmungo social. Você abriu as portas do zoológico e se
conformou com metáforas razoáveis. O que me faz valer a confiança em seu poema
é o estilo que permanece inquebrantável, sem perder o esteio. Abra os olhos ou
poderá decepcionar bastante nessa reta final.
Nota: 7,5
Marcelo Asth
Poema rico, que fala
por si mesmo. É de mensagem forte, de fácil identificação da parte de quem o
lê. Estar num berço esplêndido resgata o hino e ao mesmo tempo uma impotência –
somos bebês famintos e dependemos dos maus pais. Bené vira uma personagem alegórica
chamada Brasil e assiste formigas – imagem metafórica espetacular. E o bebê ri,
como todo brasileiro...
Nota: 10
Camila Furtado
Bené tem veia crítica
e isso muito me agrada. Sua visão política é afiada e refinada. E O melhor é
que sabe transformar isso em poesia, o que não é pra qualquer um.
Nota: 8,5
Média: 9
Stella Monteiro: 4
Izaura Carolina: 4,5
Maria de Lourdes
Almeida: 2,5
Média: 4
Total: 50
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“DUAS ESTROFES PARA O NÃO SILÊNCIO”
(ERATO POETA)
Felipe Neto Viana
Bom poema, Erato Poeta. O clichê foi bem trabalhado,
deixando pouco a desejar. Você também mantém o seu estilo e o faz com
competência. Imagens originais encontrei em seu poema. A junção de estilo e
originalidade a cada leva resulta em um perfil experiente e assim o defino
hoje: um poeta experiente. Você sabe o que vai reproduzir e sabe o que cada
letra irá causar em seu leitor. Não dá um ponto sem nó. Arriscar a essa altura?
O poeta que fizer isso pode cair vertiginosamente, mas pode também vencer o
certame. Jogue todas as suas fichas e surpreenda os acomodados, poeta. Eu ainda
acredito na sua virada porque você é um poeta estupendo.
Nota: 9
Marcelo Asth
Erato veio com tudo
nessa leva. Seu poema constata e emociona. Tem movimento – e isso não pode ser
calado. Para isso, traz a natureza, o tempo e a memória – elementos que cabem
muito bem no tema. “A ária do vento” e “O silêncio, motor do pensamento” são
versos pra sonhar.
Nota: 9,5
Camila Furtado
Erato Poeta soube
muito bem como transformar essas palavras num jogo altamente imagético de
ideias. Forte (em imagem) e delicado (em sensações).
Nota: 9
Média: 9,5
Stella Monteiro 5
Izaura Carolina: 5
Maria de Lourdes
Almeida: 3
Média: 4,5
Total: 54,5
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“O que não Pode Calar”
(Turrinha)
Felipe Neto Viana
É com pesar que
aplico esta nota para Turrinha. O poeta tem uma história impecável neste
certame e está disputando ponto a ponto com o poeta Andrade e isso eleva e
muito o grau de responsabilidade do julgamento e principalmente do poeta em seu
fazer poético. Abriram as portas do zoo nesta leva e Turrinha também bebeu da
metáfora zé ramalhiana ofuscando a sua originalidade. Gostei da vaga
intertextualidade com Chico Buarque, em 'Deus lhe pague'', mas não foi o
suficiente para manter o poema impactante, um poema que apresente um poeta
vencedor. Vi muito do que já vi em outros carnavais. Ainda assim, as chances de
vitória neste certame são reais e justas.
Nota: 8
Marcelo Asth
Poema bem
apresentado, com força e ritmo impecáveis. Poema de denúncia, em jorro – lembra
um pouco Castro Alves. O homem-boi é uma imagem perfeita que tem voz própria e
não se cala nem abatida.
Nota: 10
Camila Furtado
Triste realidade
transformada em poesia. Turrinha não pode e não deve calar-se, sua poesia está
crescendo e aparecendo.
