pura poesia
se serve fria
se come em cortes
se degusta lento
manjá dos céus.
poesia crua
sem reboco
revela o oco,
o âmago
do poeta nu.
poesia por um fio
trapezista sem rede
mergulho no vazio
arrepio da platéia.
poesia galéia
mistura sã,
heteromogênica,
marido e irmã
ímã do olho vago.
poesia de trago
pinga no papel
mareia os sentidos
fumada às cinzas
cheirada pela carreira.
2011
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