Nota: 9
Média: 9
Stella Monteiro: 4,5
Izaura Carolina: 5
Maria de Lourdes
Almeida: 5
Média: 5
Total: 55,5
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"Sim"
(Sofia Amundsen)
Felipe Neto Viana
Sofia, Sofia, que
reação tardia. E que rima pobre esta minha por favor não a considere. Eu li
George Orwell em seu poema e este 'sol' que aliena e cega do alfa ao ômega da
nossa existência. Hoje a sua subjetividade veio acompanhada de um requinte que
pela primeira vez aprecio em sua poesia. Não sou nenhum alienado mas hoje eu
digo sim para o seu 'Sim'.
Nota: 9
Marcelo Asth
Rascante e presto.
Força sutil embalada nos versos. Sofia deu um salto com sua voz expressiva. A
repetição do Sol funciona – ele não se cala. A afirmação “sim” entra num jogo
que apresenta nova possibilidade, pois o tema quase incita a dizer “não”.
Coloca-se parecendo passiva, mas é carregada de crítica. Apenas “se esparramam
se fazendo” me fez perder o poema. Mas o final me trouxe de volta.
Nota: 9
Camila Furtado
Sofia é misteriosa,
sempre deixa algo ainda por imaginar, deduzir. Seus poemas sempre me parecem
fotografias, mas algumas ainda irreveladas. Este (poema), especialmente,
revelou-se lindamente para mim.Gostei de "as crianças pingam nas poças de
chuva".
Nota: 9
Média: 9
Stella Monteiro: 4
Izaura Carolina: 4,5
Maria de Lourdes
Almeida: 2
Média: 3,5
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“O QUE NÃO PODE CALAR”
( J )
Felipe Neto Viana
Li um aglomerado de
bla, bla, bla versificado. Voz do povo é programa de televisão, e o que seria
ser mudo e calado? J, definitivamente, não deu e não dá. Dará?
Nota: 6,5
Marcelo Asth
Mais uma dor fingida
que os poetas deveras sentem... esse intertexto com Pessoa não cala de jeito
nenhum no certame! O final dá o tom do poema; nele os versos crescem, instigam,
devoram, seduzem. Mudo, surdo e calado – mesmo assim não se calando: ótima
imagem.
Nota: 8,5
Camila Furtado
Mais clichês que não
empolgam: "O que não pode calar é a voz do povo", "A dor
fingida", etc. Onde está a capacidade de inovar e surpreender? Poesia tem
que causar algo no leitor.
Nota: 7
Média: 7,5
Stella Monteiro: 4
Izaura Carolina: 4
Maria de Lourdes
Almeida: 2,5
Média: 3,5
Total: 43,5
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“Estação Calada”
(Andrade)
Felipe Neto Viana
E mais uma vez o
poeta Andrade esboça sua criatividade e sua genialidade no certame. Salvou a
leva, isso é fato. Uma coisa que sempre digo aos meus pupilos: ser talentoso é
saber criar o que nunca se foi pensado. Ser genial é saber decifrar e emergir o
diferencial do maior clichê existente, aquilo que todos veem mas não enxergam e
não sentem. O poeta Andrade desfila estilos neste certame e voltou a crescer no
momento exato. Sabe ser moderno, pós moderno, romântico e simbolista. Manuel
Bandeira certamente é seu maior referencial pois já é a terceira vez que bebe
de Bandeira em seus poemas neste certame. O desdobramento das reticências
simulando trilhos e lágrimas são detalhes que fazem de Andrade um poeta
diferente, entre outras coisas.
Nota: 9,5
Marcelo Asth
Outro poeta trazendo
a memória como algo que não cala. Texto bem apresentado, com desenho bonito. Já
os primeiros versos situam bem o leitor. A hera toma de volta o trilho –
movimento de retomada, a voz que volta depois de calada. Ótimos jogos com as
palavras. Bandeira fica na estação a perceber as mudanças. O poema em seu ritmo
se adéqua ao tempo que as imagens suscitam.
Nota: 9,5
Camila Furtado
Infelizmente já não
há Bandeira, mas Andrade's surgem para nos trazer poesias que ousam ser novas
mesmo falando de passado. É de uma delicadeza e um refinamento ímpar!
Nota: 10
Média: 10
Stella Monteiro: 5
Izaura Carolina: 5
Maria de Lourdes
Almeida: 4,5
Média: 5
Total: 58,5
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“MEDITAÇÕES FILOSÓFICAS”
(Annie Alexandre Guerra)
Felipe Neto Viana
Annie guerreira, você
está na guerra errada. Está atirando para onde e para acertar a quem? Os
jurados? A você mesma? Como leitor, me senti atingido por palavras agressivas e
sem coerência. Me senti ofendido e um verdadeiro poeta transforma a ofensa. O que
considero no seu poema é a aura punk, o enfrentamento sem temores, de quem não
tem nada a perder. Mas será mesmo que não há nada a se perder, Annie? Pare para
calcular quantas pessoas estão lendo sua poesia neste certame. Considere o seu
público, ao menos, mantenha sua dignidade poética até o fim do certame e
abandone as suas frustrações. Aqui você é Annie guerreira e não quem você
realmente é e pode.
Nota: 7
Marcelo Asth
As meditações de
Annie trouxeram significado claro e distinto ao poema. O que não pode ser
calado vem gritando. E a poeta cumpriu com o tema. Quem faz calar pode ser
calado. Bom final.
Nota: 9
Camila Furtado
Mesmo sem encontrar
esse significado claro e distinto, esse poema cumpriu seu papel. Talvez um
final mais elaborado seria uma melhor opção. O poema brilhou, brilhou e apagou
antes mesmo do fim.
Nota: 8,5
Média:8,5
Stella Monteiro: 4,5
Izaura Carolina: 5
Maria de Lourdes
Almeida: 3
Média: 4,5
Total: 50
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“O que não pode calar é surdo”
(Reyú Maôro)
Felipe Neto Viana
Reyu, vá me perdoar,
mas eu não te ouvi nesse texto. Li uma carta de recomendação ou uma espécie de
manual de como se escrever um poema e como reproduzi-lo. Só.
Nota: 6
Marcelo Asth
O título vale já o
tema. O poema começa com ótimas constatações em boa condução, mas logo se perde
no verso das tecnologias, por não estar tão cuidado/burilado e se tornar
prosaico e fraco (“se bem que”). Às vezes falta voz para que o Soberano ouça
bem. E o Soberano precisa ouvir com clareza qualquer ruído. Às vezes é melhor
deixar o silêncio contar algo novo.
Nota: 8
Camila Furtado
A preocupação do
poeta em "explicar" como as coisas funcionam ou como devem funcionar
tornou o poema frio, distante. Nem mesmo o silêncio me fez ouvir a voz do poeta
dessa vez.
Nota: 7,5
Média: 7,5
Stella Monteiro: 3,5
Izaura Carolina: 4,5
Maria de Lourdes
Almeida: 2
Média: 3,5
Total: 42,5
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Classificação da
rodada
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Andrade--------------------------------------------58,5
Turrinha--------------------------------------------55,5
Erato
Poeta----------------------------------------54,5
Scott B. Coffe----------------------------------------51
Annie A. Guerra, Bené
e Sofia Amundsen-----50
J------------------------------------------------------43,5
Cachorro de Rua e
Reyú Maôro----------------42,5
Absurdo o Scott ter ficado atrás do Erato e da Turrinha.
ResponderExcluirParabéns Andrade, voce mereceu a colocação.
Felipe Neto Viana
ResponderExcluirLi um aglomerado de bla, bla, bla versificado. Voz do povo é programa de televisão, e o que seria ser mudo e calado? J, definitivamente, não deu e não dá. Dará?
Nota: 6,5
É Muito estranho é o Sr. Felipe, não saber que mudo fala!
Resp: Mudo fala através de sinais e gestos!!!!
“O QUE NÃO PODE CALAR”
( J )
É a voz do povo
A declamação do poeta
Uma declaração de amor.
A dor fingida transformada em poema.
Quero declamar uma poesia
Uma trilogia, talvez um soneto
Um ímpeto de versos
Com sopros de rimas
Anima a língua e os escritos.
Mudo, surdo e calado
Ao lado do corpo falam as mãos
E o coração através do olhar
Calar, por que ?
Se o mundo quer escutar!
Autor: Jorge Luiz
..
Muito estranho, é o Sr. Felipe, não saber que mudo fala!
ResponderExcluirResp: Mudo fala através de sinais e gestos!!!!